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OS COELHOS MASCARADOS
The Kids are Coming - Tones and I


A Lua e o Sol, os amados condenados. Diz a lenda que a Lua estava perdidamente apaixonada pelo Sol, e o Sol por ela.

Infelizmente, só se podiam beijar por um minuto, ao pôr-do-sol. Eles tinham sido condenados pelo amor que sentiam um pelo outro. A Lua, nas noites em que estava mais triste por não ter mais tempo com o seu amado, chorava. As suas lágrimas não eram molhadas nem leves, mas sim pesadas como o seu sofrimento. Chamavam-se “pedras da lua” ao seu choro profundo e silencioso, durante a noite escura.

Fui em direção ao meu quarto e peguei na única pedra lunar que eu tinha. Elas eram raras e muito poderosas, tinham o tipo de poder que podia tornar-se perigoso nas mãos das pessoas erradas. Como por exemplo, nas minhas.

*****

Dia dos pedidos. Era o dia em que as portas do reino estavam abertas a todo o povo para virem pedir várias necessidades que precisavam. Eu estava na minha sala do trono, sentada no meu trono negro com chamas vermelhas e laranjas e com a minha coroa na cabeça. Até parecia uma rainha normal, mas isso era mentira. A minha história era tudo menos normal.

- Bom-dia rainha, eu tive um problema com as colheitas de morangos este mês. Um terço delas estavam todas comidas ou amassadas. Na minha opinião acho que anda algum lobo selvagem pelos campos. - disse-me um aldeão.

- Aqui o meu "papi" tem razão, donzela. - completou um rapaz muito estranho. Ele estava com um trigo na boca como se fosse um cigarro. - Eu tentei fazer de espantalho para tentar apanhar a besta comedora de morangos mas não consegui nem estar parado um minuto.

- Ah compreendo. - ele está maluco da cabeça. - Posso saber o teu nome?

- Mas é claro minha donzela. Eu sou o Yuri, o fazendeiro. Mas pode me tratar por "o homem dos teus sonhos". - piscou o olho e tirou o seu chapéu de palha fazendo um vénia desastrosa. Este rapaz se tem cérebro não o sabe usar decerteza.

- Pois, Yuri, tu e o teu pai podem estar descansados que eu e o meu conselho real vamos tratar do assunto. - disse-lhes e eles agradeceram. - Seguinte.

Quando uma rapariga, que eu me lembrava ser trabalhadora num café, chegou-se há frente um miúdo veio a correr passando pelos guardas e veio até mim.

- Ajudem-me por favor. Rainha por favor. - o rapaz que não devia ter nem doze anos começou a gritar nervoso.

- Acalma-te. Eu ajudo-te mas tens de te acalmar primeiro. - disse-lhe e levantei-me do meu trono. - Que se passou?
- É o meu avô. Bem a loja do meu avô foi assaltada agora mesmo de manhã. Eu preciso da vossa ajuda.

- Está bem, eu vou ajudá-lo. O seu avô onde está? - perguntei já nervosa por causa do rapaz.

- Eu tinha ido deitar o lixo fora e quando voltei uns rapazes mascarados com uma máscara assustadora de coelho passaram por mim a correr com um saca. Eu entrei na loja e vi que o meu avô estava parado e não reagia a nada do que eu dizia. Eu não sabia a quem pedir ajuda então fechei a loja e vim ter consigo. - falou tão rápido que eu quase não acompanhava o que ele dizia. Mas soube que era mais importante do que algum animal que andava a comer as colheitas. Primeiro precisava de ajudar este pobre rapaz.

- Hector fecha as portas. Eu atendo estás pessoas todas quando tratar deste assunto. E reúne o meu conselho na minha sala principal. - disse alto e chamei o rapaz para me seguir.

𝐎𝐬 𝐄𝐥𝐞𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora