CHAPTER 10: Os humanos

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Esperamos que gostem ❤️

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Depois de três dias daquela confusão os lobinhos já estavam acostumados com o lugar e as regras.

E suas personalidades estabelecidas, Vagn era mais na dele, fechado, mas educado e gentil.

Enquanto Vidar era espontâneo, curioso e manhoso, mas faziam a vida de Ragnar ser perfeita, ele não se imaginava mais sem seus pequenos.

Estava ensinado seus meninos a caçarem, pois eram lobos, necessitavam aprender o básico de sobrevivência antes de saírem de casa.

Vidar não parecia interessado nas lições, já Vagn tinha que ser contido pelo pai para não avançar nas presas de maneira imprudente

Freya ia visitá-lo quase todos os dias, levando o filho com ela. De forma que as três crianças acabaram por estabelecer um forte vínculo de amizade.

Naquele dia porém Ragnar estava sozinho com os pequenos em casa. Vidar estava no banco - Que o lobo havia construído para eles junto com outros brinquedos - e Vagn empurrava o irmão rindo baixo da alegria do mesmo.

Ragnar precisava voltar para o trabalho em algum momento e ele sabia disso... Porém estava adiando esse momento o máximo possível. Era muito cedo para deixar os pequenos ainda... Embora fossem apenas por algumas horas Ragnar não estava preparado.

Freya havia sugerido o colégio... O que era uma boa solução, poderia deixá-los lá até o horário em que seu comércio fechasse. Apenas algumas horas....

Era uma ideia que ele iria de fato analisar.

Caminhou em direção ao quintal observando os meninos brincarem com animação. O som do riso dos dois ecoava pelo local e enchia o coração de Ragnar de alergia.

Ragnar decidiu levá-los para caçar, os três saíram pela floresta em busca de uma presa.

Primeiro ele treinou seus filhotes a como farejar e seguir pistas, em seguida a ficar escondidos e por fim atacar. Depois de instruir deixou seus meninos pela primeira vez caçarem sozinhos sob sua supervisão.

Na forma de lobo, os dois filhotes procuravam sua presa, Ragnar ia atrás em silêncio sempre de olho neles.

Vagn achou um pequeno cervo, e junto com o irmão, se arrastaram silenciosamente até chegarem perto o suficiente, Vidar atacou a perna do animal o derrubando e Vagn atacou o pescoço

Ragnar olhou orgulhoso para seus filhotes e sua primeira presa, mas sentiu um cheiro estranho, e afastou seus filhos um pouco.

O cervo tinha uma marca de flechada, e o cheiro era de veneno, Ragnar tirou os filhotes de perto, o cervo havia sido envenenado e a substância poderia estar em seu sangue ainda.

Quando ele ouviu barulhos, vozes e puxou seus filhos para longe, se escondendo em uma caverna alta, mas ainda tinha como ver o corpo do cervo.

Ele viu que um homem com roupas tribais e com o desenho de seu clã vinha com um arco e flecha e logo atrás dele, um garotinho, pelo visto também estava ensinado o pequeno a caçar.

Ragnar rosnou, o cheiro não era de nenhuma criatura conhecida, eram humanos, e contato com eles era proibido.

Afinal diferente de criaturas que se transformavam, humanos caçavam por esporte, não por necessidade.

Flechas envenenadas, o pobre cervo deve ter sofrido até conseguir chegar até eles.

— Vamos, temos que ir!

Ragnar ordenou baixo abocanhando o cangote de Vagn.

— Mas papai, e quanto ao…

— Shhh! Temos que ir.

Ele falou se virando com o filhote em sua boca e o Vidar atrás deles. O caçula era curioso, nunca tinha visto um humano, queria ver mais de perto ainda mais um tão pequeno, mas Ragnar o proibiu.

Vidar ameaçou rosnar para o pai, porém dessa vez Ragnar não estava para brincadeiras.

Precisava tirá-los dali o mais rápido possível, mordiscou a orelha do filhote que choramingou e correu em direção a trilha que haviam seguido para chegar ali.

Ragnar o seguiu ainda com Vagn em seu agarre. O pequeno não estava com cara de quem ia desobedecer o pai, porém Ragnar não iria arriscar.

Humanos eram perigosos e muitas vezes cruéis quando se tratava de animais... Muitos deles não tinha dó ou piedade... Eram assustadores.

Assim que chegou em casa Ragnar se transformou vendo que Vidar já estava em sua forma humana, esperando por eles sentado na varanda com um bico fofo nos lábios.

— Papai...

