CAPÍTULO 1

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Cidade de Root - Departamento Federal Bureau of Investigation - 20/09/1995

Thereza acabava de chegar no departamento de investigação do FBI, fazia parte daquela divisão já a um longo tempo.

Bu, como foi apelidada carinhosamente por Tereza, sempre a via chegar com entusiasmo, mas desta vez notou algo diferente. Viu a amiga parar em meio aos outros agentes, dar meia volta ainda lhe encarando e se retirou pedindo que a seguisse.
Ambas no vestiário, começaram a discutir.

-O que você pensou? Que eu não fosse descobrir? - gesticulou, enquanto tentava manter o grito preso na garganta.

-Não. Mas você não me deu escolha, ele está consumindo você aos pouquinhos. Você não ver?

-E que direito sobre a minha relação você acha que tem?

-Eu precisava fazer a coisa certa!

-Você me traiu! - Tereza viu um brilho trêmulo no olhar de Bu.

-Não, isso não! Eu salvei você! Salvei sua carreira...

-Eu estou grávida... De um filho dele!

-Nossa! - Pôs as mão na boca mas tirou rapidamente para mostrar seu sorriso. - Você vai ser mãe, isso é maravilhoso!

-Vou abortar! Não posso cuidar dessa criança sem pai. E teria que abandonar o FBI para tentar. - O sorriso de Tereza murchou.

-Você não pode fazer isso Bu, é só uma criança!

-Não tem outro jeito! -Choramingou.

-Tem sim. - Segurou suas mãos - Me deixe cuidar dele?

-Mas... E sua carreira de agente? - Ela pensou antes de responder.

-Hoje pela manhã recebi um email. Estou oficialmente destituída do FBI. Estou aqui para pegar meus pertences.

-O que? Por que? - Bu pensou que tudo não poderia piorar.

-O diretor adjunto queria destituir você. Ele não sabe quem tirou as provas contra o Coulson de lá, mas suspeita que vocês dois tinham um caso. É só você falar que esse romance acabou e não o encontrar nunca mais.

-Mas... Não há uma lei que proíba. E o quê isso tem a ver com você?

-Acredite: ele é capaz de tudo para tirar o Coulson daqui, ele deu motivos para que o diretor desconfie dele. Tive que falar que fui eu.

-Por que? Você não teve culpa!

-Sou culpada por essa criança ter que crescer sem seus pais. Nunca vou me perdoar por isso! Por você e seu filho!

-Eu sinto tanto! Estava tão apaixonada por alguém que me tornei outra pessoa! Também sou culpada por não poder dar a vida que meu filho merece!

-Ele não te ama, só usou você! Jure pra mim que nunca mais vai voltar a ver ele. Que não vai deixar chegar perto do bebê.

-Eu juro! - soltaram as mãos que já não lembravam mais de estarem entrelaçadas - Jure pra mim que vai proteger o meu bebê.

-Ninguém vai encostar nele, e vai ter todo amor que eu poder dar!

〰〰〰

Hill Cities - Edifício Guardien Leste - Quarto 209 - 17/07/2014

O oxigênio entrava com dificuldade no meu corpo, mesmo estando consciente; sentia dores em quase todos os membros, mas nenhuma incomodava mais que a situação de impotência na qual me encontrava, pensei, ao analisar minhas pernas e pulsos enlaçados com cordas tão grossas quanto meu dedão do pé.

Minha visão ainda um pouco turva revelava aos poucos a bagunça causada no meu apartamento. Havia vários móveis quebrados, porta levada ao chão, o corredor sujo de sangue.

Sangue!

Notei meu coração, de repente, acelerado. Chamei por Edda mas não obtive resposta. Sei que estou só e isso é desesperador.

Não posso desistir, gritei novamente tentando por para fora toda minha agonia, alguem, em algum momento irá notar. Então, ouvi batidas fortes na porta e palavras que fui incapaz de entender.

Espero que seja os vizinhos!

Não pude ver o que estava acontecendo lá fora, mas pude perceber que a porta principal foi aberta por reconhecer o barulho, e isso não me deixou mais tranquila. Ao contrário disto, eu estava tremendo, sentada numa cadeira dobrável, no fundo do quarto pouco iluminado, de frente para o vão da porta. E depois dela, o corredor.

Tentei afastar dos meus pensamentos a hipótese de que a pessoa que me prendeu naquele quarto estava entrando na sala e prestes a entrar, não consegui e minhas lagrimas caíram involuntariamente. Apenas sinto medo!

Consegui sentir meu sangue correndo como cada segundo passando. Fitei o corredor com profunda apreensão para enfim ver o porteiro do prédio, Sr.Morris, em pé, com olhos esbugalhados e com a chave mestra tremendo na mão.

Suspirei!

...

Haviam meia dúzia de policiais dentro do meu quarto nesse momento, fui retirada de lá às pressas pela equipe de médicos emergencistas que me levaram para o hospital mais próximo.

Como havia visto nos filmes, depois de ser submetida à uma bateria de exames, dois detetives me levaram para uma delegacia de segurança pública. Só consegui pensar que nunca visitei tantos lugares em toda minha vida.


Oi, querido leitor.
Sou Gabrielle, agradeço por você ter lido até aqui! Obg💜😉

Me Dê RosasOnde histórias criam vida. Descubra agora