Capítulo 34 - Alive

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"Eu juro que se tu fazes algo assim novamente, eu vou... eu..." O Harry parou, a sua mão fixa no meu braço. Ele expirou um suspiro tenso antes de continuar. "Eu não sei o que faria."

"Se tu não tivesses gritado daquela maneira eu nao tinha fugido." Eu gozei. "Eu precisava mesmo de ver a minha mãe, ainda preciso. Ela teve um ataque cardíaco, Harry. Eu não faço ideia como é que ela está agora."

"Um ataque cardíaco?" As sobrancelhas dele fraziram.

"Sim, eu disse-te. Mas tu estavas demasiado ocupado a estar todo furioso comigo para ouvir." Eu olhei em frente, cortando o contacto visual com ele. A minha raiva dele pelo que ele tinha feito ainda estava lá e isso sobrepôs-se à minha gratidão.

"Eu só não conseguia acreditar que tinhas deixado aquele gajo entrar. Eu disse-te que não gosto que desconhecidos venham à minha casa." Ele disse. "Ele é o teu namorado?"

"Isso interessa?" Eu estalei. Como é que ele conseguia estar incomodado com isso quando haviam coisas mais importantes a acontecerem? "Ele foi sensato o suficiente para fazer o caminho todo até aqui para me informar acerca da minha mãe, apesar dos riscos."

"Eu vou levar-te à tua mãe." Ele disse e cobriu-me com um casaco preto. Eu não lhe contei sobre como fui preseguida por um grupo de punks, incluido uma rapariga que supostamente o conhecia. Isso só iria aumentar a sua aflição sobre esta cena toda. Ele já estava tão chateado com isto e eu sabia que apesar das coisas que ele tinha feito para me magoar, ele preocupava-se comigo. Eu não queria que nada o distraí-se de me levar até à minha mãe.

"Ela está no Hospital St. John's." Eu informei-o.

"Vai ser uma longa viagem. Estamos muito longe." Ele disse-me enquanto ligava o motor do carro. "Tu foste na direção oposta. O teu sentido de orientação é tão horrível que é ridículo." Um sorriso arrastou-se para fora.

Eu meramente sorri com o comentário dele, demasiado exausta para retorquir qualquer tipo de resposta. A chuva tinha-se transformado em chuviscos enquanto nós seguiamos. Eu encostei-me aos assentos de couro do carro enquanto uma sensação de segurança corria em mim, os meus olhos a fecharem-se lentamente.

O carro abrandou quando nós atingimos a estrada danificada. Este era o último sítio em que um Mercedes devia estar. O Harry pareceu notar isso também, pois uma expressão de preocupação mascarava a sua cara. Eu sabia que o seu amor por carros não se comparava a mais nada.

Momentos depois, nós paramos e os meus olhos abriram-se. Eu apercebi-me que o Harry não conseguia deixar o seu Mercedes continuar mais com esta terrível experiência. Ele lançou-se para fora do carro e baixou-se, a leve chuva evidentemente não o incomodava. Eu livrei-me da minha sonolência enquanto me sentava direita e levantava a minha cabeça para ver o que o Harry estava a fazer.

"O pneu está furado." Ele disse-me. "Um pedaço de metal está preso dele."

As esperânças estavam drenadas e eu bufei um suspiro. Eu tinha a certeza que estava amaldiçoada. Em algum momento da minha vida, eu devia ter sido amaldiçoada por alguém que me odiava mesmo. O Harry voltou e fechou a porta do carro com força, assustando-me. Ele também parecia irritado.

"Tu odeias-me?" Ele perguntou. Isto foi inesperado.

"O quê?"

"Olha, eu só estava passado porque eu passei a manhã inteira num lugar que eu não suporo absolutamente para te tirar desta confusão e eu vim para casa para dar de caras contigo todos sorrisinhos com um gajo qualquer quaquer no jardim." Ele empurrou o joelho para cima para bater no volante. "E agora isto." Ele sussurrou para ele mesmo.

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