Capítulo 6

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Em suas pequenas imperfeições, encontro tudo que sempre sonhei de perfeito para mim.

Paulo Guedes

A casa da Léia é uma bela mansão, a churrasqueira é muito bonita e bem ao lado tem a piscina.

No nosso encontro a quatro, tem, além de mim e o meu acompanhante, Gael, ela e o “ficante”, Jean, até a Lúcia veio, eu considero isso um milagre, fiquei feliz em vê-la, é a irmã mais velha da Léia e veio com a namorada, Carol, Lúcia é a sensata das duas, gosto dela, na faculdade, dividimos o mesmo quarto do campus e viramos boas amigas, só nós afastamos um pouco, porque a profissão dela não combina muito com a minha, é uma das melhores psicológas infantis na escola que meu filho estuda, além da gente tem mais um punhado de pessoas que não faço a mínima ideia de quem são. Léia afirmou que ainda vai chegar mais indivíduos.

Sentamos todos a mesa ao lado do lugar onde o "amigo" da Léia está preparando a carne.

- Então você é detetive? - Gael tenta puxar assunto.

- Sim. - respondo - e você é personal trainer.

- Como sabe? Você é boa mesmo, Hem!

- A Léia me contou.

- Usa uma arma?

Eu sou policial, mas não, não uso uma arma, quando preciso enfrentar um bandido luto karatê com ele. Isso era o que queria responder, mas simplesmente respondi:

- Sim.

- Está com ela aí?

- Não! - na verdade, eu estava, mas não estou afim dele pedir pra ver e eu ter que tirar ela da minha bolsa.

- Você não tem medo de morrer? Com a profissão que você leva, a qualquer momento o pior pode acontecer.

- Não penso muito sobre. Além do mais, qualquer pessoa pode morrer a qualquer momento. - só espero não está demonstrando o meu total desinteresse nas minhas expressões faciais. Eu sei que ele tá tentando.

A verdade é que estou estressada e sentindo um leve incômodo na minha consciência, enquanto eu estou aqui, comendo carne, bebendo uma boa taça de vinho e curtindo a tarde com  os amigos, ele está lá, lavando aquele rebanho de carros, injustamente. Por que eu não contei a verdade?

- ... Então? - Gael pergunta passando a mão algumas vezes na frente dos meus olhos. Pisco e me concentro nele.

- Me desculpe, mas não ouvir, pode repetir?

- Nádia -  Léia me chama e pergunta já ficando de pé - vamos lá no banheiro comigo?

- Claro! - respondo e seguimos para dentro da casa. Uma desculpa perfeita para sair alguns minutos de perto de tanto falatório.

- Eu também vou! - Lúcia nós acompanha.

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Assim que passamos pela porta do water-closet, pelo menos era o que estava escrito na plaquinha feita de vidro. Léia diz em tom autoritário:

- Senhorita Lins, eu posso saber que cara era aquela?

- A que eu sempre tive! - respondo.

- Desse jeito eu não vou conseguir te desencalhar hoje! - exclama.

- Ela não é encalhada! - Lúcia me defende, enquanto retoca o batom.

Detetive Nádia Lins Onde histórias criam vida. Descubra agora