A arte que se move

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Calor. Muito calor! S detestava aquilo, após um longo voo eles ainda precisam pegar um carro e dirigir por mais de 2 horas para chegarem ao local de destino, um hospital psiquiátrico em uma cidade afastada. Naomi dirige o carro alugado, já que S não consegue dirigir.

O cansaço força seu olho a fechar, enquanto isso seu companheiro de viagem dorme muito bem ao seu lado. Faltam mais uma hora de estrada quando ela vê um pequeno vilarejo. Poderia ser bom parar e tomar um café.

-- Ei acorde! -- Ela empurra S no banco do carona.

-- O que foi? -- Ele acorda assustado olhando para os lados -- Chegamos?

-- Ainda não, mas preciso de um café, ou vamos acabar capotando na estrada. Entrei nesse vilarejo e tem uma espécie de padaria ali na esquina.

-- Eu preciso de muita água, mas não vou sair do carro, prefiro ficar no ar-condicionado. Traga pra mim por favor.

-- Por mim você morre seco. -- Ela bate a porta do carro com força e S fica resmungando.

Naomi entra no estabelecimento e percebe a simplicidade, porém o aconchego do interior europeu. Ela fala um pouco de francês, então vai direto ao balcão pedir um café forte.

-- Passeando pela Europa? -- Pergunta uma senhora simpática que está preparando o seu café.

-- Sim. Estou indo para um vilarejo ao norte de Troyes. Onde fica um hospital.

-- A sim. Tem algum parente internado naquele lugar? Dizem que é onde os filhos dos ricos são tratados, os "loucos de luxo", como o pessoas costuma dizer.

-- Não chega a ser parente, mas tem alguém lá que eu preciso ver.

A senhora entrega o café para Naomi e segura na sua mão, o que a deixa desconfortável.-- Cuidado. Tinha uma parente do meu marido que trabalhava lá, ela contou que em algumas alas eles faziam experimentos com pacientes.

-- Que tipo de experimentos? -- Naomi se mostra curiosa

-- Não sei ao certo, mas parece que é coisa perigosa. Alguns loucos estão endemoniados, e fazem coisas sobre humanas. -- Ela imediatamente solta a mão de Naomi e faz o sinal da cruz.

-- Obrigada por me avisar. -- ela agradece enquanto deixa o dinheiro no balcão -- Vou tomar cuidado.

Naomi sai com seu copo de café, ela observa o carro ao longe com S dentro, e olha ao redor tentando assimilar o que a senhora do café disse. Depois do que aconteceu com Allan, o que mais poderia ver? E qual o motivo para um dos pupilos estar internado em um hospício?

Ela entra no carro após tomar seu café, jogando uma garrafa de água em cima de S que acorda assustado mais uma vez.

-- Você está maluca? -- Esbraveja.

-- Não, mas estou começando a achar que minha mente não vai aguentar tantas bizarrices. -- Novamente eles pegam a estrada rumo ao hospital.

Chegando ao local, nada se parece com um lugar tenebroso. Um prédio antigo branco, jardins, pássaros cantando. Poderia até se parecer com um hotel, o tratamento era de luxo, um manobrista veio pegar o carro com Naomi. Um atendimento digno de hotel cinco estrelas.

Ao entrar na recepção Naomi e S se apresentam e rapidamente a recepcionista chama alguém no telefone. Um minuto depois, o responsável pelo local chega.

-- Bonjour! -- O Doutor responsável chega animado -- Espero que tenham feito uma boa viagem, vocês vieram de muito longe.

-- Sim conseguimos chegar bem, só não esperávamos o calor, meu colega aqui está incomodado com a temperatura. -- Ela diz inclinando a cabeça para S que mesmo com o calor, não retirava a roupa que cobria todo seu corpo, e rosto.

Ribon - O despertar da alma ninjaOnde histórias criam vida. Descubra agora