— Vão para o banheiro. Vocês precisam de um banho. –Indaga se apressando em entrar em contato com Freya, afinal precisava avisá-la.

Quando humanos estavam por perto todo cuidado era pouco e o jovem de cabelos loiros sabia disso melhor do que ninguém.

Os meninos foram para o banho, Vagn já se despiu e entrou na banheira, relaxando, mas Vidar se recusou a entrar ficando de braços cruzados

Ragnar uivou e esperou que a amiga recebesse e chegasse para terem uma conversa

Em questão de 15 minutos Freya entrou voando e se transformou na frente de Ragnar, ela sorriu para o amigo e quando viu que ele não retribuiu, percebeu que a coisa era seria.

— Humanos na floresta Freya.

Freya arregalou os olhos e não disse nada, mas fez um gesto para o amigo continuar.

— Estávamos caçando, quando um caçador e seu filhote apareceram. Não nos viram ou seguiram... Tirei os filhotes o mais rápido o possível de lá.

Freya respirou fundo, apesar de serem mais forte que humanos e terem mais resistência, seus filhotes, assim como os de toda vila não tinham ainda.

— Temos que avisar os anciões, nossos filhotes correm perigos se forem confundidos com presas.

— Exatamente. Por isso te chamei.... Para que tome cuidado com Austin, se há dois deles provavelmente devem haver outros por perto.

Ragnar estava mais preocupado do que de costume, ele não queria pensar nisso mas era impossível. Filhotes nem sempre faziam caso aos pais, os seus mesmo vez ou outra desobedeciam uma ordem. E ir lá poderia custar mais caro do que todos imaginavam.

— Não se preocupe meu amigo, iremos avisá-los e tenho certeza que eles tomarão alguma providência, alguma medida de segurança para todos nós. – Diz Freya tentando acalmar o melhor amigo, principalmente ao ver que ele estava agitado demais. Ela entendia sua preocupação, afinal também tinha um filhote.

— Avise ao ancião por mim amiga, tenho que cuidar dos meus dois filhotes, ainda mais Vidar ele está muito curioso sobre os humanos.

Ragnar pede com um suspiro cansado, e olha para Freya que não perde tempo e sai voando.

O lobo cinzento preocupado se dirige ao banheiro e quando chega lá se depara com a cena, Vidar sujo sentado no chão e Vagn em forma de lobo nadando na banheira aproveitando o banho.

— Vidar por favor, não estou pra brincadeiras hoje, passa pro banho.

— Não, não quero.

Vidar estava muito desafiador, aquela não era uma boa hora para enfrentar o pai.

— Vidar… agora

Ragnar falou em um tom de aviso e depois olhou para Vagn, que continuava nadando, era uma graça seu filhote aproveitando o banho, quem dera fosse assim com Vidar

Porém o menino não estava com a mínima vontade de obedecer. Cruzou os braços junto ao peito e negou efusivamente com a cabeça.

— Não quero! – Gritou atraindo a atenção do irmão que parou um pouco para lançar um olhar curioso aos dois. Porém essa ação durou pouco, pois Vagn logo voltou sua atenção para a água.

Ragnar respirou fundo e cruzou os braços tentando preservar a pouca paciência que ainda lhe restava. Ele não queria brigar com seu menino, estava nervoso e não queria...

— Filhote por favor sim? Se você entrar na água agora papai brinca um pouco com os dois depois. O que acha? – Propõe Ragnar em um tom amistoso embora por dentro fosse um mar de emoções.

— Nãoooo!

Vidar gritou batendo os pés, Ragnar não estava com paciência para aquilo, não hoje.

— Vidar entra agora nessa banheira, antes que eu perca a paciência com você

Mas Vidar tinha outros planos para aquilo, o filhote pegou impulso e pulou pela janela do banheiro

— Fique aqui Vagn.

Ele ordenou e saiu correndo atrás de Vidar, aquele filhote hoje não ia escapar de uns bons tapas, Ragnar estava furioso.

— Papai não me pega, papai não me pega!

Ele ouviu a provocação de Vidar no quintal da casa, ah ele iria pegá-lo.

E de fato pegou. Alguns minutos depois, após se transformar em sua forma lobo.

"Ah seu moleque!" – Disse em pensamento, bufando baixo pouco antes de parar diante do pequeno lobo branco.

Vidar choramingou e rosnou, um costume muito feio que estava adquirindo. Mas que Ragnar pretendia tirar dele o mais breve possível.

"Vamos para dentro. Agora se não quiser apanhar aqui."

