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•Agnes•
Nova Iorque

   Custei a dormir noite passada, minha cabeça simplemente não parava de me lembrar de todo o ocorrido. Me culpando e imaginando diversos cenários diferentes, onde eu poderia ter evitado tudo isso. Como, ter perdoado quando esbarrou comigo na farmácia. Ou simplesmente ter subido com o Bryan, e ficado ali segura.

   Se dormi quatro horas nesta noite foi muito, enquanto Bryan simplemente capotou no sofá que havia ao lado da minha cama. Ele estava exausto, com a correria de ontem e por que uma noite atrás ele não havia dormido tanto. Dessa vez foi minha vez.

- bom dia amor.- digo vendo Bryan se espreguiçar no sofá.

- está acordada já? que horas são?- ele indaga com a voz rouca e a cara amassada.

- acho que oito da manhã.- suspiro com um breve sorriso.

- pela sua carinha você não dormiu muito essa noite.- ele esfrega os olhos e se senta.- o que houve?

- minhas paranóias.- sorri e esfreguei os olhos.

- amor...- ele se levanta e se senta a minha frente na cama.- não faça isso consigo mesma, por favor! não é nem por mim, é por você. Por eles.- ele acaricia minha barriga.

- eu sei... mas é inevitável pensar que poderia ter sido diferente.- suspiro frustrada e encaro minhas mãos.

- poderia. Mas não foi, não temos o que fazer a essa altura.- ele aperta minhas mãos e as leva em direção aos seus lábios, beijando as mesmas.- só torcer para ele te recuperar, fora isso... não podemos mudar algo que já passou. Mas saiba que estou aqui com você, e se não conseguir dormir por conta disso... me acorde e eu fico acordado com você, em silêncio se quiser. Faço malabaris para te distrair ou te conto uma história para dormir. Mas eu estou aqui, não precisa passar por isso sozinha.

- o que seria de mim sem você e suas palhaçadas não?- sorri para o mesmo.- pode deixar que te acordarei, e quero ouvir você contando histórias, para eu dormir, no meu ouvido.- pisquei para ele.

- como desejar.- ele sorri de volta, se aproxima e me dá um beijo na testa.- vou escovar os dentes, e acho que deveria fazer o mesmo. Assim posso te beijar.- ele ri.

- eu em...- ri.- depois dessa.

   Me levantei e com a ajuda do Bryan caminhei até o banheiro, escovamos os dentes. Com algumas palhaçadas, por exemplo, o Bryan que decidiu jogar água na minha cara, e quando fui jogar nele o mesmo correu. Por que sabia que eu não correria atrás dele.

- você me fez de palhaça Bryan?- disse do banheiro.

- jamais meu amor.- ele diz do quarto rindo.

- você me paga.- revirei os olhos e segui até o quarto.

- aí que medo.- ele ri de trás da mesinha de comida.

- parece duas crianças, e você é a mais nova.- brinquei com o Bryan.

- não ouse.- ele se aproxima lentamente.- zombar da minha criança interior.

- Bryan sua criança interior tem cinco anos de idade.- disse rindo.

ele me encara de cima baixo e sorri.- errada não está.

- sei que não estou meu amor, eu te conheço a tempo o bastante.- me sentei na cama.

- está se achando demais.- ele para em minha frente e se senta na cama.- logo logo acabo com toda essa marra, minha marrentinha.- ele aproxima seu rosto do meu.

- acha que é só você que não vê a hora?- encaro seus lábios e subo em direção ao seu olhar.- terá de me aguentar...

- assim você me enlouquece marrentinha...- ele segura meu rosto e sela nossos lábios em um beijo ágil, estava até com saudade desse tipo de atenção.

- eu estou com tanta saudade... de você.- digo em meio ao beijo.- pode se denominar abstinência.

- você nem imagina meu estado...- ele desce seus beijos em direção ao meu pescoço onde beija e mordisca o mesmo.

- não? posso estar pior...- seguro com urgência seu cabelo.

batidas na porta.

   Bryan deposita o último beijo em meu pescoço e se afasta calmamente, fiquei surpresa com tal tranquilidade. Se fosse em outros tempos e ocasiões ele simplemente teria pulado para o outro lado.

- não sou mais um garotinho que tem que esconder para todos as coisas que faz... está aí a prova amor.- ele acaricia minha barriga e pisca para mim.

- entre.- digo satisfeita com sua resposta.

   Era a mesma enfermeira que me trouxe notícias do Havy, estava aqui para aferir minha pressão e checar o computador. A todo momento senti o olhar de Bryan pesar sobre mim, o clima aqui estava esquentando mais do que deveria no momento. Logo ela se retirou nos deixando a sós, o que se não fosse pelos bebês ainda estarem aqui dentro, seria um problema.

- eu nunca, durante sua gravidez inteira, estive tão ansioso para vê-los.- ele sorri com a sobrancelhas arqueadas em minha direção.

- pela sua carinha sei que não é apenas isso que deseja ver...- mordisquei os lábios.

- com certeza não.- ele se levanta e leva as mãos a nuca.- a propósito, não faça isso...- ele me fita de cima a baixo.

- alguém está chegando ao seu limite.- sorri me divertindo com a situação.

- você nem imagina.- ele umedece os lábios e se apoia sobre a janela de vidro, respirando fundo.

- só mais alguns dias amor, não é nada para quem aguentou nove meses.- brinco.

- sabe que está ferrada né?- ele me encara rapidamente.

- tenho a total consciência de que não só eu querido.- sorri, entrando em seu joguinho.

- é assim que eu gosto!- ele pisca para mim.- vamos fazer essas noites em claros valerem a pena...

- está se esquecendo do desgaste diário?- indago.

- nada como renovar a energia com uma boa...- ele se aproxima levante.- transa. Não acha, amor?

- perfeitamente.- sorri.

- podemos mudar de assunto, por que tem alguém querendo despertar em um momento inoportuno.- Bryan ri.

- ao menos sabemos que ainda funciona.- brinquei.

- você não tem ideia de como.- ele suspira pesado.

   Melhor encerramos o assunto por aqui antes que o companheiro do meu noivo desperte agora, e eu sinto muito mas não estou em condições para ajudar com esse problema. Chamamos a Priscila para vir até a maternidade, na verdade ela disse que já estava vindo sendo convidada ou não.

obrigada Priscila. mesmo sem saber ela salvou.

•O melhor amigo do meu irmão• •SEGUNDA TEMPORADA•Onde histórias criam vida. Descubra agora