Capítulo 2

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Trabalha como se vivesses para sempre. Ama como se fosses morrer hoje.

Sêneca

O parque está lotado, até parece que está distribuindo coisa de graça, um barulho de dar dor de cabeça. Tem vários repórteres, carros, policiais, o que imaginar... Quando saí daqui a primeira vez, tinha apenas uma viatura e grupinhos de pessoa se perguntando “o que aconteceu?”. Vejo Tom de longe, ele está contendo uma multidão. Samuel, desce do táxi, me recusei a te dar uma carona, ele pergunta:

- Como vamos passar por essas pessoas? A polícia não tem uma capa voadora, tem? - Eu não sei si a pergunta dele foi uma piada ou algo sério. Além de cretino é idiota ou burro!

- Você podia falar com os seus amiguinhos jornalistas, para deixarem a gente passar! - Aproveito para provocá-lo, ainda pensando em como chegar ao corpo passando por esse aglomerado de pessoas sem ser pisoteada.

- Por que você não usa seu distintivo? Darw!

Eu aponto para um policial sendo xingado de palavrões que eu nem sabia que existia.

- É, não vai ser uma boa ideia parceira.

- Eu não sou sua parceira.

- Já sei! - ele falou e foi na direção da multidão. Não entendi nada, mas resolvi segui-lo, era minha única solução.

Ele se aproxima de uma homem e de uma mulher, que estão com câmaras, outros jornalistas, eles estão longe do corpo, então não sei como podem me ajudar.

- Mario, Ângela... - ele os cumprimenta. Os dois sorriem. Pelo visto se conhecem.

- Samuel, o que está fazendo aqui? Chegou tarde, Hem? Espera... isso no bolso dela é um distintivo. Não me diga que fez aquilo de novo.

- Eu estou querendo ver o corpo de perto, será que podem me ajudar?

- Querendo uma foto exclusiva? - o tal Mario pergunta, como si o corpo fosse um famoso pedindo para aparecer. Esse é um dos motivos pelo qual eu não gosto desse tipo de gente.

- Dessa vez não, estou preparando algo grande, que vai trazer muito reconhecimento para o jornal. Então, vão me ajudar?

Eles acenam com a cabeça. De repente, a moça se joga no chão e começa a tremer como si tivesse tendo uma epilepsia, o homem começa a gritar realmente parecendo desesperado:

- Me ajudem, a minha esposa está tendo um ataque. Me ajudem! Ela está grávida! Socorro!!!

Si eu não soubesse que era uma armação, com certeza acreditaria, assim, como as pessoas que se aglomeraram, para socorre lá. Quando descobrirem a armação é bom serem ligeiros e habilidosos para correrem.

Samuel me puxa pela mão e caminhamos até a fita amarela, que se encontra em torno do menino, provavelmente para a multidão não invadir, está cheio de policial. Ao verem o imbecil e eu tentando entrar, me barram:

- Sinto muito, mas não podem passar da fita, área privada!

Mostro meu distintivo. Eu entro e o policial mantém o Jornalista do lado de lá, esperando que ele também mostre sua identificação.

- Detetive, será que você pode dizer a ele que somos parceiros? - ele fala.

Troco meus olhos de um para o outro:

- Parceiros, eu nunca te vi na vida! - quando termino de dizer isso, me afasto e chego perto de Tom. Vou deixar ele tentando convencer o policial que estamos trabalhando juntos durante um tempo, só para aprender a ser menos arrogante e não ameaçar o trabalho de ninguém para conseguir credibilidade para o seu jornal.

Detetive Nádia Lins Onde histórias criam vida. Descubra agora