Umas doses, duas mulheres e um balcão

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Lívia já não sabia qual dose era aquela, parou de contar depois da oitava. Ela estava em algum bar da cidade, o qual também não se lembrava o nome, afinal só entrou no primeiro bar que encontrou e começou a beber. Queria esquecer o que acabara de ver. Queria anestesiar a dor da traição com a bebida.

Em uma das mãos Lívia segurava o copo com o líquido marrom anestesiador e na outra a caixinha vermelha aberta deixando a vista o pequeno anel brilhante. Nos olhos as lágrimas não deixaram de cair desde o momento que viu a mulher que dizia ser sua nos braços de outra.

A atendente a observava de longe, o bar estava com um movimento razoável e não queria que ninguém a perturbasse. Ela viu quando Lívia chegou com o olhar perdido e cheio de lágrimas. Quando a moça se sentou e colocou a caixinha sobre o balcão Ana já sabia que era melhor nem questionar, apenas servia o que ela pedia.

— Moça, quero mais uma dose aqui. — Lívia falou enrolando a fala já. — Pode deixar a garrafa aqui? Assim não vou mais te incomodar. — Olho diretamente para a atendente que fixou o seu olhar no dela.

Ana viu os grandes olhos da mulher e quase conseguiu ver a alma dela. Os olhos brilhantes por conta das lágrimas tinham uma sombra de tristeza que os deixavam ainda mais belos. Não conseguiu desviar o olhar e sentiu um arrepio tomar conta de seu corpo. Não falou nada, apenas entregou a garrafa que estava pela metade para mulher que sorriu e Ana viu que não era só os olhos daquela mulher que eram belos.

A noite já estava dando lugar a madrugada e Lívia estava balançando a garrafa para ver se caia mais algum líquido sem sucesso. A música do local já estava baixa e não tinha mais ninguém dela e da Ana no bar. Ana estava sentada olhando disfarçadamente para Lívia e a viu recusar pela décima primeira vez alguém que não desistia de falar com ela.

— Ei, moça. — Falou chamando atenção de Lívia.

A morena levantou o olhar que estava fixado no copo vazio e olhou para a atendente. Ana conseguiu ver como ela era linda, o rosto dono dos olhos mais lindos, do sorriso mais belo. As lágrimas já tinham cessado, mas a tristeza ainda estava lá.

— Já tenho que ir embora né? — Falou ao olhar e não ver mais ninguém ao seu redor.

— Não, se não quiser. Posso ficar aqui até você ir. — Ana falou se aproximando. — Eu sei que não deve estar querendo conversar, mas desde que chegou eu fiquei pensando quem poderia ter feito uma mulher como você chorar tanto.

Os olhos de Lívia encheram de lágrimas e ela olhou para o anel em cima do balcão. Sem olhar para a mulher que lhe fazia companhia ela apenas falou:

— Fui traída.

Ana ficou surpresa, não imaginava o que poderia levar alguém a trair, muito menos uma bela mulher como aquela. Mas como dizem traição é mais por falta de caráter do traidor e não falta de beleza da pessoa traída né.

— Puta merda.

Lívia soltou um risinho com a reação da mulher. Num impulso ela pegou a caixinha e entregou para a atendente que resolveu brincar para melhorar o clima.

— Nem me levou para a cama e já quer me levar pro altar?

A risada que preencheu o ambiente foi a mais gostosa que Ana já ouvira. Apesar da tristeza ainda presente conseguiu ver que a risada foi espontânea e verdadeira. Lívia olhou para a mulher na sua frente e resolveu entrar na brincadeira. Qualquer coisa poderia colocar a culpa na bebida.

— Podemos resolver isso agora. — Falou olhando percorrendo com o olhar o corpo da mulher a sua frente.

Uma sensação inesperada entre suas pernas fez Lívia morder os lábios ao ver a pele clara da mulher coberta com um short cinza soltinho e uma blusa ¾ branca que marcava seu sutiã que tinha quase certeza que era de renda. Estava sofrendo pela traição, mas sentiu vontade de ver mais daquele corpo.

Ana se viu sendo analisada e sentiu seu corpo se esquentar. Estava com receio de tentar algo, afinal a mulher tinha bebido muito, mas o olhar dela em seu corpo estava fazendo ela esquecer desse pequeno detalhe. Foi até a porta e a trancou, só estavam as duas no bar então mal não faria fazer aquele rosto lindo se contorcer de prazer e não só de dor.

