Capítulo 9

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Não é que eu tenha medo de morrer. É que eu não quero estar lá na hora que isso acontecer.

Woody Allen

Sofri uma pancada muito forte e depois caí dentro da água. Abro os olhos e estou num lugar tranquilo, há uma luz forte no ambiente, vejo a miragem do Miguel. Só posso está ficando louca.

- Miguel? - pergunto.

- Então, já desvendou? - sorri, com aquele sorriso que só ele tinha.

- O caso do garoto, ainda não! Espera... onde estou? Morri? - pergunto olhando em volta.

Ele apenas sorri.

- Ainda não é sua hora. Se cuida e cuida do Davi, eu estou fazendo a minha parte daqui.

Fecho os olhos e quando abro novamente, tem água para todos os lados, nado para cima. Quando finalmente encontro a superfície, respiro ofegantemente para recuperar o fôlego. Algumas pessoas percebem a minha presença na fonte e começam a tirar fotos, para que ajudar pessoas que estão morrendo, né? Sento no muro que rodeia a fonte, e olho em volta procurando o Samuel.

- SAMUEL! - grito.

Começo a nadar para procurá-lo, não o encontro e volto a superfície, mergulhando logo em seguida. O vejo afundando cada vez mais e vou na sua direção, segurando em seus braços e o puxando para fora da água. Ele está desacordado. O levo para a borda, saiu e logo depois o arrasto para o chão. As pessoas ao redor estão mais preocupadas em gravar o ocorrido do que em me ajudar. Faço respiração boca a boca e aperto seu peito, ele não reage, repito o processo umas três vezes até ele colocar água pela boca e abrir os olhos, senti um grande alívio, está aparentemente assustado:

- NÃO, NÃO ME SALVA, SALVA ELES!

- Eles quem? - pergunto confusa.

Ele olha em volta e se dá conta da situação.

- Não morremos?

- Não.

Ajudo ele a se levantar.

- Vou ligar para o departamento, para mandarem reforços.

- Vou pra casa! - ele parece distante, acho que nem escutou o que eu disse.

- É melhor esperar, fique ai, eu vou ligar e já volto.

- Não eu quero ir agora! Depois nós vemos detetive. - ele diz já indo embora.

Essa não é a típica reação que eu esperaria dele, provavelmente agora ele falaria algo do tipo idiota. Bom, não posso dá importância a isso, preciso descobrir o que aconteceu dentro desse prédio e quantas pessoas morreram.

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Liguei para o departamento e os reforços não demoraram a chegar. Marta, Tom e alguns polícias de patrulha. Entramos no prédio, há pessoas gritando, chorando, é uma cena macabra de se ver e ouvir.

A secretaria está caída no chão, os bandidos acertaram um tiro na barriga dela, e ela está agonizando, dou sinal para que um dos polícias a ajude, e seguimos para a sala do Sr. Cartolinne. Ele está  sentado na cadeira, mas já se encontra sem vida. Ele era o alvo.

- Chamem a Léia... os bandidos já foram todos embora.

Fomos para a frente do prédio, onde tem ambulâncias, viaturas e repórteres, esses daí não largam o osso mesmo, Hem. E querem porque querem saber o que aconteceu lá dentro e como foi ter pulado de um prédio, parece que alguns “Jornalistas de plantão” gravaram o meu feito de filme de ação. Falando em Jornalista, o “meu chulé” parece que não estava muito bem depois que o salvei.

Detetive Nádia Lins Onde histórias criam vida. Descubra agora