Capítulo Seis

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Quando cheguei em casa descobri que hoje é quarta-feira. Acordei tarde, e não estava na minha casa então não vou para a escola hoje.

Meu quarto está uma zona e ainda falta terminar de colocar as coisas que ainda estão na caixa. Falando em caixa, vejo que as caixas que peguei do porão ainda estão aqui. E a pedra está jogada no chão.

Como é que eu vou tirar esse negócio daqui?

Das minhas mãos saem flocos de Gelo que se concentram ao redor da pedra. Levanto minha mão, e o gelo e a pedra levantam junto. Coloco a pedra dentro da caixa de novo e selo com gelo.

Sorrio satisfeita comigo mesma e faço um coque no cabelo. Pego meu celular e o conecto com uma caixinha de música que eu tenho. Coloco para tocar "Mic Drop - BTS".

Começo a decorar meu quarto com as minhas caixas, e arrumo a bagunça.

 ***

Já terminei de arrumar minhas coisas. Sento no chão perto das caixas do porão e abro uma qualquer. Ela está bem empoeirada. De lá de dentro eu tiro uma foto.

Tinha um homem de terno, e o seu cabelo está com certeza, propositalmente bagunçado. A foto é preta e branca, então não sei dizer que cor são seus olhos.

Do lado do homem está uma mulher com o cabelo preso em um coque e brincos enormes, um colar e um vestido estilo antigo. Na frente da mulher tem um menininho de uns 8 anos. Ele também está de terno e com o cabelo penteado para trás.

Quem são eles?

- Lorena! - escuto meu pai gritar

- Estou indo pai! - grito de volta. Coloco a foto no chão e vou até meu pai que está no seu quarto se arrumando.

- Eu vou para a delegacia agora. Tem vinte dólares no móvel da TV e tem uma chave reserva no meu escritório. - Ele termina de falar e vem até mim - Estou indo agora, tchau filha.

Diz e me dá um beijo na testa.

- Tchau pai - respondo.

Sorrio sacana comigo mesma quando meu pai fecha a porta. Vou correndo para a cozinha pegando todo tipo de guloseimas e vou para a sala.

Me acomodo no sofá e ligo a TV na Netflix. Coloquei Riverdale e abri um pacote de Doritos.

Tava tudo tranquilo, até que ouvi tocarem a campainha. Me concentrei e consegui sentir o cheiro de Derek.

Revirei os olhos e gritei um já vai.

- O que você tá fazendo aqui? - perguntei assim que abri a porta. Derek entrou e já foi se acomodando no sofá.

Olhei para ele incrédula e semisserrei os olhos.

- Seu pai pediu pra que eu ficasse de olho em você. - olhei para ele desconfiada, recebendo um olhar entediado de volta.

Encostei na porta a fechando e me acomodei no sofá ao lado de Derek. Retomei meus Doritos e ao olhar para Derek vi que ele observava o mesmo com os olhos praticamente brilhando.

Sorri e tirei um salgadinho do pacote e fingi estar o admirando.

- Isso é muito gostoso não é mesmo? - digo me segurando para não rir e balançando levemente o salgadinho que está entre meus dedos.

- Sim...- respondeu Derek. Hmm parece que temos um cachorrinho com fome.

Sorri sacana e levei o salgadinho lentamente à boca. Mas antes que eu o colocasse inteiro na boca, Derek avançou e mordeu metade dele e voltou para seu lugar como se nada tivesse acontecido.

O vi sorrir levemente.

- Ladrão.- digo baixo o olhando com raiva. Aproveitando da minha guarda baixa, ele tomou o pacote da minha mão.

Olhei para ele com os olhos arregalados. Derek ficou doido!?

O encarei emburrada e peguei outro pacote.

Um tempo depois,uma coisa passou pela minha cabeça, por que meu pai pediu logo à Derek para ficar de olho em mim?

- Derek, por que meu pai te pediu para ficar aqui? - perguntei me virando para ele

- Porque ele queria te manter segura. - respondeu sem me olhar. Revirei os olhos.

- Não,não, digo, por que logo você ? - perguntei

- Nós somos amigos de longa data. - respondeu simplesmente.

 ***

Assim que meu pai chegou Derek escapuliu para fora sem olhar para trás.

Mal educado.

Pensei estreitando os olhos. Meu pai chegou meio atordoado, ele parecia melancólico.

No jantar ele ficou calado e nem tocou na comida direito. Quando ele se levantou e foi para o quarto soube que era a hora de conversar.

- Pai? - perguntei abrindo um pouquinho a porta do seu quarto.

Meu pai que estava com as mãos na cabeça e sentado em sua escrivaninha, olhou para mim e ajeitou a postura.

- Sim, Lorena. - respondeu

Entrei e sentei na cama, atrás dele e olhei para minhas mãos sem saber como começar a falar.

- Você está bem? - perguntei meio insegura. Ele se virou para mim e suspirou.

- Estou. - Seu coração acelerou e ele não olhou nos meus olhos.

- Então por que chegou triste? - perguntei insistindo

- Não consegui concluir um caso no trabalho. - novamente estava mentindo. O olhei com uma sobrancelha arqueada.

Ele suspirou novamente dando uma risada nasal.

- É porque eu pensei ter visto seu irmão. - ele diz e abaixa a cabeça

- Eu também. - digo o fazendo me olhar - Eu vi ele no espelho.

Ele arregalou os olhos e levantou de supetão.

- Você acha que...Não! Não é possível! - estremeci compreendendo o que meu pai quis dizer. Seria possível meu irmão estar vivo?

- Não sei... ele apareceu para mim e eu..Eu meio que..senti seu toque. - digo receosa

- Então talvez eu tenha o visto mesmo! - diz andando pra lá e pra cá

Enruguei a testa pensando na possibilidade. Eu realmente prefiro acreditar que é só a saudade, é melhor do que criar esperanças sobre algo que jamais poderia acontecer.

Me levantei da cama e dei um suspiro.

- Bom, estou cansada, acho que vou dormir mais cedo. - dei um beijo na sua bochecha - Boa noite pai.

- Boa noite,querida.

 ****
         

Acordei com dor de cabeça. Olhei as horas no celular. 4:02. Bufei me virando de lado na cama. Fechei meus olhos tentando voltar a dormir, mas a dor de cabeça não deixou.

Levanto de vagar da cama e vou ao banheiro. Me encaro no espelho. Meu rosto parece mais cansado. Meus olhos estão vermelhos.

É isso que dá acordar no meio da noite.
Pensei mal humorada.

Draco Glacies - TW | Derek HaleOnde histórias criam vida. Descubra agora