Capítulo 36 - Doubts

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Harry's POV

"O que se passa?" Eu perguntei, ficando cada vez mais preocupado. Eu recapitulei tudo o que fiz a noite passada, questionando-me se tinha feito alguma coisa de mal para ela estar a agir desta maneira. Nada, mas doces memórias passavam pela minha cabeça. A Thalia continuava a recuar cada vez mais, tentando criar o máximo distância entre nós. Nunca me senti tão desapontado.

"Thalia." Eu queria uma explicação para tudo isto. A minha voz estava rígida e a minha paciência não ia durar muito. Eu recusava acreditar que tinha feito alguma coisa para a magoar. Eu não tinha. Eu caminhei até ela. "Por favor... Não me toques." Eu ouvi-a a murmurar enquanto se afastava para um canto. "Harry, por favor." Eu ignorei e caminhei até ela para lhe agarrar a mão. Ela estremeceu com o meu gesto.

"O que é que se passa contigo?" A mina voz quebrou, em resposta à reação dela. Isto foi tudo tão de repente. "Diz-me o que se passa." O brilho negro dos olhos dela stressava-me. Porque é que ela esteve a chorar?

Ela desistiu de lutar e eu deixei-a. Ela escorregou pela parede e levou os joelhos à sua cara. As mãos mãos pálidas dela cobriram os seus olhos, soltando um suspiro. Assim no nada, perdi o desejo de a abraçar. Eu não queria que ela começasse a gritar, e sinto que se eu o fizesse ela iria.

"Dói..." Ela disse finalmente no seu tom mais silencioso, encolhendo a sua cabeça.

"Oh." Eu pus a mão na parte de trás da minha cabeça. Eu não sabia como lidar com isto. Eu tinha ouvido que a primeira vez era dolorosa para as raparigas mas nunca pensei que fosse verdade, nem muito menos que fosse algo para ter em consideração. Não podia ser assim tão doloroso para ela ficar neste estado... ou podia?

"Em todo o lado." Ela respirou. "Dói."

"Desculpa." Eu pedi, mesmo nao tendo a certeza do que ela se estava a referir. "Eu não sabia. Podias ter dito alguma coisa, eu teria-"

"Eu não sei mais quem sou." Ela continuou. "O que me fizeste?"

"Lia, o que queres dizer com isso?" Eu baixei a minha cabeça para ficar ao nível dos seus olhos.

"Eu passei a noite num motel imundo com uma pessoa noiva enquanto a minha mãe está presa numa cama de hospital... a sofrer." A voz dela estava rouca entao parou um pouco. "Eu fiz exatamente o que o teu pai queria, o que o Richar queria, eu sou uma Baby Doll, Harry."

Eu aproximei-me uns centímetros dela e falei num murmúrio. "O que nós tivemos a noite passada... não tem nada a haver com o meu pai, com o Rihard ou com mais ninguém. Foi só entre eu e tu, e entre tu e eu apenas."

Ela levantou a cabeça. "O contrato acabou, certo? Nós vamos seguir caminhos diferentes. Tu vais-te casar e-"

"Não vou." Eu interrompi. "Eu não me vou casar."

"O quê?" Ela fungou.

"Eu nunca me quis casar com ninguém. Eu só ia com isto para a frente porque o pai da Kaylee estava-me a ajudar a acabar a universidade. Se eu chumbar desta vez, vou ter de repetir o ano. Isso ia ser a pior coisa que podia acontecer. Eu nem gosto do curso em que estou, de facto, eu odeio.

"Então, porque é que estás a fazê-lo?" Ela perguntou timidamente.

Eu suspirei. "Eu fiz uma promessa à minha mãe antes de ela morrer que iria acabar a universidade com um curso decente para não depender de ninguém quando crescesse. Para ser mais específico, ela não queria que eu dependesse do meu pai. Ela nunca confiou nele. Eu sei que eu ia acabar por depender da Kaylee se casasse com ela mas o acordo era até acabar o curso, e isso era o que eu estava a tentar fazer."

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