Eu estava na cozinha com a Sra. Briffen, dando pequenas dentadas numa torrada de ovo, sentada no balcão. Desde que cheguei, tenho frequentemente tirado vantagem do facto desta casa ter um interminável stock de comida deliciosa. Isto era algo que o meu irmão sonharia. Literalmente, ele já tinha sonhado com isso.
A Sra. Briffen contou-me sobre os seus dois filhos e a hiperactividade deles, enquanto a sua faca cortava um pepino ao meio. Ela riu com a memória, sobressaltando-me cada vez que a ponta afiada esfregava perto do seu dedo.
Eu tentei distribuir igualmente a minha atenção para a Sra. Briffen e para a minha torrada de ovo, mas isso ornou-se cada vez mais difícil com o forte, terrível cheiro que entrava pela porta da cozinha. O fedor era familiar e trouxe-me memórias terríveis.
Eu sabia que o Harry tinha voltado da universidade mas eu calculei que ele estivesse lá em cima. Ou uma parte da casa estava a arder ou ele tinha vindo para a sala e estava a fazer alguma coisa absolutamente horrível.
Eu dirigi-me para a sala para o encontrar a fazer exactamente o que eu receava. O fedor era mais intenso lá e estava tudo nublado. As minhas narinas não estavam acostumadas ao cheiro e eu senti os meus pulmões comprimirem-se enquanto o fumo entrava no meu sistema. As minhas mais rapidamente taparam a minha boca e o meu nariz, protegendo-os do cheiro asfixiante.
O Harry estava preguiçosamente sentada no sofá largo, o peso do seu corpo afundado e a sua mão direita segurava a substância tóxica perto da sua boca.
“O que estás a fazer?” A minha voz estava abafada.
“Bem, o que é que achas?” Ele forçou um sorriso, que desapareceu rapidamente.
“Porque é que fazes isso a ti próprio?”
“A minha vida é uma merda de qualquer maneira.” Ele disse descontraidamente antes do cigarro deslizar para a sua boca. “Tens algum problema com isso?”
“E-Eu não consigo aguentar o cheiro.” Eu disse e acabei a frase com uma tosse.
“Então vai lá para fora ou assim.”
Eu abanei a minha cabeça levemente. Virei-lhe as costas e comecei a andar para longe. Não era por causa da preocupação pelo seu bem-estar, eu simplesmente não conseguia aguentar o ambiente. Eu dei por mim a voltar para pero do Harry.
“O meu pai morreu porque fumava muito. Não consigo meter na cabeça que algumas pessoas se satisfazem com coisas que eles sabem que lhes fazem mal. Devias parar.”
“Alguma vez perguntaste ao papá porque é que ele o fazia?” O Harry inclinou-se para a frente, descansando os cotovelos nas suas coxas separadas, o cigarro ainda entre os seus dedos.
“Bem, eu era uma criança e não percebia bem-”
“Não percebias. E amor, nunca vais perceber.” Ele deitou para fora um pequeno bafo e fumo antes dos seus dedos se deslocarem para o seu cabelo despenteado. “Se ainda não percebeste, o mundo não é tao inocente como pensas. Não é sempre coelhinhos e arco-íris. De facto, nunca é nada dessas merdas.”
“Eu percebo.” Eu disse-lhe. “Compreendo que as pessoas tenham problemas mas nós temos sempre uma escolha. Podemos escolher lidar com eles de maneira diferente. De maneiras racionais.”
“Tu consegues se estiveres rodeado de pessoas que realmente se importam contigo.” Ele deu uma pequena risada antes de continuar. “Sabes, és a primeira pessoa a dizer-me para parar de fumar.” Ele olhou para mim outra vez.
“Então leva isso como um bom sinal.” Eu encolhi os ombros antes de tossir mais uma vez, o fumo a começar a pesar nos seus sentidos.
“Sabes como é estar rodeado de pessoas que constantemente se perguntam o que tens na carteira?” Ele perguntou.
“Bem, sim.” Tinha a certeza que a minha resposta o tinha surpreendido. “O Richard e os seus homens estavam sempre a verificar as nossas poupanças e se nós tivéssemos um pouco mais de setecentos, eles arranjavam uma maneira de os baixar para cerca de quinhentos. Eles queriam-nos sempre sobre o seu controle.”
Ele olhou para mim atentamente depois de eu ter acabado de falar, como se estivesse mesmo a ponderar sobre o q eu tinha dito. O seu olhar e a minha súbita explosão de confidência contribuíram ambos para as minhas bochechas corarem. Eu só esperava que ele não reparasse, estava com medo que ele levasse isto pelas razões erradas.
Ele suspirou antes de olhar para o cigarro que tinha encurtado um bom bocado desde o início da nossa conversa. A sua língua deslizou sobre o seu lábio inferior enquanto ele estava aparentemente pensativo sobre alguma coisa. Fiquei feliz quando ele apagou o cigarro usado no pequeno cinzeiro.
“Já alguma vez comeste cake pops?” O Harry perguntou enquanto se levantava do sofá e eu quase me engasguei. Fui imediatamente levada de volta àquela noite. A noite que ele obviamente não se lembra.
“Thalia?”
“Hum?” Eu acordei.
“Uh… não.”
“Bem, são muito bons.” Ele pegou nas suas chaves do carro e inclinou a sua cabeça para a porta.
“Bem, não muito bons.” Ele pegou nas suas chaves do carro e inclinou a sua cabeça para a porta.
Ele queria que eu o seguisse? Não tinha a certeza por isso não me mexi.
“Bem, vens ou não?” A voz do Harry soou outra vez. A sua mensagem não podia ser mais clara agora.
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Sra. Briffen POV
Já tinha passado quase uma hora desde que o Harry e a Thalia tinham saído. Era estranho ver o Harry a agir de uma maneira diferente com a Thalia. Não me recordo da última vez que ele levou uma rapariga simpática a comer bolos em vez daqueles sítios com música barulhenta. Ela é tao inocente para ele e eu sei que ele irá pensar duas vezes antes de tentar estragar essa rara peculiaridade.
Jeffrey e Manny deixaram quase cinquenta chamadas não atendidas no meu telemóvel e eu tinha a certeza que eles só andavam a brincar outra vez. Estava quase a ligar para casa para avisar o meu marido sobre a conta do telefone quando a campainha começou a tocar.
Eu espreitei à porta, para encontrar o Damian. Ou a sua cara ofegante estava demasiado distorcida pelo vidro ou ele estava realmente furioso.
“Sr. Damian, que surpresa.” Eu saudei timidamente enquanto ele entrava.
“Alguma coisa está mal.” Ele disse, esfregando o seu queixo enquanto andava para a frente e para trás no corredor. “Onde está o meu filho? E onde está aquela rapariga?”
“A Thalia está a tomar banho. O Harry ainda não chegou a casa.” Eu menti.
“Aparentemente, o Harry disse ao filho do Patrick que não andava a dormir com a rapariga. Devido à falta de experiencia ou algo assim. Não sabias disto, pois não, Maria?”
“N-Não.”
“Maria,” Ele forcou um sorriso por entre a frustração evidente, os seus dentes amarelos a aparecerem. “Pensa nas tuas crianças antes de responderes a esta pergunta,” Ele expirou. “Estou a pagar para nada?”
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Baby Doll PT
FanfictionNuma comunidade corrupta, raparigas de tenra idade são vendidas a homens como meros objectos de prazer e são mantidas fechadas por quanto tempo estes desejarem. Mas uma reviravolta acontece, quando o filho mimado de um homem de negócios milionário c...