CAPÍTULO 5

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Olhei no relógio de parede pela oitava vez, havia cinco minutos andava de um lugar para outro, e já fiz todas as poses possíveis na frente do espelho. Meu cabelo estava perfeitamente ondulado, minhas tripas deveriam estar assim também. A maquiagem? Impecável!

Faltavam vinte minutos para às sete horas, decidi sair daquele quarto e esperar na garagem.

Darla estava na sala de jantar pondo seu café na mesa, tentei andar sem fazer barulho para não chamar sua atenção, porém...

-Bom dia! Não vai tomar café? - Escondi minha frustração com um sorriso.

- Não estou com fome.

- Ah!

- A Mamãe...

- Foi embora hoje cedo.

- Uhum... eu... já estou indo.

- Boa aula!

Dei um tchauzinho com a mão e sai mais rápido que pude.

...

Admirei o belo mustang preto, mesmo coberto pelo escuro, até o momento que fui acordada do transe quando a luz adentrou na garagem. O velho grisalho que levantava o portão parecia ser o motorista.

- Bom dia, senhorita! Sou Albert Johnson.

- Bom dia! Sou Ana Hay... Bryant. Ana Bryant. - Quase esqueci do meu sobrenome falso.

- Tudo bem, senhorita! Sou de confiança, e conheço bem a senhorita e sua mãe.- Falou, dando um sorriso cúmplice para mim.

- Obrigada! Podemos ir agora?

- Quando a senhorita quiser. - o Sr. Johnson era muito agradável. Sua calma em falar me deixava relaxada.

...

A Harvest Tech University se mostrava extremamente elegante com seus cinco andares e paredes da cor de areia. A quantidade de alunos que entrava pelas portas me fazia lembrar dos formigueiros que vi no canal da natureza... era quase assustador! Mas não podia deixar sua grandeza me amedrontar, " Um passo de cada vez" eu repetia baixinho.

O calor delirante dos corredores obrigava os alunos a correr, fui empurrada por todo o caminho, mas não o bastante... pois o olhar do professor, do lado de dentro da minha sala recém encontrada, me dizia que eu estava atrasada. Percebi que a correria nos corredores não acontecia por causa do calor.

- Bom dia! Entre, por favor. Vamos começar a aula.- se posicionou na frente da turma.

Não tive que procurar muito para achar um lugar vazio, pois o único estava quase encostando na mesa do professor.

- Prováveis futuros arquitetos, eu me chamo Charlie Fanegan e, provavelmente, serei o seu professor nos próximos cinco anos. Hoje é o primeiro dia de aula de vocês, e eu pretendo começar com algo básico...

Havia uma competição dentro de mim: por um lado, o desejo de observar a beleza do Sr. Fanegan, por outro, o bom senso de assistir a minha primeira aula. Ambos os dois foram derrotados por uma simples bolinha de papel jogada sobre a minha mesa por uma garota ruiva, sentada no canto da parede.

Tive que pegar a bolinha que havia caído no chão, abri e nela estava escrito: Sou Celina. Gostaria de trocar de canto comigo?

Fiz que sim com a cabeça e trocamos de lugar enquanto o Sr. Fanegan estava de costas. Aquele pedido foi muito vantajoso pra mim, e no final, a aula ganhou quase toda minha atenção.

Quase!

Escolhi o sossego do Jardim invés do tumulto de vozes do refeitório, ali as pessoas andavam distantes umas das outras, poucas estavam acompanhadas. Talvez aquele fosse o melhor lugar para ficar a sós com seus pensamentos ou livros.

Me Dê RosasOnde histórias criam vida. Descubra agora