Draco Glacies - TW | Derek Hale

Capítulo Vinte e Oito

Quando acordei já passava das 13h da tarde.

Desci as escadas e meu irmão estava assistindo TV na sala. Assim que me viu veio me dar um abraço.

- Está melhor? - acenei positivamente depois que nos separamos. Ele pegou minha mão e me guiou até a cozinha onde me sentei num banco da bancada. - Eu pedi comida japonesa pra você.

Sorri grata, mas torci o nariz enquanto ele colocava a comida na mesa. Não sinto fome e tenho a sensação de que se eu comer qualquer coisa vou vomitar.

Mesmo assim me forcei a engolir aquela comida.

Meu irmão me olha com ternura e não consegui suportar seu olhar. Em breve eu iria morrer e ele ia ficar triste. Esse pensamento foi o suficiente para me fazer desviar o olhar para minha comida quase intocada.

- Alguma novidade sobre o sumiço e morte do Dylan Carter? - perguntei para quebrar o silêncio e fazer seu olhar sobre mim mudar.

Ouvi seu suspiro e pude ver pela visão periférica Aslan passar a mão bagunçando seus cabelos naturalmente platinados.

- Talvez. Mas não temos certeza. O Isaac disse que o Stiles pode ter descoberto algo, mas que só iria nos dizer se tivesse certeza. Eles pensam que um novo monstro está na cidade, um monstro que quer alguma coisa e que o próximo assassinato pode acontecer daqui alguns dias.

- Mas você não acredita nisso, não é? - ele me encarou por um tempo e depois se aproximou.

- Eu ainda acho que os Argent's tem alguma coisa haver com isso. - falou baixo como se mais alguém pudesse nos ouvir, e me perguntei se papai estava em casa para nos escutar. - Mas precisamos ver o primeiro corpo para ter pelo menos uma base para a suspeita.

Ergui as sobrancelhas e o encarei desacreditada.

- Como? O corpo foi encontrado há algumas semanas atrás e com certeza já foi enterrado. Deve estar em estado de decomposição. - apontei e à essa altura a comida japonesa já estava do outro lado da bancada. - Anão ser que fôssemos até o cemitério e...

Aslan fez a cara de quem acabou de pensar em algo.

- Não, Ash, de jeito nenhum eu vou desenterrar um corpo. - declarei quando seus pensamentos sussurraram em minha mente as suas intenções. - Muito menos à meia noite.

Arregalei os olhos para dar mais ênfase na minha frase.

- Lori, por favor, nós precisamos ver. Precisamos confirmar se a primeira vítima também tinha indícios de furos feitos por seringas. - insistiu e eu neguei freneticamente com a cabeça, me surpreendendo por não sentir nenhuma tontura com isso.

Até que eu tive uma ideia.

- E se você acessar as memórias de alguém que viu o corpo no dia? - ele arregalou os olhos na minha direção e eu sorri vitoriosa. - Que tal o Scott, ou a Lydia ou...

- O Stiles!

****

- Stiles, por favor, abre essa porta. - Aslan insiste mais uma vez para o garoto que se trancou dentro do quarto.

- E deixar vocês usarem seus poderes em mim de novo?! - gritou sarcástico - Não! Eu nem sequer sabia que vocês podiam invadir a minha mente.

Suspirei e cruzei os braços. Talvez a ideia de entrar na cabeça do Stiles não tenha sido muito boa. Com certeza já tive ideias melhores, e não acredito que o meu irmão me apoiou nessa asneira.

- Aslan, vamos pra casa. É óbvio que ele não vai abrir pra gente, você traumatizou o cara.

Ele me fuzila com os olhos e volta a bater na porta do quarto do nosso amigo histérico.

Nós chegamos aqui sem avisar, o que já foi bem estranho para o novo lobisomem da alcatéia do Scott. Meu irmão também não foi nada gentil quando entrou na cabeça do Stiles e o forçou a contar tudo o que sabia pra gente.

Depois de sair do torpor de ser manipulado psicamente, o Stiles percebeu que havia algo errado e saiu correndo nos deixando sem entender nada. Quando raciocinamos, ele já estava trancado no quarto.

- Eu vou contar tudo pro Scott! - ele ameaçou diversas vezes. - Vocês estão ferrados, o Scott é um alfa genuíno e ainda é meu melhor amigo. E sabe o que os alfas fazem? Ele protegem a alcateia de ameaças e de dragões intrometidos que não tem noção nenhuma de privacidade!

Revirei os olhos várias vezes e meu irmão também. Se Scott ficar desconfiado de nós, já era a investigação, já era a confiança dele, já era a amizade e já era Beacon Hills.

Segurei no braço do Aslan antes que ele esmurrace a porta e neguei com a cabeça.

- Chega Ash, você só vai piorar as coisas.

Ele me olhou atordoado e meneou a cabeça.

- Não! Lori, você ouviu o que ele falou! Eu vi o corpo da primeira vítima, ela também tinha marcas de seringa, Lorena. Ela também foi vítima daqueles monstros!

Mordi o lábio inferior sem saber o que fazer.

- Aslan, que monstros? - gelei e  o meu irmão também me olhou apreensivo quando ouvimos a voz do Scott.

Ele estava perto de nós com os braços cruzados. Estremeci quando vi uma ameaça explícita em seu olhar.

Olhei para meu irmão que me olhou de volta e sussurrou na minha mente.

- E agora? - mesmo em pensamento, sua voz tinha um toque de desespero.

- Precisamos contar a verdade.

Seu olhar mudou para endurecido, negando a minha proposta.

- Aslan! Temos que contar! Se não perderemos a confiança do alfa da cidade. Além disso, Scott é confiável, ele também pode nos ajudar na investigação.

Vi ele fechar os olhos e respirar fundo resignado.

- E então? Estou esperando. - desviei meu olhar rapidamente para o alfa para ver sua feição dura. Stiles destrancou a porta em algum momento que eu não reparei e nos encara do mesmo jeito que Scott. Como se fôssemos uma possível ameaça.

Aslan revira os olhos.

- Tá legal, mas você fala.

Se eu não estivesse apreensiva, eu daria um sorriso vitorioso agora mesmo.

Me virei para o Scott e engoli em seco quando seus olhos afiados se voltaram para mim.

- Quanto você ouviu da nossa conversa? - comecei receosa.

- Tudo, desde quando o Stiles entrou no quarto.

Troquei o peso de perna nervosa.

- Certo. É melhor nos sentarmos, a história é longa.