A frase ecoou nos pensamentos do filhote, porém o pequeno não estava com a mínima vontade de obedecer o pai. Ele estava irritado porque não havia conseguido ver o estranho humano...

Vidar se remexeu e mordeu Ragnar com força, que deu um grito e o soltou com brutalidade

Ragnar olhou para o filho com um olhar mortal e o filhote se encolheu, nunca havia mordido o pai antes.

“Desculpa papai, eu-Eu não quis…”

Ragnar soltou um rosnado cruel e assustador, fazendo Vidar recuar.

“Vem aqui agora moleque!”

Ele gritou em seus pensamentos, Vidar assustado saiu correndo em forma de lobo, com seu pai também transformado atrás dele.

O filhote corria pela aldeia apavorado, ganindo enquanto as pessoas olhavam, algumas riam da cena, outras olhavam compadecidas

Pelo visto era normal filhotes correndo dos pais, pois os aldeões não pareciam se importar, apenas tiravam as coisas do caminho de Vidar para que ele não esbarrasse e se machucasse.

“Papai, desculpa!”

Ele choramingava em pensamento.

Porém nem isso bastava para acalmar o jovem pai. Ele estava irritado, jamais havia passado por uma situação como aquela em toda a sua vida.

Bufou baixo quando viu o pequeno dar a volta e
correu mais rápido, tomando o cuidado de não esbarrar em nenhum amigo da aldeia.

"Se você não parar imediatamente, irá apanhar muito mais quando eu te pegar!"

Pensa o maior realmente irritado, Vidar não costumava agir daquela forma, mas Ragnar sabia que não era tão surpreendente assim. Afinal ele era só uma criança....

Pensando nisso tentou obrigar-se a se acalmar, embora estivesse sendo bem difícil.

“Se eu parar você vai me bater até eu esquecer meu nome”

Vidar fala entre uma curva, e sem querer batendo contra Erik o açougueiro que quando ia reclamar, Vidar já havia se levantado e partido.

O lobinho correu para as florestas e quando notou que não estava mais perto do pai, se deitou arfando para pegar um pouco de ar.

Ragnar seguiu o rastro do caçula, o encontrando há poucos metros do lago. Se aproximou devagar e o pegou pelo gangote sem dar tempo para o lobinho sequer pensar em fugir.

"Deveria ter pensando nisso antes de em atacar."

Pensa o logo o olha com um olhar nada bom. Vidar não podia vê-lo, mas sentia que o mar não estava para peixes. Choramingou e tentou se debater, porém foi completamente em vão.

Ragnar seguiu para sua casa tão rápido quanto conseguia.

Ragnar chega e coloca o filhote no chão sem muita delicadeza, Vagn dormia no sofá da sala.

“Vai tomar um banho agora Vidar! Você já acabou com toda a minha paciência”

Ragnar latiu em tom baixo ainda como lobo para o filhote, tentando não acordar Vagn, mas Vidar ainda estava cheio de energia.

“Não eu não vou seu idiota! Você está sendo malvado comigo, me perseguiu e rosnou pra mim!”

O filhote falou tão alto em sua mente que chegou a acordar o irmão, vidar rosnava baixo e latia para o pai.

“Saia do meu meu caminho Ragnar.”

Ragnar pulou à poucos centímetros diante do filhote, rosnando alto.

"E a próxima coisa que irei fazer é estalar uma vara nessa sua bunda malcriada!"

Brande o lobo de forma firme e nem um pouco suave. Ele estava mais bravo do que o comum, e isso porque normalmente Ragnar era tranquilo. Ou tentava ser.

Vagn se encolheu um pouco no sofá, seu irmão havia se metido em uma bela confusão isso era fato.

Vidar choramingou sem poder se conter, estaria ele dizendo a verdade? Ragnar teria coragem de castiga-lo com uma vara...?

“Não se atreva a se mover”

Ragnar pensou para o filhote e saiu da casa, o mais velho quase desistiu ao ver os olhinhos do filho.

Mas se lembrou que era o pai e ele o filhote, lembrou do próprio pai, se ele tivesse a coragem de morder o seu velho, nunca mais iria se sentar.

Se transformando em homem novamente, Ragnar arranca duas varinhas e as limpas, quando retorna para dentro, vê Freya segurando seu filhote que tentava fugir. Provavelmente a amiga havia entrado pela janela e ele nem havia notado.

Ele voltou a se lembrar que Vidar merecia uma boa lição, vendo ele começou a se debater e até arranhar Freya naquela bagunça toda

-JÁ CHEGA VIDAR!!

