Capítulo 11

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O amor está mais perto do ódio do que a gente geralmente supõe. São o verso e o reverso da mesma moeda de paixão. O oposto do amor não é o ódio, mas a indiferença...

Érico Veríssimo

- Vocês querem a má ou a boa notícia? - Marta pergunta assim que pisamos os pés no departamento.

- Olha quem voltou! - Tom diz cumprimentando o Samuel.

- Queria um final para o meu artigo. - ele responde.

- Quais são as notícias? - vou ao que interessa.

- Antes eu preciso informar ao meu tio que voltei para terminar o caso. Aposto que ele vai pular de alegria em me ver! - Samuel fala indo na direção da sala do meu superior.

- Como conseguiu fazer ele voltar? - Tom pergunta.

- Por que você fez ele voltar, essa é a pergunta certa? - Marta indaga.

- O que você dizia do caso mesmo Marta? - mudo de assunto descaradamente.

- Assim, a boa notícia é que já sabemos onde está o tal Diego Martírios - Marta começa a explicação - e a má é que vamos ter que entrar numa área cheia de mafiosos armados, e vamos ter que prender o capô deles. 

- Eu vou ajudar vocês nisso! - Roberto que estava atrás de mim escutando tudo diz.

- Foi eu que pedi ajuda, afinal quanto mais gente melhor! - Marta enfatiza.

- Roberto?! - Samuel volta da sala do chefe e fica surpreso ao ver o primo, e, não de uma boa forma.

- Então, o que ele disse? - pergunto.

- Primeiro que eu era um irresponsável, depois que eu era muito irresponsável, depois ele disse que eu era um grande irresponsável e imaturo, terminou dizendo que eu era um...

- Irresponsável! - Tom finaliza a frase dele.

- Como sabia? - Samuel olha para Roberto - e você o que está fazendo aqui?

- Não é da sua conta. O que você está fazendo aqui, não me diga que foi preso por andar pelado em cima de um cavalo em praça pública novamente? - Roberto rebate.

- Também não é da sua conta. - Samuel usa as palavras dele. - E não era um cavalo, era uma egua.

- Tenho pena dela até hoje, por ter visto sua bunda branca.

- Chega! Marta onde está o Mafioso? - acabo com a discussão infantil dos dois.

- Num bar local.

- Vocês têm a ficha dele?

- Não temos nem uma foto, o nome não tá no sistema. Diego Martírios é inexistente. - Tom responde.

- Típico... esses caras vivem trocando de nomes é uma forma de desaparecer.

- Mas meu informante disse que o capô deles tem uma tatuagem enorme nos braços, é o símbolo da máfia italiana, não, espera, a tatuagem é o símbolo de outra máfia, parece que as duas organizações fizeram uma aliança de casamento e quando o último capô italiano morreu o capô da outra máfia assumiu.

- E que máfia é essa? - questiono. Só espero que não seja a...

- Não sei. Me esqueci de perguntar, porque alguém - ela aponta com o dedo para Tom - estava com medo e ficou me enchendo o saco.

- Porque alguém - ele aponta para Marta - não me contou que o informante dela era um assassino de dois metros que não foi muito com a minha cara.

Detetive Nádia Lins Onde histórias criam vida. Descubra agora