Nota: Boa noite meus amores, sim sou eu com mais uma história kskskd
Porém essa é especial, estou fazendo em parceria com a maravilhosa @RenataWickerd.Obrigada querida, estou realmente animada com nosso projeto ❤️
Esperamos que gostem!
Beijos e até o próximo!PS: Essa história também está disponível na plataforma "SocialSpirit" no perfil dela, então se virem por lá já sabem :)
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Ragnar andava pela aldeia na sua forma animalesca, um grande lobo cinzento, passando pela praça principal, vendo as pessoas passarem, sem querer acaba esbarrando em uma moça de cabelos cinzas presos em uma trança, que logo faz uma reverência para ele sorrindo
“Bom dia Ragnar, perdão pelo esbarrão”
O lobo apenas acente com a cabeça ao ouvir os pensamentos da jovem, a moça se transforma em uma águia enorme de cabeça branca, pegando seus pacotes e voando aos céus
“Olá Freya” ele pensa pra ela, antes de continuar seu caminho, quando ouve um barulho no mercado de carnes ali perto, a bancada é virada e um monte de alimento cai no chão, o dono berrava raivoso, as pessoas paravam para olhar, umas em suas formas animais, quando ele vê dois filhotes em formato de lobo, assim como ele, um completamente negro de olhos azuis e um completamente branco de olhos vermelhos, correrem de lá com pedaços de carne enormes na boca.
Ragnar observa o dono perder a calma e virar um enorme Tigre, esperou para ver os pais dos meninos se pronunciarem, repreendê-los, castiga-los, qualquer coisa, mas ninguém aparece e a regra da aldeia era clara, que se os pais não estivessem presentes por suas crianças, a vítima poderia puni-los, Ragnar temeu que o tigre ficasse fora de controle e correu até a cena, os filhotes estavam encurralados com as carnes na boca enquanto o tigre se aproximava, Ragnar foi rápido em se meter na frente antes que ele levantasse a pata.
“Erick, está tudo bem, eles estão comigo, desculpe pela bagunça, irei pagar por tudo, peço que os deixe”
O tigre sentou, parecendo mais amigável e se esfregou afetuosamente no lobo
“Como quiser amigo” respondeu ele saindo e ver o que poderia recuperar de suas coisas.
Enquanto Ragnar ia tirar aqueles dois filhotes encrenqueiros dali, abrindo a boca ele pegou um deles pelo cangote, que se deixou ser levantado, o outro apenas os seguiu sem dizer uma única palavra, mas era claro que queria o amigo de volta, Ragnar os levou para a floresta onde colocou o filhote que carregava no chão com cuidado e os viu devorarem a carne, eles estavam famintos, decidiu assumir novamente sua forma humana, querendo transmitir segurança as crianças ali.
— Qual é o nome de vocês? Sou Ragnar.
Se apresenta o jovem agora de pé, ele era alto, tinha 1,90 de altura, cabelos castanhos e olhos verdes, corpo musculoso já que sua forma animal era um lobo, pele clara e dentes brancos pontudos.
As crianças não reponderam, apenas correram um pouco para longe com a carne. Curioso decidiu segui-los.
Era incomum filhotes perambularem sozinhos pela aldeia, todos ali eram muito protetores uns com os outros, principalmente os pais com seus filhotes.
Pois sabiam perfeitamente que crianças sozinhas eram sinônimos de bagunça e confusão. Ragnar não tinha filhos ainda, era muito jovem para isso. Aparentava cerca de 29 anos de idade embora tivesse alguns anos a mais que isso.
Mas ele já havia sido um filhote, sabia como as coisas funcionavam. E embora a aldeia fosse amistosa, eles não se importavam muito com aqueles que não carregavam um nome de respeito. Ou seja, órfãos ou ladrões. Normalmente os órfãos acabavam sendo levados para o grande ancião, o morador mais velho e respeitado da aldeia e era ele quem se encarregava de cuidar desse crianças.
Ragnar o conhecia bem, seus pais eram grandes amigos do homem. Balançou a cabeça e seguiu os filhotes devagar, notando que se aproximavam de uma caverna extremamente escura.
— Por favor... Não me digam que vocês vivem aqui. – Indaga com a voz baixa fazendo uma leve careta ao ver os filhote entrarem como furacões para dentro da caverna rochosa.
