CAPÍTULO 10

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Meu dia não começou bem. Fui acordada pela musiquinha irritante do meu telefone, era Sam pedindo para que eu atendesse as ligações de Celi. Ligações essas que não escutei nenhuma. Eu pretendia ligar, mas Darla não me esperou por os pés no chão para invadir meu quarto pedindo meu telefone emprestado, e não retornou.

Agora, não encontro minha apostila em lugar algum e sem ela não posso assistir as aulas que logo darão início. 

Reclamar não vai resolver, então refaço os passos desde a última vez que vi a bendita apostila. Foi inútil, claro!

Respiro fundo, esperando que o estresse se dispersasse de mim naturalmente. Frustrante!

Grito por Darla para que traga meu telefone de volta, mas não obtenho respostas.

Desci os degraus correndo, não faria muita diferença pois já estava atrasada. E se deixar Darla à vontade, não vou chegar a tempo nem para a segunda aula, mas ao se aproximar da cozinha, ouço sua voz com um tom diferente. Ela parece estar em um momento desagradável, como eu. Pude ouvir um trecho, acho que se trata de algo sobre troca de turnos. Bato na porta duas vezes e sou ignorada novamente, bati um pouco mais forte.

-É melhor que saiba fazer portas, Ana. - Fala surgindo atrás da porta.

-Preciso ligar para uma amiga, e já estou atrasada.

-Liga no caminho, por favor, eu estou desesperada! - Pediu afastando o aparelho do rosto e tampando o fone com as mãos.

-É isso mesmo que vou fazer quando me devolver o telefone. Porque não usa o seu?

-Está com defeito. É só mais um minuto. - Fala levantando o dedo indicador, depois bate a porta.

Resolvi que enquanto Darla fala com não sei quem, eu vou procurar minha apostila que perdi, pois de qualquer forma, só vou poder ir à faculdade se a encontrar. 

Reviro algumas caixas de papelão que sobraram da mudança e me serviram muito bem para guardar os livros.

Batidas na porta me fazem interromper o que estava fazendo, provavelmente é Darla a fim de me devolver meu telefone.

Não tenho tempo de abrir a porta pois a ela entrou aos empurrões.

-Aqui está seu telefone, obrigada! - Me entrega ao mesmo tempo que segura uma bolsa e três livros entre sua outra mão e seu peito.

-Está tudo bem?

-Não muito! Você, está?

-Bom… vai ficar. - Falo pensando no dia de aula que sei que já perdi.

-Eu Já estou indo, - Fala sorrindo - Tenha um ótimo dia!

É admirável ver darla lidando com seus problemas! Ela demonstra elegância, compreensão e empatia em toda situação. Como somos diferentes, eu só sei gritar e gritar!

Ligo para Celina que atende no segundo toque.

-Ana, por quê não me atendeu? Deixei mensagens na caixa postal e sete ligações perdidas.

-Darla estava usando meu telefone, não pude ligar. Aconteceu alguma coisa?

-Aconteceu sim- Chora - Você pode ir a cafeteria que fomos no outro dia?

-Claro!

-Ótimo!

Desta vez noto o nome quando entro, a cafeteria se chama Likantich. Percebo que Celina já se encontra sentada no mesmo lugar em que sentou da última vez, de costa para mim não percebe quando entro.

Me Dê RosasOnde histórias criam vida. Descubra agora