Draco Glacies - TW | Derek Hale

Capítulo Vinte e Quatro

Meu peito se enche de esperança e um sorriso mínimo surge na minha boca assim que vejo Stiles, mas ele está acompanhado pelo Cameron.

Meu sorriso morre na hora.

Não quero ter que explicar toda essa história de novo e ser taxada de louca. Eles estavam lá quando eu disse para o Aslan que achava que estava sendo seguida.

Definitivamente não.

Vejo Lydia descendo as escadas, e o homem já não está mais alí. Procuro-o com os olhos e respiro aliviada quando não o vejo mais.

Me recomponho e alcanço a Banshee que por um milagre está sozinha.

- Lydia? - Ela desviou os olhos do celular e sorriu para mim.

- Oi Lorena. - ficamos um breve momento em silêncio. Eu não sabia o que dizer. Mordo o meu lábio olhando para baixo. - Já comeu?

Voltei a olhar para ela e sorri fraco.

- Ainda não.

- Quer vir comigo? - assenti e a ruiva entrelaçou seu braço ao meu e fomos andando lado a lado. É estranho. Não temos nem um pingo de intimidade mas mesmo assim ela me trata como se fôssemos amigas há anos.

É estranho, mas um estranho bom.

- Por que não vem lá em casa hoje? - sou tirada dos meus pensamentos pela sua pergunta. Franzi o cenho.

- O que?

- Poderíamos fazer alguma coisa só de garotas, posso chamar a Kira e a Malia também, o que acha? - sugeriu e chegamos ao refeitório. Automaticamente meus olhos procuram pelo meu irmão entre a multidão de alunos, e quando eu o acho, ele já está olhando para mim. Desvio o olhar.

- Tipo.. uma noite das garotas? - perguntei me sentindo tímida de repente. É o que eu disse, me sinto confusa fraca e impotente, sinto que algo está faltando em mim. Deve ser por isso que estou tão sensível hoje.

- É. - respondeu com o tom de voz suave. - Só nós quatro. - se virou para mim. - Hoje. Na minha casa. Às oito. Topa?

Acenei que sim com a cabeça e ela sorriu.

- Ótimo! - voltou a entrelaçar seu braço ao meu.

Essa será a primeira vez que eu vou em alguma noite das garotas. Eu já tive amigas antes do meu irmão e da minha mãe desaparecerem. Mas depois disso, eu e meu pai nos mudamos para outro lugar, então perdemos o contato.

Lydia parece ser legal. Confesso que no começo eu fui meio rude com ela, não dei muita confiança. Mas agora me sinto mal por isso. Ela vem se mostrando ser uma garota companheira e inteligente. Espero que possamos ser amigas.

- Eu vou chamar a Malia, a Kira e..nada de garotos hoje. Hoje vamos ser só as garotas.

Sorri com a sua fala. Talvez possamos ser boas amigas.

******

Junto minhas coisas quando bate o último sinal do dia. Hora de ir embora.

Quando passo pela porta da sala de aula encontro Aslan me esperando. Ele me olha como um pedido silencioso de "Vamos conversar?"

Não Aslan. Não dessa vez. Você me magoou, me deixou totalmente desamparada e à mercê daquele cara.

Desvio meu olhos dos dele ajeitando a minha mochila. Caminho até o carro e me encosto no mesmo esperando o meu irmão destrancar. Quando entro e fecho a porta, ele fica alguns minutos em silêncio antes de respirar fundo e dar partida no carro.

- Não vou dormir em casa hoje. - anuncio cortando o silêncio. Pelo canto do olho observo ele me olhar por alguns segundos antes de voltar seus olhos para a estrada.

- Aonde você vai? - questiona.

- A Lydia me chamou para dormir lá. - soltei uma risada sem humor - Se você não acredita, pode ligar para ela.

Esse foi o gatilho para ele parar o carro no acostamento e virar-se para mim. Não olho para ele, não mexo um músculo para a sua direção.

- Olha, Lori, eu... - o interrompo.

- Não Aslan. - engulo em seco - Não vamos conversar sobre isso agora.

O garoto suspira fundo, pigarreia e volta a sua atenção para o volante dirigindo para a nossa casa.

Quando chegamos em casa, saio do carro e subo as escadas sem nem olhar para ele. Tomo um banho bem demorado e relaxante.

Coloco uma blusa rosa, uma calça jeans preta e um sobretudo preto. Calço tênis brancos e pego alguns dólares na carteira.

- Aslan, vou sair para comprar alguma coisa para comer. - olhei para o meu irmão sentado no sofá, ele me olha triste. Respiro fundo e desvio o olhar. - Quer algo?

- Quero. - se levanta e para na minha frente. - Quero que você pare de me ignorar assim. Pare de agir feito criança.

Solto um riso de descrença, agora o encarando nos olhos.

- Você não acredita em mim, eu estava dizendo a verdade! Eu estava com medo Aslan! Você era a única pessoa que eu achava que poderia me ajudar, ou pelo menos me acalmar! - o olhei friamente - Mas tudo o que você fez foi me deixar sozinha. Me fez ficar com ainda mais medo.

- Lorena, como você quer que eu acredite numa coisa dessas? - aumentou seu tom de voz. - Estava tudo bem, quando de repente você vem dizendo que um homem desapareceu bem na sua frente!

O encarei impaciente e sem esperanças .

- Os únicos seres capazes de fazer isso são os dragões! - continua e arqueia as sobrancelhas em ironia - Você pelo menos sentiu o cheiro de dragão? Você reconheceu um dos nossos? Lorena, acho que você está muito cansada. - respirou fundo de novo e passou a falar mais baixo - Talvez você não tenha se recuperado totalmente da última luta.

Franzi o cenho, ele acha que estou delirando?

- Aslan, eu sei muito bem o que eu vi! Aquele cara não tinha cheiro de dragão! - apesar de atualmente não poder confiar no meu olfato, meu irmão não precisa saber disso. - Mas você não acredita em mim mesmo. Posso até estar agindo feito criança agora, mas eu não estou delirando e muito menos louca!

Sem dar a chance dele dizer mais nada, saí de casa. Assim que pus meus pés do lado de fora, soltei um suspiro de raiva enquanto lágrimas caem dos meus olhos. Meu próprio irmão não acredita em mim.

Respiro fundo e enxugo as lágrimas. Recomponha-se Lorena.

Andei rapidamente, abraçando o meu próprio corpo. Aquela sensação de estar sendo observada me acompanha desde a ida à cafeteria até a volta.