Bufou baixo, ele odiava locais como aquele... Eram extremamente perigosos. Mas não conseguiu se conter, precisava descobrir com quem aqueles pequenos estavam. Não poderiam estar sozinhos...
Ragnar sentiu o peito apertar, quando os filhotes se transformaram em humanos novamente. O mais novo tinha cabelos castanhos e olhos verdes, era muito bonito, apesar de estar muito magro, o segundo tinha cabelos negros, mas os mesmos olhos verdes, deu pra ver que eram irmãos, seus lábios estavam sujos de sangue por conta da carne recente que haviam praticamente devorado, não pareciam ter mais do que 15 e 16 anos. Embora na realidade tivessem um pouco mais que isso.
— Posso saber como vocês se chamam pequenos? – Questiona Ragnar, repetindo a pergunta que havia feito há pouco tempo atrás porém que ainda não havia recebido resposta. O alfa tentou se aproximar, mas os menores logo se afastaram assustados, o de cabelos negros se colocou na frente do irmão rosnando para Ragnar. Parecia ser o mais velho dos irmãos.
— Não vamos ir com o velho, não vamos ir com ninguém. – Exclamou entre rosados. Como se isso fosse capaz de amedontrar o maior.
Ótimo pelo menos estava falando, era um bom sinal pelo menos, ele se aproximou um pouco mais, oferecendo os braços virados para cima para eles, querendo mostrar que não era uma ameaça. Ambos os filhos se olharam e o mais velho com coragem passou o dedo pelo braço estendido de Ragnar, demonstrando assim que estava disposto a ouvir.
— Está tudo bem, não vou levá-los a lugar nenhum, nem fazer nada, só quero saber quem são vocês e onde estão seus pais.
O menino de cabelos escuros continuava como uma barreira diante do irmão, conforme Ragnar andava com eles, ele se movia o protegendo, mas mesmo com desconfiança decidiu respondê-lo.
— Não temos ninguém, nossos pais nos abandonaram aqui assim que tiveram a primeira oportunidade. Só temos um ao outro e não vamos voltar para o velho, já tentaram antes, apanhamos muito, tanto dos aldeões quanto daquele monstro. E se tentar fazer algo, eu rasgo sua garganta.
O menino tinha espírito, isso o mais velho tinha que admitir, sentiu seu coração apertar ao ouvir sobre as surras, notando que ambos realmente tinham marcas pelo rosto e corpo, suspirou tomando uma decisão precipitada e que talvez viesse a se arrepender futuramente. Porém Ragnar sempre deixou o instinto falar mais alto.
— Por que vocês não vem morar comigo? Afinal são lobos assim como eu, e creio que lobos devem ficar juntos, o velho não tem poder sobre os de nossa espécie, serão bem tratados, receberão comida e abrigo. Além de ganharem um lar...
O mais velho dos irmãos soltou um irônico.
— A troco de que? Aposto que vai se cansar de nós, todos fazem isso. – Murmura desviando o olhar e assumindo uma postura mais rígida.
Ragnar suspirou com pena e se aproximou devagar, ele sabia que não seria fácil.
— Eu sei como é ficar sozinho, garanto que não vou fazer nada de mal e muito menos desistir de vocês, seu irmão está muito ferido na pata, acha que eu não vi? É melhor receber do que roubar, mas se não se sentem confortáveis indo de primeira, posso passar um tempo aqui para cuidar de vocês, porém não penso em deixar dois filhotes sozinhos e a própria sorte.
Os irmãos se encaram, o caçula parecia pedir para que o mais velho aceitasse, este que a muito custo acabou cedendo aos pedidos silenciosos. Ragnar ficou feliz, no dia seguinte iriam para sua casa, mas essa noite ele iria passar com eles ali. Embora a caverna não fosse o melhor lugar para dormirem, ao menos no dia seguinte já estariam em casa.
— Então, vão me dizer seus nomes?
A mais velha das crianças tomou a palavra:
— Sou Vagn e esse é meu irmão Vidar.
Ragnar sorriu, ao menos agora sabia seus nomes.
Aquela noite fazia frio, Ragnar decidiu sair para caçar e prometeu voltar em breve. Sabia que as crianças ainda sentiam fome... Pareciam famintos.
Acabou ficando cerca de duas horas fora, quando voltou carregando um alce selvagem na boca de surpreendeu ao ver os dois filhotes rolando no chão de pedra, ambos estavam em sua forma animalesca e brigavam por algum motivo que o mais velho ainda desconhecia.
