15 - Finalmente

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          Para muitos, o nirvana muitas vezes é uma palavra usada com um sentido depreciativo, indicando um estado de apatia ou inércia. Em algumas pesquisas antigas, pude descobrir que se trata de uma expressão originada do Budismo. Sua interpretação soa como um estado de libertação atingido pelo ser humano ao percorrer sua busca espiritual. Já em um sentido mais linear, as pessoas utilizam o termo para designar alguém que está num estado de plenitude e paz interior, sem se deixar afetar por influências externas.

No mais, essa seria uma sensação que eu dificilmente poderia atingir sozinho caso eu tentasse encontrar certa paz a ponto de não me deixar influenciar por preocupações ao meu redor. O estimulo emocional extremamente intenso que eu vinha tendo me proporcionou uma amostra muito próxima do que poderia ser essa sensação, e para esmurrar ainda mais meu orgulho, eu me sentia muito bem.

         Meu corpo estava pesado, mas ao mesmo tempo eu o sentia leve, isso faz sentido? Não pensei muito bem nos motivos de eu ter feito aquilo, mas era completamente impossível resistir aquele contato quando ele se aproximava tanto de mim. Alguns segundos se passaram antes que eu começasse a me mover. Um pouco perdido, apenas fiz o que pensei que seria o certo. Bill se manteve parado, me deixando assumir o controle daquele beijo inesperado.

Estava tão lento. Era estranho poder sentir com detalhes pela primeira vez um beijo seu. De todas as vezes que isso aconteceu, ele se mostrou totalmente impaciente e voraz, e ali naquele instante, eu podia sentir que seus músculos mal se moviam. Ele puxou calmamente meu lábio inferior soltando-o com delicadeza em seguida. Eu acharia aquilo estranho demais se eu estivesse vendo isso por outra perspectiva.

           Tentei desengonçadamente prosseguir com aquilo. Eu não sabia quanto tempo havia se passado, nem mesmo se eu estava fazendo corretamente, mas eu podia sentir um enorme alivio emanando de mim mesmo. Bill se afastou muito lentamente rompendo o beijo ali. Seu rosto ainda se mantinha próximo ao meu. Demorei um pouco para focar minha visão e entender realmente o que havia acontecido ali. Como se já não bastasse tudo o que eu havia feito aquela noite, agora essa...

- Então você gosta de coisas lentas, hm? – Ele sorriu.

Se ao menos eu soubesse do que eu gostava, poderia cogitar responder aquela pergunta. Infelizmente, meu desenvolvimento sexual extremamente limitado vem me proporcionando cada vez mais dúvidas e inseguranças do que conclusões concretas, seria incoerente da minha parte deduzir ali algo que eu gostasse mesmo que não tenha testado antes, mas quem disse que isso definiria algo, afinal?

Desviei o olhar um pouco sem graça. Obvio, eu não possuía uma resposta para aquilo, mesmo sabendo lá no fundo que me senti bem.

         Soltando um murmúrio sorridente, Bill segurou um de meus braços fazendo um movimento rápido. Ele puxou-me para si me tirando de baixo das diversas cobertas que me rodeavam. Essa era uma das coisas que mais me faziam me sentir imponente quanto a sua presença. Sua força desproporcional fazia com que ele possuísse uma facilidade absurda para me movimentar como bem entendesse. Eram momentos rápidos em que eu mal podia entender o que havia acontecido, quando dou por mim mesmo, já estou em seu colo.

Me encaixando perfeitamente ali, ele levou cada uma de minhas pernas ao redor de sua cintura. Meu rosto estava pouquíssimos centímetros de distancia do seu, o que me desconcentrou por alguns breves segundos. Segurando firme a minha cintura, ele me encarou sorridente.

- Você pode continuar se quiser. – Sussurrou.

- E-estou bem, valeu! – Engoli seco.

Ow merda! Aqui vamos nós novamente. Qual é Dipper, onde está seu livre arbítrio?

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⏰ Última atualização: Jul 11, 2021 ⏰

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