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•Agnes•
Nova Iorque

- entre...- disse sentada na cama, enquanto dava leves tapinhas nas costas da Antonella para que ela arrotasse.

- com licença.- diz a enfermeira e logo atrás Havy... em uma cadeira de rodas, seu braço esquerdo enfaixado e uma sua perna também no mesmo estado. Assim como alguns cortes em seu rosto.

engoli em seco.

- Agnes, fico feliz que esteja bem.- ele sorri brevemente e encara Bryan e Tyler.- Bryan, Tyler...

- que bom que está bem.- disse Bryan limpando a garganta, sei quanto é complicado para ele.- e... agradeço de verdade pelo que fez a Agnes e aos meus filhos, se não tivesse empurrado a mesma... sabe se lá o que teria acontecido.

- obrigada.- diz Havy encarando Bryan.- mas não me agradeça, eu fiz o que precisava fazer. Não ficaria ali parado, eu não sou mais aquele monstro.

- fico feliz em ver que está se recuperando Havy.- digo.- olha, eu sei que tivemos nossas dificuldades no passado. Mas nunca desejei sua morte, e você realmente me deixou aflita naquele dia. Mas eu serei muito grata por ter salvo minha vida e dos meus filhos.- sorri.

- eu fui um babaca, nojento e tudo de ruim para você. Eu não espero que me perdoe, afinal não fiz aquilo para ter seu perdão. Fiz por que, você foi alguém especial para mim. E por que era o que deveria ter feito, já que tive a chance. E eu faria de novo.- ele suspira.

- espero não ter uma próxima vez.- disse tentando descontrair.

- só ficar menos desastrada ao atravessar a rua.- ele brinca.

- ficaria mais atenta.- digo.

- são lindos.- ele diz encarando Antonella em meu colo.- quais os nomes?

- está é Antonella e o Oliver, que está ali dormindo.- disse.

- olá Antonella.- ele se aproxima um pouco e sorri encarando minha filha.- ela é linda, puxou a você.

- obrigada.- sorri.

- eles tem sorte de ter você como mãe, e ter você como pai.- ele diz encarando o Bryan.- podem não acreditar em mim, mas torço pelo sucesso de vocês. E espero que sejam felizes, desejo muita saúde e vocês e a eles.- Havy diz e uma lágrima solitária escorre sobre seu rosto.

- você está bem?- pergunto preocupada.

- não é nada...- ele funga. Ele me parecia abalado.

- pode nos dizer, ninguém irá lhe julgar.- disse decidida.

- quando nos encontramos no dia do acidente, eu disse que estava comprando remédios para a minha namorada.- assenti com a cabeça.- foi por que ela perdeu o bebê, ela estava com um mês e meio de gestação, mas acabou perdendo.- ele diz esfregando os olhos.

agora quem chorava era eu.

- eu sinto muito Havy, eu não imagino a dor que você esteja sentindo e muito menos a sua namorada.- disse limpando as lágrimas.

- está tudo bem... ela está bem.- ele sorri amarelo.

- espero que fiquem bem. No momento certo irá acontecer, você verá.- disse estendendo minha mão a ele.

- obrigada Agnes, é reconfortante ouvir isso.- ele aperta minha mão.- eu já vou, daqui a pouco ela está aqui, talvez hoje eu ganhe alta. Fiquem bem.- ele encara a todos na sala.- e parabéns novamente a vocês.

- adeus Havy.- disse e logo ele desaparece da porta.

- por essa eu definitivamente não esperava.- Tyler diz boquiaberto.

- é verdade o remédio?- Bryan pergunta.

- sim. Aliás, Havy não mentiria algo tão grave e pessoal assim, ele realmente foi um babaca. Mas ele não seria cruel ao ponto de inventar uma mentira dessas.- suspirei e encarei Antonella.- não é mesmo filha. Vamos para casa.- disse e coloquei a mesma contra meu peito novamente.

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•Agnes•

   Já estávamos prontos para irmos para casa, Tyler e Mel carregavam as bolsas dos bebês. Bryan com sua bolsa e a minha, antes de sairmos tiramos uma última foto na maternidade, para termos de recordação. A enfermeira chega com o bercinho móvel da Antonella e do Oliver, para que eles desçam em segurança, o que particularmente achei ótimo.

   Vocês podem estar se perguntando onde estão Johnson e a Lauren, eles ficaram esperando no apartamento já que não cabia todos no mesmo carro.

   Bryan foi na frente no banco do motorista, e logo atrás estava com os bebês em suas devidas cadeirinhas. Tyler e Mel estavam logo atrás de nós. Bryan colocou seu cinto, fiz o mesmo nas cadeirinhas e logo estávamos prontos para irmos para casa. Sei que disse que por mim ficaria mais, porém não via a hora de chegar em casa e me deitar na minha cama.

- todos prontos?- pergunta Bryan nos encarando pelo retrovisor do carro.

- sim.- sorri para o mesmo.

- até que enfim, para casa.- ele suspira aliviado e logo liga o carro.

- devagar, por favor.- pedi doce.

- sério? queria dar uns drifts radicais.- ele ri divertido.

- aham.- balancei a cabeça negativamente com um sorriso.

- tudo bem. Essa será a última vez que pedirá para ir devagar.- ele me encara fixamente antes de sair com o carro.

- estou torcendo por isso- pisquei para o mesmo e mordisquei os lábios.

- não faça isso, já lhe pedi.- ele alterna o olhar para mim e a estrada.

- olhe para a estrada amor.- disse batendo em seu ombro.

- com você me provocando assim fica difícil.- ele dá de ombros.

- se esforce mais.

- você está fodida nas minhas mãos marrentinha.- ele diz umedecendo os lábios.

- olha a boca, temos bebês agora.- repreendi o mesmo, mas não vou mentir e falar que não gostei.

- eles são pequenos demais para entender.- ele sorri de canto- posso falar qualquer coisa para você.

- mas não vai. Controle-se.

   Certas coisas nunca mudam. E eu prefiro mil vezes que seja assim, eu continuo tendo desejos assim como Bryan, isso não vai mudar por que temos filhos. Uma coisa não anula a outra. Claro que agora tendo prioridades e restrições.

Afinal continuo tendo meus vinte e um aninhos.

•O melhor amigo do meu irmão• •SEGUNDA TEMPORADA•Onde histórias criam vida. Descubra agora