“Ele não vai voltar” ouviu a voz de Vagn pouco antes dele morder o irmão mais novo que rosnou baixo.
“Hey” Ragnar latiu em pensamento e viu os dois o olharem, logo tratou de separá-los, Vidar choramingava e Ragnar começou a lamber suas feridas tentando acalmá-lo, aqueles garotos precisavam muito de um responsável. E isso estava mais óbvio do que nunca.
Assim que notaram que Ragnar havia trazido alimento, aqueceram qualquer discussão que haviam tido e correram até a caça, devorando o alce em questão de segundos, como se nunca tivessem comido antes daquilo.
Pouco tempo depois os lobinhos já demonstravam sinais de sono, a neve fria do lado de fora entrava pela caverna com uma brisa gelada, o mais velho se distanciou o máximo de Ragnar que acabou de transformando em forma de um lobo, de forma que ficasse mais ficasse quente para os pequenos, já Vidar deitou com Ragnar também em forma animalesca. Desde jeito ambos utilizavam o calor de seus corpos para se aquecerem.
Ragnar esperou que os dois filhotes caíssem no sono, pegou Vidar pelo cangote com a boca e o levou para perto do irmão onde deitou-se com os dois para aquecê-los naquela noite tão fria de inverno.
Ragnar ainda estava surpreso consigo mesmo diante da decisão que havia tomado. Porém ele nem mesmo hesitou, no momento em que soube que os filhotes estavam sozinhos seu instinto agiu por si.
Como um lobo, o homem era extremamente super protetor. E quando se tratavam dos de sua espécie, tudo se tornava mais intensivo.
Havia descoberto que os meninos tinham 19 e 18 anos respectivamente, e doeu seu coração ao ver que eles visivelmente não aparentavam isso. Tinham as feições mais infantis e os corpos visivelmente desnutridos. Embora para os lobos aquela idade fosse muito pouca, visto que vivem mais de cem anos humanos, eles deveriam estar mais nutridos e não tão pequenos como aparentavam.
No dia seguinte acordou mais cedo que os filhotes, o sol apenas havia aparecido e não devia ser mais de seis da manhã. Ragnar havia conseguido dormir algumas horas, observou os lobinhos deitados junto à si e lentamente voltou a sua forma humana. O calor do corpo humano fez o mais velho dos filhos despertar com um olhar confuso, ele pareceu demorar alguns segundos para recordar tudo o que havia acontecido no dia anterior.
— Você ainda está aqui...
— E por que eu não estaria? – Questiona o mais velho com um sorriso gentil nos lábios.
O garoto apenas lhe encarou, como se lhe custasse acreditar naquilo. Ninguém nunca havia se dado ao trabalho de se preocupar daquela forma com eles antes. Aquilo era novo.
— Anda, está na hora de irmos.
Ragnar falou de forma delicada, Vagn não havia saído de sua forma animal, e estava exausto, Ragnar voltou a se transformar e pegou o filhote, enquanto caminhavam, eles passaram pelo centro da aldeia, o lobo adulto com o filhote na boca e o outro atrás de si, as pessoas pareciam mandar um olhar curioso para ele, uns um olhar zangado, provavelmente pessoas do qual aqueles dois já haviam aprontado com.
Freya apareceu para eles com a típica trança lateral que caia em seu ombro, parou diante de Ragnar com um sorriso gentil nos lábios.
— Ora, olá Ragnar, quem são esses dois? Olá crianças sou Freya, uma amiga de Ragnar. – Murmura já com as perguntas ao mesmo tempo em que se apresentava.
O lobo cinzento largou o filhote ainda adormecido no chão de forma cuidadosa e viu que o irmão logo ficou em cima do primeiro em uma postura protetora e rosnando para Freya que mantinha o sorriso nos lábios. Ragnar voltou a sua forma humana, sabendo que os dois não confiavam fácil. Era uma atitude justificada.
— Olá Freya, esses são Vidar e Vagn. Os dois estarão sobre minha tutela, estou os levando para minha casa. – Explica o homem em tom amigável. Conhecia Freya à mais anos do que podia recordar.
— Oh... E os pais?
Ragnar negou com a cabeça, ela logo entendeu e lançou um olhar de pena ao filhotes, era triste ver dois órfãos tão novos. A jovem correu para dentro de sua bancada e voltou com pães frescos e carne vermelha.
