Capítulo 1: All of Me (John Legend)

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"Minha cabeça está debaixo de água

Mas eu estou respirando bem

E eu sou tão tonto, não sei o que me atingiu, mas eu ficarei bem

Você é o meu fim e o meu começo".

(oioi, pessoal! *Essa história pode causar gatilhos, então, por favor, se não se sentir a vontade NÃO LEIA!  *O nome de cada capítulos é uma música, estou colocando um pedacinho da letra de cada uma em negrito no início do capítulo. Cada música tem um pouquinho a ver com o tema do capítulo, ok? *Espero muito que vocês estejam gostando, estou escrevendo com muito carinho! *Beijinhos*)


Me levanto da cama exausta, não consegui dormir nada nesta noite. Pensamentos e mais pensamentos me cercam e a minha cabeça dói de tanto pensar. A dor no meu peito ainda estava lá. Estaria tendo um infarto? Nunca havia sentido nada parecido e, por mais que eu desconhecesse esse sentimento contínuo, não desejo coisa parecida nem ao meu pior inimigo.

Pois bem, chegamos a uma parte crucial. O meu pior inimigo sou eu mesma. Eu e essa cabeça que não para de maquinar e não me deixa em paz um segundo sequer!

Mas chega de papo furado. Visto uma blusa de frio mais grossa e caminho em direção da cozinha. Sento-me e olho para o teto. Estou sem fome de novo.

- Oi, filha – disse a minha mãe. Seu nome é Natalie, uma mulher fina que está sempre maquiada. Meu pai e ela são empresários, essa é a desculpa para serem tão ausentes. Nunca tive muito contato com eles, mas, graças a isso pude ser muito próxima da minha avó Milla. Hoje em dia sou só eu.

- Oi – respondo secamente.

- A mamãe e o papai vão ter de ficar até mais tarde no serviço hoje de novo... E, como hoje é sexta, a moça que prepara o seu jantar não virá. Vou deixar dinheiro para que compre sua comida, está bem? – ela me entrega uma nota de cem reais. Meus pais, por serem tão ausentes, tentavam me comprar com dinheiro e aparelhos tecnológicos. Eu tenho muita mesada guardada, minha mãe não precisava me dar dinheiro e muito menos uma quantia tão alta para comprar um prato de comida.

- Beleza – eu respondo, minha mãe me dá um beijo na testa e volta a dormir. Guardo o dinheiro e vou ao meu quarto me aprontar para ir à escola.

Escola. Essa é a pior parte de todos os meus dias. É o momento em que me sinto mais sozinha e percebo o quão diferente sou dos demais. Pego minha mochila e vou até a esquina esperar o ônibus.

O ar gelado bagunça meus cabelos e me faz sentir mais morta que o habitual. Não quero ir para aquele lugar cheio de pessoas más e falsas. Não é justo. Repasso em minha cabeça:

"É só você se sentar, pegar o livro que está dentro da sua mochila, colocar o fone na orelha e ignorar todos e quaisquer comentários que saiam deles."

Mas, eu sabia que ver a figura de Melissa era a pior parte. Meu estômago se revira quando vejo minha ex melhor amiga e não posso conversar com ela, contar o que eu estava sentindo e pensando.

O ônibus chega e lá vou eu para mais um dia no inferno.  

A Metamorfose da LibélulaOnde histórias criam vida. Descubra agora