Capítulo 17

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Se não fosse amor, não haveria planos, nem vontades, nem ciúmes, nem coração magoado.

Caio Fernando Abreu

Samuel ainda está chateado comigo, agora estou na minha mesa cheia de papelada, tenho que fazer os meus próprios relatórios e entregar tudo ao chefe até o final do expediente de amanhã. Ainda bem que Marta e eu dividimos, Tom ficou encarregado de analisar as provas, afinal, temos que mostrar tudo isso ao juiz seja lá quando for marcado o julgamento dela.

- Oi detetive Lins. - Samuel se aproximou.

- Veio se desculpar pelo seu papelão.

- Não, VOCÊ, deveria se desculpar por trair a nossa amizade.

- Samuel eu não trair a nossa amizade.

Jornalista irritante.

- Eu vim apenas buscar o Sonne. - Ele pegou um bonequinho azul sobre a minha mesa que até então eu não tinha percebido a existência. - eu coloquei para que o ambiente fosse de nós dois, mas VOCÊ não merece nem eu e nem o Sonne. Não é Sonne? - ele olhou para o brinquedo. - Agora eu vou me mudar para a mesa dos meus amigos de verdade que não me trocaram pelo Roberto.

Ele ainda está com isso! Quem fica agradecida sou eu que não preciso mais lidar com essa criança.

- O caso já terminou você deveria ir para casa, não? - perguntei categoricamente.

- Claro, você quer se ver livre de mim para poder ficar a sós com seu novo "amigo"! - ele fez aspas com a mão. - mas para a sua infelicidade e a dele, eu só vou embora depois que tiver se encerrado tudo. Além do mais eu quero escrever o meu artigo e para isso quero falar com a assassina. E que saber eu não preciso dar satisfação da minha vida a você já que não somos mais parceiros e nem amigos, e, também, não preciso trocar a palavra com você.

- Legal! - Fiz pouco caso.

Ele deu alguns passos irritado, eu cruzei os braços, acho que ele esqueceu de algo. Voltou para buscar.

- Tenho que levar a cadeira... - e saiu arrastando ela até a mesa dos "Amigos de verdade". Mesmo sendo um idiota ele me faz rir.

Depois das besteiras com o Samuel voltei a trabalhar, afinal, é para isso que eu ganho e não para aguentar as baboseiras dele.

🤝🤝🤝🤝🤝🤝

Marta acabou de me mandar mensagem, estranho, a minha mesa nem é tão longe da dela, é uma questão de vinte passos, nem isso. Eu os vejo bem no meu plano de visão:'Venha agora tirar o Samuel da nossa mesa. Ou não me responsabilizo por meus atos. O Tom e ele estão acabando com a paciência que eu não tenho.' Quero nem saber o que ele fez, mas ela que se vire, ele não é minha responsabilidade. 'Estou ocupada. Além, do mais ele não quer falar comigo.' respondi, simplesmente, deixando de lado o celular. O que foi em vão, porque ele começou a apitar que nem louco. '😠😠😠' '🔪🔪🔪' '😡😡😡' '🤬🤬🤬' 'Nao vou parar até você vim'. Ainda bem que eu tenho solução para isso. Desliguei o celular e o guardei na bolsa. O telefone na mesa começou a tocar quase instantâneamente. Uma hora ela desiste. Não, não desistiu. Me levantei e com toda calma do mundo fui até a mesa dos dois.

- Samuel volta para a minha mesa, agora, ou eu te arrasto pelas orelhas!

- Tom fala para essa mulher que está aqui, que eu não vou para lugar nenhum com ela.

Detetive Nádia Lins Onde histórias criam vida. Descubra agora