— Aqui, os pequenos parecem estar com fome. – Oferece se abaixando diante dos pequenos animais.
Freya colocou a bandeja perto dos meninos, Vidar acordou ao sentir o cheiro e junto com o irmão devorou tudo.
— Quanto lhe devo? – Ragnar perguntou vendo os dois quase se afogarem na comida. Conteve um sorriso.
—Deve nada, é ajuda, sou sua amiga desde que éramos crianças, sabe que não me deve nada. – Diz ela um tanto ofendida.
— Obrigado minha amiga! – Soltou ele realmente grato.
Ragnar segurou a cabeça de Freya e os dois encostaram suas testas afetuosamente, ela serviu ao amigo comida e bebida também, quando todos estavam alimentados Ragnar voltou a sua forma de lobo e pegou Vidar novamente, o menino havia levado uma bela surra do irmão ontem e já estava manco, não queria que ele sentisse dor. Freya se transformou em uma águia e os acompanhou para a casa de Ragnar.
Vagn estava sério, andando atrás das patas de Ragnar e observando a cada movimento que ele fazia, não confiava em ninguém, e ter seu irmão com outro o fazia se sentir ansioso. Mas Vidar era muito inocente, carente, qualquer sinal de afeto ou bondade ele acreditava e acabava seguindo qualquer um, se ferrando no processo.
A casa que Ragnar morava ficava a cerca de dez minutos do centro comercial. Ele amava a natureza e o silêncio que esta lhe proporcionava, por isso havia escolhido aquele lugar para ser seu lar há muitos anos atrás. Tinha privacidade e paz. Duas coisas que necessitava.
A casa em si não parecia muito grande, até porque o jovem vivia sozinho. Porém era extremamente confortável, na parte de fora havia um gramado verde e muito bem cuidado, muitas árvores e um caminho de pedras que levava até a varanda, ali havia uma rede e alguns bancos de madeira bem decorados. A casa era inteiramente de madeira rústica, o que combinava perfeitamente com o estilo de Ragnar.
— Entre minha amiga, irei preparar um suco, você deve estar com sede. – Sorri o lobo assim que volta a se transformar em humano. Ele olha os filhotes com carinho – Vocês podem confiar nela, é uma grande amiga.
Solta isso em um tom de voz suave e querendo que ambos se sentissem a vontade para se transformar. Queria que eles explorassem a nova casa, claro que não estava equipada para crianças porém ele daria um jeito. Nada que um dia de organização não resolvesse. Isso era fato.
Viu o caçula se transformar lentamente diante de seus olhos, o jovem o olhou de forma curiosa e dedicou um sorriso inocente a mulher colocando um dos dedos dedo polegares na boca logo em seguida.
Ação que fez o mais velho franzir a testa e rapidamente tirar a mão da boca do mesmo.
— Sua mão está muito suja querido, primeiro vamos dar um banho em vocês dois e depois você pode fazer isso uh? – Propõe pegando o filhote no colo e segurando a mão do mais velho que também havia se transformado. Em seguida guia todos para dentro da casa.
Vagn logo tentou se afastar com força de Freya, que continuava sorrindo apesar dos modos brutais do menino, ela o soltou com cuidado e Ragnar os acompanhou com medo deles ficarem agressivos perto da amiga, Freya já conhecia a casa e logo vai abrindo a porta do banheiro, os dois entram cuidadosamente e curiosos ao mesmo tempo, cheirando e explorando o banheiro enquanto Freya ligava a água quente da enorme banheira de madeira e porcelana, que parecia mais uma piscina para os meninos, quando ela está totalmente cheia de água os dois meninos se encarem com ainda mais curiosidade se possível.
— Ok meninos, agora tirem essa roupa suja e me deem para eu possa lavar. Em seguida podem entrar na banheira.
Os dois filhotes se olharam novamente e depois olharam de volta para Freya, ela era uma mulher, eles não eram acostumados com aquilo, Freya entendeu e apenas sorriu. Saiu no corredor e olhou o melhor amigo
— Bom Ragnar você terá que ajudá-los, estarei esperando aqui do lado de fora pela roupa suja.
Dito isso saiu do banheiro e fechou a porta após Ragnar adentrar no recinto. Vidar foi o primeiro a de despir e Vagn seguiu o irmão segundos depois, finalmente entraram na banheira, com tanto cuidado que a água fosse queimar. Nunca haviam visto uma banheira antes e isso era visível. Quando a água cobriu seus corpos a sujeira se fez evidente, e nossa quanta sujeira...
