Capítulo Vinte e Sete

973 69 15
                                    

Depois de me arrumar, desci para a cozinha tomar o café da manhã. Hoje não terá aula, é fim de semana e eu não tenho absolutamente nada para fazer além de definhar lentamente enquanto o veneno faz efeito em meu organismo.

Me sento na bancada da cozinha e olho para o lugar onde meu irmão estava sentado ontem, de madrugada.

Não era preciso de nenhum truque psíquico para adivinhar seus sentimentos. Bastava olhar para o seu olhar vazio e veria toda a tristeza que o rondava. Me sinto triste por ele estar assim.

Mas não posso fazer nada, muito menos eles. Não sabemos que tipo de veneno é esse, e se sequer existe algum antídoto.

Balanço a cabeça para dispersar meus pensamentos desesperançosos e desço da bancada. Olho no relógio, são 7:18. Quem é que acorda tão cedo assim num sábado?!

A casa está silenciosa e melancólica, como se soubesse da situação pela qual estou passando.

Cumprimo meus lábios em uma linha fina e solto um suspiro. Preciso ocupar minha mente.

Pensando nisso, resolvi fazer o café da manhã para o meu irmão e meu pai.

Quando termino, coloco a torta de morango em cima da bancada e faço chá para acompanhar.

Me sento numa cadeira e espero os dois acordarem.

legal, eles estão demorando demais.

Com um sorriso no rosto, vou ao quarto do meu irmão e o encontro deitado de bruços na cama, totalmente coberto pelo edredom quentinho.

Mas ele nem sente frio!

Dou de ombros e me jogo em cima dele.

- O que...? - ele acorda atordoado e quando vira a cabeça na minha direção, eu fiz cara de inocente. Ele cerra os olhos mas depois deixa escapar um sorriso preguiçoso. - Bom dia maninha.

- Bom dia Ash. - me levanto e tiro a coberta de cima dele, o puxando pelo pé para fora da cama. - Vamos, levanta! Eu fiz o café.

Ele dá um jeito de se livrar do meu toque e levanta. Fica parado por alguns segundos e sorri maroto. O encaro desconfiada, ele está planejando alguma coisa.

Antes que eu pudesse questionar, ele me joga em seus ombros como se eu fosse um saco de batatas.

- Ei! Aslan! Me põe no chão! - ouvi a sua gargalhada como resposta e descemos até a cozinha. Lá já estava o meu pai com um pedaço da torta numa mão, e uma caneca com chá na outra.

Meu irmão me coloca sentada numa das cadeiras da bancada e se senta ao meu lado, de frente para o papai.

- Bom dia crianças. - sorri o meu pai. O comprimentamos de volta e começamos a comer. Até que eu me lembro de que preciso dizer ao meu pai do veneno.

Olho para minhas meias com estampa de corações, sem saber como começar essa conversa. Engulo em seco. Devo agir como uma adolescente madura e confiante. Isso.

- Ah, pai? - minha voz saiu mais nervosa do que eu esperava. Ele me olhou em resposta - Podemos conversar?

Ele termina de mastigar e olha a hora no relógio.

- Olha querida, eu preciso estar na cafeteria perto da sua escola em vinte minutos. - deu uma pausa - Você tem dez minutos.

- Vai se encontrar com alguém? - Aslan pergunta descontraído.

- Sim.

Nos surpreendemos com a sua resposta.

- Vou me encontrar com a Natalie. - ele tenta esconder um sorriso, mas acaba sorrindo de canto. - Podemos conversar antes que eu saia, Lo.

Draco Glacies - TW | Derek HaleOnde histórias criam vida. Descubra agora