"A curiosidade nem sempre é uma benção."
•Narrado por Jennifer•
Depois de um dia longo, com duas mortes consecutivas e uma transa inacabada, me levanto dessa cama meia boca nesta pousada no meio de uma cidadezinha de merda. Maicon vai me pagar um dia desses, a se vai.
Sim, eu gosto de viajar e tudo mais, gosto da sua companhia, mesmo sendo um irmão chato e problemático e tudo o mais. Antigamente ele era um cara tão tranquilo, mamãe vivia babando esse idiota, mas até que ela tinha razão... ele tem um futuro brilhante e sempre foi um cara do bem e cuidadoso com a família, principalmente comigo. Eu não consigo sentir raiva dele, mesmo xingando-o tanto. Mas, essa sua mudança de personalidade tão repentina começou logo após entrar pra academia de policia, começou com essas loucuras de detetive e se metendo em cada coisa, lembro de uma vez ele indo atrás de um cara que roubou uma bolsa de uma senhora no nosso lado, ele saiu correndo desesperado e confiante, gritando para o cara que corria bem mais que ele "Pare, policia!". Sendo que esse inútil nem tinha sido graduado ainda. Quando ele voltou de lá com a bolsa e um olho roxo, eu comecei a acreditar mais nele, digamos que esse pedaço de merda me conquistou. Que ódio!
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Jennifer levanta da sua cama e vai fazer suas atividades matinais, uma ducha quente, um cuidado grandioso com os dentes (usando sua escova de bichinho), aquela clássica demora da mulher ao se arrumar. Ela sai do quarto e vai em direção ao quarto do seu irmão, bate na porta e espera alguma resposta de dentro.
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Maicon sempre foi dorminhoco, são quase nove horas da manhã e ele deve está dormindo, lembro que na academia ele sempre se atrasava por causa disso. Mamãe vivia brigando com ele, dizia sempre: "Meu filho como você quer tanto virar um detetive se todo dia você não consegue levantar cedo e ir estudar?" Sempre, mas sempre ela dizia isso. Ele já ia tomar seu banho resmungando essa frase.
Eu até que o entendo, ele sempre foi um cara na dele e ia dormir cedo, jantava e dormia bem cedo mesmo, ai quando todos adormeciam (menos eu) ele acordava, era algo automático, e ligava a luz do seu quarto (que eu morria de raiva, pois meio que iluminava o meu) e ia estudar, estudava e ia dormir quase de manhã. Isso a mamãe não sabia, e ele não contava, eu muito menos. Então isso se repetiu durante toda sua passagem pela academia de policia.
Eu continuo batendo na porta, mas sem reposta. Eu começo a gritar e a bater mais forte. Os "vizinhos" do lado até saem fora de seus quartos pra ver o que está acontecendo, pois tem uma louca (eu) fazendo um baralho tamanha nove horas da "madrugada". Chega a camareira e pergunta o que está acontecendo, eu digo:
─ Meu irmão que não acorda, combinamos de sair cedo e ele não responde. Acho que aconteceu algo a ele.
─ Calma minha senhora, vou abrir a porta e veremos se o seu irmão está ai mesmo.
Ela abre a porta e adentramos no quarto e logo vi que o quarto está todo arrumadinho, claro que era Maicon que estava aqui, aquele nerd de merda sempre limpinho e organizado, que raiva. Eu chamo seu nome e olho até no banheiro, e não o encontro. A camareira da uma sugestão:
─ Você já viu no salão do café da manhã? Talvez ele acordou mais cedo e está só lhe esperando para tomar o café.
─ Verdade, desculpa a confusão, eu não pensei nessa possibilidade. É que meu irmão é muito complicado e está doente eu pensei logo besteiras quando ele não respondeu as batidas na porta.
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MASK OF MADNESS [1º Versão do livro, sem revisão.]
Mystery / ThrillerA busca implacável pela descoberta de um assassino em série nada convencional. Pistas confusas, cenas de crimes como obras de arte de uma mente doentia, ou não? O detetive Eduard Finger e a Agente Maya Miller se empenham incansavelmente na busca des...