Lívia viu os movimentos de Ana e previu o que poderia estar indo acontecer. Pensou por um segundo no que tinha descoberto no dia anterior e ligou o foda-se. Ela estava solteira e não perderia a chance de ficar com aquela bela mulher. Sentiu a respiração da atendente em sua nuca e seu corpo se arrepiou inteiro.

— Acho que não me apresentei ainda — Ana falou em seu ouvido — Me chamo Ana. — Finalizou mordendo o lóbulo da orelha da morena.

— Prazer, Ana. Sou Lívia.

— Prazer é o que quero te fazer sentir, Líviaa.

Ouvir seu nome saindo daquela boca fez ir pro espaço qualquer receio que ainda existia em Lívia. Se virou e olhou dentro daqueles grandes olhos castanhos, conseguiu ver um brilho intenso neles.

— Tem como colocar uma música?

— Ter tem, mas eu quero ouvir apenas seus gemidos, Lívia.

Sem demora um beijo lascivo se iniciou. As bocas se encaixaram. O gosto de bebida agora estava presente nas duas bocas. As línguas se enroscavam, sentindo o gosto uma da outra. As mãos de Ana apertavam a cintura de Lívia, que gemia em sua boca. Colocando as mãos por dentro da blusa conseguiu sentir a pele quente, os pelos se arrepiando à medida que suas mãos invadem.

A blusa é rapidamente arrancada de seu corpo, as bocas se separam, mas apenas para Ana beijar seu pescoço. Mordendo a pele morena. Os gemidos ficavam cada vez mais altos.

— Você é bem mais linda sem a blusa, sabia? — Ana falou olhando a mulher a sua frente já sem blusa com apenas um sutiã preto impedindo-a de fazer o que ama fazer.

Sorriu ao ver que a peça se abria pela frente e não disfarçou a satisfação ao abrir e ver os seios lindos de Lívia. Sua boca literalmente se encheu de água pela vontade de chupá-los.

— Vai ficar só olhando? — Lívia falou levantando uma de suas sobrancelhas como se desafiava a mulher que só faltava a babar.

Aquele olhar fez Ana sentir uma pressão em seu sexo. Quando seus lábios tocaram a pele morena de Lívia gemidos vindos das duas mulheres preencheram o local. Sentir o bico duro do seio esquerdo de Lívia em sua boca fez Ana gemer e revirar os olhos. Chupou com vontade. Apertou o outro seio com a mão. Brincou com sua língua contornando o bico e mordendo levemente.

Lívia se contorcia no banco que estava sentada. Queria mais contato. Necessitava de mais de Ana em si. Suas mãos que antes apertavam os ombros da atendente estavam em seu short tentando tirá-lo sem fazer com que Ana parasse de chupar seus seios.

— Quero mais, Ana. —Lívia falou ficando de pé.

A mão da atendente vai até o short desabotoado de Lívia e o retira juntamente com a calcinha. O sexo de Lívia brilhava pelo líquido que escorria dele. Ana fez com que Lívia se sentasse em cima do balcão e mordeu o lábio ao ter aquela visão. Nem que imaginasse poderia ter imaginado que terminaria aquele dia assim. Chupando uma bela mulher no balcão de seu bar.

Lívia estava ansiosa para sentir a língua de Ana em si. Abriu as pernas convidado a mulher a lhe possuir. O contato da língua dela em sua intimidade quente a fez tremer. Suas mãos foram até a cabeça de Ana apenas por instinto. Os gemidos preencheram o bar. O movimento de seu quadril fazia com que Ana alcançasse mais fundo em seu sexo.

Ana amava sentir aquele gosto. Cada mulher tinha o seu gosto. Não era o mais gostoso dos sabores, mas era viciante, igual cerveja. E o sabor de Lívia estava conseguindo o topo da sua lista dos mais viciantes. Sentir aquela mulher se contorcendo em busca de prazer enquanto sua língua brincava em seu interior era excitante demais. Conseguiria chegar ao orgasmo apenas com isso.

Ana ouviu seu nome sair da boca de Lívia ao sentir seu corpo tremer e o orgasmo tomar conta de si. Não parou de chupá-la até que seu corpo se acalmou. A respiração descompassada de Lívia a deixou ainda mais excitada. Fez uma trilha de beijos até a boca da morena.

— Meu nome fica uma delícia na sua boca.

— Agora é minha vez de ver como o meu fica na sua, Ana.

Se beijaram e uma nova sinfonia de gemidos se iniciaram.

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⏰ Última atualização: May 11, 2020 ⏰

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