Capítulo Doze

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Quando cheguei na escola os alunos estavam felizes por ser sexta feira. Ouvi duas meninas falando sobre uma festa que iria ter hoje.

- Você ficou sabendo? - uma loira perguntou para uma morena. - É hoje a festa da Lydia!

- Ah sim, eu fiquei sabendo. Me disseram que a bebida está liberada! Soube também que a Lydia Martin convidou o gato do Cameron Kash. - diz a morena e se abana

- Sério? Acha que tem alguma chance dele me notar? - a loira perguntou

- Eu acho que é só balela. - a morena responde e olha algo atrás da loira - Mas, falando na beldade, olha alí!

Curiosa, olho para o lugar que ela apontou e encontro a Lydia andando ao lado de um garoto loiro. Os dois conversam com muitos sorrisos e parecem bem à vontade com a presença um do outro.

As duas meninas cochicham alguma coisa que eu não me esforço para saber e saem com risadinhas.

Enquanto eu pego algumas coisas no meu armário, sinto a presença de Lydia e do garoto que estava com ela.

- No que posso ajudar? - pergunto antes deles me chamarem, assustando o garoto que me olha de um jeito estranho. Lydia sorriu para mim.

- Primeiramente, bom dia! - a ruiva me comprimentou e eu apenas meneei a cabeça - Segundamente, hoje vai ter uma festa, na minha casa do lago. E eu quero que você esteja lá. Se quiser pode levar mais alguém.

- Uma festa em comemoração do que? - perguntei procurando a necessidade disso. Ela deu de ombros e olhou ao redor.

- Só para sair do tédio. - sorriu para mim novamente - Esteja na minha casa às 20hrs, para nos arrumarmos. A festa começa às nove.

- Eu não quero ir. - digo tranquilamente começando a andar para a biblioteca.

- E por que não? - pergunta

- Não vejo motivos para ir.

- E eu não vejo motivos para não ir.

Solto uma risada e resolvo ceder.

- Tudo bem, estarei lá às oito.

- Ótimo! Boa aula! - diz e some pelos corredores.

- Aí, Lorena né? - pergunta o garoto que estava com ela.

- Sim. E você é...?

- Cameron. Cameron Kash. - Ele sorri para mim, e me dou conta de que é o cara que as meninas estavam falando. - Se quiser uma companhia na festa, é só me chamar.

Diz e deposita um papel bem dobrado na minha mão, encostando seu braço de leve em mim.

Dei o meu mais falso sorriso e saí sem me despedir.

***

Stiles veio hoje. E ele parece estar muito perturbado, mais que o normal. Seus dedos batucam com força e velocidade a mesa em que se apoia. Seus olhos não param quietos em um só lugar, seu olhar está atento. Ele está em alerta.

- Stiles! - sussurro sabendo que agora, lobisomem, ele vai me escutar. O garoto se virou para mim confuso. - Relaxa.

- Eu tô bem. - sussurra de volta e ergo uma sobrancelha. Ele bufa irritado e revira os olhos - Tá legal, estou sentindo  um cheiro estranho.

Fingi escrever algo em meu caderno quando o professor de álgebra olhou na minha direção. Assim que percebi que estava seguro, voltei minha atenção ao lobisomem perturbado.

- Isso é normal. Você é um lobisomem agora. Tem seu olfato apurado. - tento o acalmar, mas ele me olha estranho.

- Não. Quer dizer, sim, eu sei disso. Mas eu estou sentindo cheiro de... cachorro molhado, ou algo parecido. - segurei uma risada.

- Você está sentindo seu próprio cheiro.

Ele me fuzilou com o olhar. Mandei um sorriso para ele, e voltei a me concentrar na conta em meu caderno.

Logo, o sinal tocou, sinalizando o final de mais uma aula. Hora do lanche.

Pego minhas coisas e guardo na mochila. Me levanto e espero na porta o Stiles atrapalhado me acompanhar.

- Você vai na festa da Lydia hoje? - ele me perguntou.

- Sim. - respondo simples.

Um silêncio perdurou entre nós.

- Você não vai nem me perguntar se eu vou? - Stiles perguntou incrédulo.

Dei de ombros antes de responder.

- Não. Tenho certeza que estará lá. - suspiro e me sento numa mesa qualquer, seguida de um Stiles indignado - Assim como o resto do Pack.

Ele ergueu as sobrancelhas para mim.

- Você é esperta.

- Não, é óbvio que todos vocês estariam lá. A Lydia faz parte do Pack, então ela com certeza convidou todos vocês. E como é uma festa, nenhum de vocês iria querer recusar o convite.

O olhei cerrando os olhos.

- Não é mesmo? - o moreno abaixou os olhos na direção de suas batatas fritas.

- Talvez. - sorri com resposta.

***

Quando cheguei em casa, a primeira coisa que fiz foi dar um abraço apertado no meu irmão. E depois de quase esmagá-lo, ele me disse que papai deixou comida na geladeira.

Tal comida, que na verdade era um frango que eu tenho certeza que foi comprado já temperado, e assado.

- Não dá pra continuar vivendo assim! - exclamo meu irmão jogado no sofá - Não podemos sobreviver só na base da pizza e de comida requentada. Preciso de comida de verdade!

E lá estava o Aslan fazendo seu bom (não tão bom assim) e velho drama. Esse menino não muda nunca.

Mas tenho que concordar. Após ser colocado no microondas, o frango perdeu seu gosto bom. E esses últimos dias só comemos besteiras. Pizza, lasanha, hambúrgueres. Realmente não da pra viver assim.

Revirei os olhos.

- Tem razão. Mas você sabe cozinhar? - Ele ficou calado. - Pois é, teremos de nos contentar com isso.

Ele assentiu com a cabeça e se sentou numa das cadeiras da bancada.

- O que faremos enquanto papai não estiver aqui? - me perguntou apoiando os cotovelos na mesa e seu rosto em suas mãos.

- Eu não sei. Talvez...- fui interrompida por batidas frenéticas na porta. - Eu vou lá atender. Fique aqui.

Me encaminhei até a porta, mas antes de abri-la, senti cheiro de lobisomem, e duas presenças.

Quando abro a porta, me deparo com Scott e Derek. Scott sorri para mim.

- Olá Lorena. Precisamos de você. - o mais novo diz.

- O que foi? - pergunto escorando na porta.

- Lembra do corpo que encontramos na floresta? - assenti em resposta - Nós descobrimos quem era. E agora a polícia também sabe.

- E quem era?

- Megan Margareth.

- Nunca ouvi falar. Você a conhecia? - perguntei curiosa

- Ela trabalhava numa loja aqui perto. Mas nunca fiz amizade com ela.

- E você? - perguntei ao Derek

- Conhecia. - respondeu simplesmente. Levantei as sobrancelhas esperando mais alguma resposta dele, mas nada veio. Quando Scott percebeu isso, ele voltou a falar.

- Além disso, encontramos outro corpo hoje.

- Hoje? Quando? - perguntei, mas ele parecia estar meio nervoso. Olhou para os lados assim como Derek e se virou para mim apreensivo.

- Será que nós podemos entrar?





Draco Glacies - TW | Derek HaleOnde histórias criam vida. Descubra agora