Capítulo 8

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O livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive.

Padre Antônio Vieira

- Marta, Tom. O Samuel e eu tivemos uma ideia para falar com o dono do parque! - digo, quando chego perto da mesa deles.

- Qual? - Marta pergunta.

- A gente vai se disfarçar de jornalista. Na verdade eu vou, porque ele já é.

- Isso é bom! O meu informante me retornou, ele disse que a única máfia que está dando um passeio por aqui, é a Italiana. Ah, Tom e eu conversamos e achamos melhor não tirar mais proveito do jornalista. Que tipo de policiais seríamos se algo de ruim acontecesse com ele por nossa causa, temos que ter ética profissional!

- Sério?

- Não, na verdade, ficamos com medo do chefe descobrir e mandar a gente embora. - Tom diz a verdade.

- Claro...

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- Você é Kelly Jhin! - Samuel inventa um codinome pra mim. Estamos entrando na imensa empresa Cartolinne, que deve ter uns vinte andares, talvez até mais. Mais o que mais me chamou atenção foi a fonte de água funda com um anjo colocando água pela boca, não é possível que apenas eu ache isso estranho.

- Isso não é necessário. - volto minha atenção pra ele.

- Claro que é! Polícias tem que fazer coisas divertidas que nem nos filmes! Se disfarçar, pular de um prédio, essa coisas aí...

- Claro, talvez a minha duble pule de um prédio.

- Temos que inventar uma história pra você. Você entrou no jornal há cinco anos quando seu pai morreu e você assumiu o cargo dele.

- Não.

- Não gostou dessa história? Então, que tal... você é mãe solteira que trabalha em três empregos para manter seus três filhos. A coisa ficou tão grave que teve uma época que você precisou se prostituir para sustentá-los. Ah! Vamos dizer que o Kevin está doente!

- Quem é Kevin? - acho que isso não era única coisa que devia me importar na história que ele inventou.

- Seu filho do meio, ele tem câncer no esôfago, porque estava no mundo das drogas há um ano.

- Nossa, que família!

- Isso, porque ainda não falei da sua filha mais nova, Letícia, que largou os estudos e está namorando um ladrão. Você está desconfiada que ela está grávida.

- Que? - a imaginação dele está indo longe demais - e o pai dessas crianças?

- Fugiu com a secretária.

- Não vamos inventar história nenhuma. - digo irritada.

- Por quê? - ele faz muxoxo.

Nós aproximamos da recepcionista.

- Boa tarde! O que desejam? - reconheço a voz é a mulher que falou comigo por telefone mais cedo.

Samuel toma a minha frente:

- Eu sou James Cris, e essa é minha assistente Kelly Jhin. Não liga para essa cara de cansada dela, os três filhos estão dando muita dor de cabeça. - Jesus me segura pra não atirar nele, si ele dizer que eu sou uma prostituta, eu jogo ele desse prédio. - Tenho hora marcada com o Sr. Cartolinne, vim entrevistá-lo.

Detetive Nádia Lins Onde histórias criam vida. Descubra agora