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•Agnes•
Nova Iorque

algumas horas depois

amor, estou indo para o hospital com a Ella. Me liga.

Essa era a mensagem que recebi do Bryan algumas horas após desligar o celular. Estava no restaurante jantando com as meninas, meu coração gelou depois de ler isso e eu paralisei, Megan que estava ao meu lado pegou o telefone da minha mão e leu a mensagem e sem enrolar pegou sua bolsa e mandou as meninas levantarem. Deixamos o dinheiro em cima da mesa e corremos até o estacionamento.

- amiga, se acalme, está tudo bem.- Mel vem ao meu lado e me abraça.

- minha filha... o que aconteceu, liga para o Bryan.- Pedi aos prantos, abraçada na Mel.

- estou ligando...- Megan diz andando de um lado para o outro com o celular na orelha.- Bryan... me explica... tá... aham... estamos indo.- dito isso ela desligou e veio até mim.- pelo que parece não foi nada demais, apenas um corte nos lábios.

- como? onde eles estão?- disse me desvencilhando do abraço da Mel e respirando fundo com os olhos cerrados.

- em um hospital aqui perto.- Megan diz e para na minha frente.- ei, olhe para mim, ela está bem.- Megan me encara firme.

- eu só quero vê-la.- pedi e senti as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

- você vai.- Liv se aproxima.- mantenha a calma, logo estaremos lá. Confia em mim? em nós?- Liv indaga com um breve sorriso e eu apenas assenti com a cabeça.- ótimo, então se acalme e respire.

Após alguns longos minutos de espera, nosso carro chegou e depois de pagarmos adentramos o mesmo e seguimos em direção ao hospital. Minhas pernas e mãos estavam inquietas dentro daquele carro, ele ficou menor ou é impressão minha, eu suava frio só de imaginar ela chorando.

Chegamos no hospital e eu nem se quer esperei a Mel parar totalmente com o carro apenas abri a porta e corri, eu não fazia ideia de onde era. Até trombar com o Tyler que me segurou pelos braços me fazendo encara-lo. E com seu olhar doce me acalmou, parei e respirei fundo.

- onde está minha filha?- perguntei sem conseguir focar em um único ponto.

- maninha, olha para mim.- ele segura meu rosto me fazendo o encarar.- ela está bem.

- eu quero vê-la, só vou me acalmar quando puder vê-la...- suspirei e apoiei minha cabeça em seu peito.

- o Bryan está ali na sala, vai lá.- ele diz após me depositar um beijinho na testa.- e me escuta, vai ficar tudo bem.

Assenti com a cabeça e segui na direção que o Tyler apontou. Pela parede de vidro da salinha de espera, vi o Bryan em pé com o Oliver no colo, andando de um lado para o outro. Adentrei com calma a sala e Bryan me viu, segui até ele e o abracei forte juntamente do Oliver.

- amor... o que aconteceu?- perguntei tentando esconder o meu nervosismo.

- me desculpa, foi um descuido meu. Tirei os olhos dela durante alguns segundos e ela caiu, tentando subir no Rack da sala, para pegar meu celular, ela bateu a boca.- ele disse me encarando nos olhos.

- esse tipo de coisa acontece, ainda mais na fase que estão.- disse e forcei um sorriso.- só não me manda mais essa mensagem me liga de uma vez me falando tudo, eu quase tive um taquicardia.

- me desculpe.- ele suspira e me encara com um breve sorriso.

- está tudo bem...- sorri para ele, depositando no mesmo um selinho.

- Sr.Ross?- o médico surge em nossa frente, automaticamente me afasto do Bryan e sigo até o rapaz.

- Srta.Ross?- o médico pergunta e eu apenas assinto com a cabeça, não preciso explicar a ele que ainda não me casei.

- ela está bem doutor?- indago claramente nervosa e Bryan parece ter percebido, pois se aproximou e deslizou seu braço livre pelas minhas costas.

- está sim, não foi nada sério. Apenas alguns pontinhos nos lábios inferiores.- ele sorri tentando me acalmar, o que funcionou.

- quando podemos vê-la?- pergunta Bryan ainda atrás de mim.

- me acompanhem.- ele sorri gentil e sem pensar duas vezes me adianto, sendo seguida de Bryan que antes de me seguir avisa as meninas e ao Tyler.

Seguimos o doutor até a sala onde a Ella estava, a cada passo meu coração apertava mais. Sinto a mão de Bryan pousar em meu ombro e encaro o mesmo de relance assim que paramos em frente a sala onde a Antonella se encontrava. Sem esperar, o médico abre a porta e do lado de dentro nos convida a entrar, dando passagem.

- filha.- disse adentrando o quarto em passos rápidos, com o Oli ainda em meu colo.

- tivemos que enfaixar as mãozinhas para que ela não mexesse nos pontos.- explicou o médico.

- quanto tempo ela terá de ficar com isso doutor?- Bryan pergunta parado do outro lado do bercinho em que ela estava, o mesmo em que ela e o irmão ficaram quando nasceram.

- duas semanas, acredito. Tudo dependerá da cicatrização.- ele sorri para nós.- ela terá que ter cuidados redobrados.

- obrigada doutor.- encarei o rapaz e sorri que me retribuiu.

- só irei pedir para que assinem os papéis da alta.- ele diz e nós apenas assentimos com a cabeça.- já volto com os papéis.

Ella dormia tranquila, deslizo meus dedos sobre seu rosto e sorrio por vê-la bem. Mesmo tendo aprontado muito hoje ela estava tão calminha agora, mal sabe ela o medo que me causou, o nervosismo, angustia e culpa. Tudo isso junto. Ninguém havia me dita que cuidar de duas crianças era tão complicado e envolvia tantos sentimento diferentes. Mentira me disseram sim. E como.

mas todos esses desafios valem a pena. Só de ver o sorriso gostoso deles todos os dias. E não me arrependo de nada, inclusive faria de novo... passaria pela dor do parto novamente por eles. E faria de tudo por eles, sem pensar duas vezes.

•O melhor amigo do meu irmão• •SEGUNDA TEMPORADA•Onde histórias criam vida. Descubra agora