Ribon - O despertar da alma ninja

Não há cura para todas as coisas

Chegando ao aeroporto na cidade de Cracóvia eles são recebidos por um motorista particular, chove na cidade, e aquele clima cinza só ajuda a refletir a confusão nos sentimentos de Naomi. "S" a observa, ela era calada, mas o seu semblante estava com um ar melancólico. Todo trajeto ela passou em silêncio e observando a chuva, normalmente estaria com o seu computador a mão analisando os dados do próximo recrutado.

Quando finalmente chegaram ao local, eles são recebidos pelo diretor de pesquisa da unidade, o Dr. Claus. Após os cumprimentos formais, e aquela pergunta básica de como foi a viagem, eles são acompanhados até uma sala de reunião, depois de todos se sentarem ele dá uma notícia que não seria muito bem recebida pelos recrutadores.

-- Annika não está em nossa unidade. - Naomi e "S" se entreolham já insatisfeitos -- A senhorita Adank se retirou dos estudos há três meses. Claro que vocês devem se perguntar o porquê de não termos avisado antes, nós estamos andando com outros estudos que podem ser interessantes para vocês.

-- Você não está entendendo a gravidade do que acabou de nós dizer -- Naomi se transforma, toda a melancolia que a acompanhou até ali a deixou e uma ira se apossou dela -- Você nos mandou relatórios do avanço da recrutada, e agora que estamos aqui você me diz que a perdeu?

-- Eu entendo que você esteja querendo me intimidar, eu é quem gostaria de mais respostas para o que vocês estão armando. Eu já acionei o governo. Eu nunca vi uma pessoa como aquela garota, às células dela tem um poder de regeneração fora do normal. E não é só isso, no último teste Annika conseguiu curar outra vida. Eu achei estranho quando recebi o último treinamento dela, ressuscitar um peixe?

-- E ela conseguiu? -- S levanta animado.

-- Sim -- O médico diz descrente do que acabara de confirmar

Naomi, depois do encontro com René, já não se deixava surpreender. -- Onde ela está agora?

-- Provavelmente na casa dela, no norte do país em um vilarejo.

-- PRO-VA-VEL-MENTE? -- Naomi quase soletra a palavra rangendo os dentes. -- Onde está o rastreador dela?

-- É contra a nossa política colocar rastreadores em nossos colaboradores, Annika não é um animal.

Naomi levanta da cadeira e soca a mesa com os punhos cerrados -- Eu não sei se você entende o valor que essa menina tem. Que investimos muito em vocês para manterem esse estudo aqui. Eu quero o endereço dela agora !

-- É melhor você obedecer ela Dr. Claus. -- S adverte

Claus, tenso, se aproxima do telefone na sala e pede para que sua secretária traga os registros da pesquisa, ao fazer isso, entrando na sala já tensa pelo jeito que seu chefe a pediu, ela deixa as pastas caírem no chão. A presença de S e Naomi é intimidadora por si só, os olhos castanhos dela seriam capazes de desintegrar alguém, se pudesse.

Depois de revistar os documentos eles acham a ficha cadastral de Annika com seu endereço, Naomi revira os olhos por não entender o motivo dessas informações não estarem em um programa. Que tipo de caipira eles são? Ela pensa.

Assim que eles pegam a confirmação do endereço de Annika, S e Naomi partem para o pequeno vilarejo. Após uma longa viagem de três horas, ao chegarem no local, já é noite e eles ficam hospedados em uma pequena pousada no centro da cidade. Faz frio do lado de fora. Naomi sugere que eles tomem uma sopa no restaurante da pousada, já que na própria cidade tudo estava fechado.

A pequena sala de jantar era simples, mas aconchegante, a lareira acesa ajuda no clima. Naomi e S sentam na mesa com apenas 6 lugares, eles não esperam muito da comida, já que a pousada não costuma fazer pratos, e quando Naomi fez o pedido a menina que os atendeu disse, em um inglês bem deficiente, que tentaria fazer algo simples.