O céu era um enorme borrão escuro, com milhares de borrões menores em cor branca. Se fosse uma pintura, poderíamos dizer que um pintor displicente havia deixado cair pequenas gotículas de tinta branca em uma tela negra.
Bom, talvez essa não seja a melhor analogia para se descrever a imensidão de nosso céu noturno estrelado, mas vai ter que servir por enquanto, prometo por todo rum do mundo que na próxima vez penso em algo melhor.
O mar, ah, o mar! Aquela imensidão de água, água, o glorioso líquido da vida! O segundo melhor na minha opinião, pois logicamente o rum é o primeiro.
Oh, onde eu estava?
A sim, me lembrei.
O mar imenso era desbravado destemida e corajosamente pela nossa (minha) embarcação (nota de esclarecimento: ele é meu sim mas por pressões externas a tripulação, enquanto me referir a ele terei de dizer "nosso", não que eu respeite essa decisão, mas em consideração a tripulação talvez, digo talvez, eu utilize "nosso" nas minhas anotações do diário de bordo, mas não prometo nada).
Seu casco, como todo madeiramento, eram feitos das madeiras negras do norte, todos os detalhes nele eram pensados, cada coisinha mesmo, para serem elegantes e mortais para nossos inimigos (ele combina com o dono, e não Zira, eu não estou sendo egocêntrico).
Voltando, o mar estava calmo naquela noite, o que e deixava deveras desconfortável, "A calmaria vem antes da tempestade", esse é o ditado mais ouvido pelas pessoas que estão no mar, e verdade seja dita, ele é uma das poucas coisas no mar que os marinheiros dizem ser real.
Bom, nada naquela noite sairia fora do planejado, então não havia porque me preocupar, era uma simples missão de recebimento de mercadoria.
Claro, tinha algumas complicações, mas nada que não déssemos um jeito.
"Nós" navegamos até que velozmente, com a dádiva do vento estar a nosso favor, e chegamos relativamente cedo em nosso destino.Uma enseada atrás de um enorme penhasco que abrigava um castelo localizado em seu topo.
Eu particularmente acho arriscado colocar uma construção em um lugar desses, mas devo admitir que gostei do estilo.
Decidimos começar os preparativos, um dos nossos desceu em um bote, e com suas labaredas incandescentes fez uma nuvem de vapor se levantar, a qual usamos como neblina para nos disfarçarmos.
Em seguida , simplesmente aguardamos pacientemente pela nossa mercadoria.
Aproveitei esse tempo para entrar na minha cabine e escrever essas linhas, a pouco olhei pela janela, as estrelas realmente fazem lindos desenhos nesse céu.
Apesar de as nuvens o deixarem parcialmente nublado, ainda conseguirei me guiar pelas próximas aventuras com o intermédio das constelações.
Acabei de ouvir o barulho de algo caindo no mar, deve ser nossa tão aguardada mercadoria. Parece que os marujos vão ter uma boa pescaria hoje.
Irei verificar se tudo está bem com o nosso convidado, mas duvido que algo tenha dado errado, afinal, leviatãs não se afogam.
"Fim do diário do Capitão por hoje".
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Crônicas de um vagabundo
FantasyUma fantasia feita pra ser fluida e simples, escrita por um por um autor imprestável