CAPÍTULO 8

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Kall me segurou pelo braço e me puxou para fora do banheiro, enquanto eu tentava não tropeçar, sentindo o incômodo dos saquinhos dentro do meu corpo. Buke nos seguia por trás.

Na pista de dança do Poka's as músicas já não tocavam mais, as luzes semi apagadas mostravam parcialmente duas grandes multidões que se concentravam na saída principal à direita, e na saída de emergência à esquerda.

-Estão fazendo operação de busca, alguém denunciou.

-Eles não vão ter coragem de prender ninguém, já sabem que o Poka's é propriedade da Família. Vai lá e fala que ela ta baleada.

Buke correu em direção à saida principal e sumiu entrando na multidao, ficando apenas Kall e eu, longe dos demais.

-Eles vão te levar pro hospital, não deixe eles saberem que tem drogas com você. -Kall falou segurando meus pulsos na altura do seu peito.

Só consegui ver sua silhueta destacada pela luz do banheiro atrás de suas costas que contornava seu corpo, pois minha visão estava demasiado embaçada.

-Por favor! Estou muito fraca! -minha voz saiu muito baixa por causa de todo sangue que eu havia perdido. Minhas pernas já estavam dormentes a alguns minutos, mas a dor no ombro só havia aumentado agora.

-Pois aguente, ou então eu mato você aqui, agora, com minhas próprias mãos. -Falou entre dentes, apertando meus pulsos com toda força.

Percebi alguns movimentos pelo canto do olho,virei e vi, com a vista embaçada, alguma coisa sair da multidão. Era Buke que retornava acompanhado por um detetive e um policial.

-Ela está fraca, muito fraca, não consegue falar.- Kall falou apertando ainda mais meu antebraço, como forma de ameaça -Ela não disse quem atirou nela. Tava deitada no chão do banheiro, sangrando.

-Eu sou o detetive Bruce Coleman, da DSP de Root. Os paramédicos já estão a caminho. Ela vai ficar bem!- Falou o detetive, mantendo controle ao analisar meu ferimento.

-Eu queria muito ir com ela. Será que os senhores poderiam me revistar logo e me deixar sair -soltou meu antebraço e tocou no ombro do detetive.

-Rivera! Reviste os moleques.-Falou o detetive, para o policial á suas costas.

Enquanto Kall e Buke eram revistados, o detetive, vendo que mal conseguia me manter em pé, apoiou-me em seus braços. Seu ouvido ficou a centímetros da minha boca.

-Eu...-Tentei pedir socorro.

-Não fale nada. Você tem que evitar qualquer esforço. Os médicos já estão vindo.

-É verdade moça, melhor não falar. -Buke olhava pra mim, quando o policial passava as mãos em suas costelas.

As luzes vermelhas e azuis iluminam dentro da boate.

-Seu socorro chegou! -O detetive me colocou nos braços. Senti seu distintivo entre mim e ele, lembrei da minha mãe.

-A... a minha mãe...- falei mais baixo possível

-Não fale. Vou entrar em contato com seus pais.-desviou das pessoas e pedia pra abrirem caminho.

-Ela...-minha garganta estava seca -Ela é da polícia. - Fiz sua atenção despertar.

-O quê? Você...

-Ela se chama Susan Hayes, é da...DSP. Como você disse que era.

-Deve está se confundindo, não há nenhuma detetive Hayes na DSP de Root.

-Mas...

-Eu estou lá há meses, sei o que estou falando.

Como ele poderia não lembrar da minha mãe, talvez fossem de turnos diferentes.

Me Dê RosasOnde histórias criam vida. Descubra agora