Ragnar não pode deixar de reparar nesse detalhe, respirou fundo e abaixou ali perto começando a ajudá-los com o banho. O caçula aceitou de bom grado e deixou que o adulto o limpasse, que passasse shampoo em seus cabelos e sabonete em seu corpo repleto de machucados enquanto brincava quietinho com a mão na água.
Já Vagn foi mais difícil, o pequeno se assustava com qualquer coisa que chegasse muito perto dele, mas após certa relutância acabou permitindo que Ragnar o banhasse também. Ao terminarem Ragnar trouxe duas camisetas suas, afinal não haviam roupas do tamanho dos pequenos em sua casa.
— Desculpem meninos, mas acho que terão que usar isso até encontrarmos roupas para vocês, minhas calças não vao servir.
Eles eram tão pequenos e desnutridos que as duas camisetas viraram vestidos nos dois, assim que saíram do banheiro já vestidos os filhotes começaram a investigar a casa enquanto Ragnar e Freya cozinhava, os pequenos cheiravam tudo e olhavam curiosos cada detalhe da casa.
Na hora do jantar ao verem toda a comida na mesa, chegaram a rosnar um para o outro, mas Freya deu um tapinha na cabeça dos dois e murmurou:
— Modos crianças, não precisam brigar, a comida não vai fugir e usem os talheres, não peguem tudo pra si, apenas relaxem e dividam conosco.
Vidar logo ficou corado e Vagn revirou os olhos diante da pequena brinca, se transformando em um lobo preto e pegando uma enorme galinha da mesa pouco antes de correr para um canto disposto a comer.
Ragnar olhou a cena realmente incrédulo para os modos de Vagn, ele ainda se atrevia a rosnar, ouviu um latido percebendo que era direcionado a Vidar, que estava de cabeça baixa ainda ao lado de Ragnar, um segundo latido foi ouvido e o mais novo se transformou em um lobo branco, seguindo para junto do irmão, deitou ao seu lado e começou a comer junto com ele, Ragnar notou que Vagn não tinha confiança neles e era o mesmo quem mandava entre os dois, o caçula dava mordidas de leve, como se estivesse com medo de irritar o irmão mais velho.
Ragnar ia dar um jeito nesses modos dos dois, mas agora não, eles ainda estavam machucados e assustados com tudo, ia deixar essa passar, Freya e ele comeram em silêncio, até chegar a hora da despedida de Freya, se transformando em uma enorme águia ela voou pelos céus, soltando um grito alto que Ragnar interpretou como “tchau”.
Os dois meninos pareciam tensos agora sozinhos com o mais velho, e pareciam gostar mais da sua forma animal.
As horas foram passando e os dois meninos fuxicavam em tudo, fizeram uma pequena bagunça enquanto brincavam de correr pela casa, com seu forma de lobo em toda potência eram maiores e mais desastrados.
Mas Ragnar não se importou, ele sorriu ao ver os dois brincando de correr, se provocando e dando mordidas fracas um no outro, quando deu por si já era tarde da noite, e só conseguia pensar que aqueles filhotes incríveis eram seus agora.
Era hora de colocá-los para dormir.
Vidar bocejou, soltando um ganido e deitou no chão, Vagn fez o mesmo cobrindo o caçula.
— Não pequenos, temos cama pra isso, venham. Terão um lugar para dormir, não mais no chão frio. – Explica Ragnar com ternura enquanto encara os filhotes.
Vidar o acompanhou animado, quase pulando de alegria, Vagn o olhava desconfiado, dormir significava estar desprotegido. E ele não gostava da ideia. Quando chegaram no quarto os filhotes inclinaram a cabeça.
— Lobos tem costume de dormirem juntos, venham deitem aqui.
Ragnar ofereceu a cama, os meninos não iam sair de sua forma de lobo e ele sabia disso, geralmente se transformavam por desconfiança, se transformando também se deitou junto a eles. Sentiu Vidar se aconchegar melhor nele, e não pode conter um sorriso... Não estava mais sozinho.
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O uivo do lobo
FantasyEm um mundo aonde animais que podem se transformar em humanos são reais, Ragnar vive uma vida solitária, fazendo jus ao lobo que era. Criado em uma aldeia repleta de costumes e tradições, o jovem havia decidido viver uma vida tranquila e longe de co...