O grito atraiu a atenção de todos os presentes na sala, ao ver os objetos na mão do pai o pequeno se transforma em humano, não foi proposital. Simplesmente aconteceu... Suas emoções estavam a flor da pele.

— Papai.. Desculpa!! Desculpa... – Choramingou o menino olhando Ragnar com os olhos arregalados enquanto se agarrava a Freya, dessa vez utilizando a jovem como escudo protetor.

Ragnar respirou fundo e simplesmente encarou o menino antes de começar a falar.

— Você agiu muito mal hoje filhote e toda ação possui uma consequência.

Vidar entrou em pânico, gritando e berrando, pulando de um lado para o outro com Freya o segurando.

Ragnar suspirou e olhou para a amiga que entendeu o recado, Vidar não ia se acalmar de bom grado,Freya abraçou vidar o colocando de costas para o pai.

Vidar primeiro pensou que Freya iria protegê-lo, mas quando sentiu que ela não ia soltá-lo e estava o segurando com firmeza, chorou escondendo o rosto no longo vestido dela.

Ragnar se aproximou e abaixou as calças e cuecas do lobinho

— Você agiu muito mal meu filhote, isso vai ser uma lição que nunca vai esquecer.

Ele falou erguendo a varinha no ar.

Freya segurou o pequeno com intensidade sentindo seu coração apertar. Fechou os olhos sem querer ver o que estava prestes a acontecer.

Ragnar fez um sinal com a cabeça, pedindo silenciosamente para que a melhor amiga se sentasse no sofá. Não queria correr o risco de ter o filhote se movendo e acabar lhe acertando em outro lugar que não fosse o bumbum por acidente.

Freya logo entendeu e concordou com a cabeça, sentando-se no sofá de couro e colocando Vidar deitado sob suas pernas. Isso tudo em questão de poucos segundos.

Vidar chorou, chorou com intensidade ao notar o tamanho da besteira que havia feito.

Sentiu Freya lhe segurar firme, e estando naquela posição não tinha muito o que fazer. Seu bumbum estava empinado sob o colo da mulher, pronto paga receber o castigo.

Vidar estava com vergonha, era a primeira vez que apanhava no colo de alguém que não fosse Ragnar e isso tornava tudo muito pior.

Ragnar com agora a amiga sentada e seu filhote sobre as pernas dela, se deu por satisfeito, ergueu a varinha no ar e a deixou cair com força no traseiro do menino.

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Vidar gritou e chorou como nunca tinha feito antes, até ficar mole no colo de Freya, aquilo era bom, finalmente ele se submeteu a punição, agora estava mais calmo a luta acabou e o verdadeiro Vidar apareceu.

Vidar agora somente chorava, mais por medo que qualquer outra coisa, sentiu o pai parar.

Ragnar viu que a agressividade e rebeldia do menino tinham passado e o puxou para o seu colo ainda de bruços e sem as roupas

— Ainda não acabamos mocinho, isso foi somente para acalmar você e tirar essa sua rebeldia.

Ele falou e viu seu menino chorar ainda mais em seu colo de maneira baixa e contida.

Ragnar levantou a mão no ar e desceu no traseiro de Vidar, nao com tanta força, mas mais para assustar o filhote.

— Nunca, nunca mais me morda, você é meu filho, deve respeito, não rosne ou fuja de mim dessa maneira Vidar, poderia ter se machucado.

Ragnar falou ainda dando palmadas em seu filhote:

PLAFT PLAFT PLAFT LLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT PLAFT

— Desculpa Papai!!

Vidar chorou e Ragnar finalmente parou, com o coração na mão.

— Vem aqui meu filhotinho

Vidar se moveu no colo do pai, se levantando devagar apenas para se lançar nos braços do mesmo segundos depois.

Seu choro alto e sentido era ouvido pela casa toda, o pequeno só conseguia pensar na dor que tomava conta de seu traseiro. Certamente não iria fazer algo tão estúpido novamente tão cedo.

Ragnar o abraçou com intensidade beijando a cabeça do pequeno e acariciando suas costas em forma de consolo.

— Já acabou bebê... Já acabou. – Diz Ragnar com o tom de voz suave e um olhar de pena. Por dentro parecia que ele iria desmoronar a qualquer segundo. Fazer seus filhos chorarem lhe doia e não era pouco. Porém Ragnar sabia que era necessário.

— Ah meu lobinho, já passou, já passou... Pode parar com todo esse chorinho...

Vidar estava agarrado ao pai, enquanto soluçava tentando se acalmar, enquanto brincava com a roupa do mais velho.

— Vem meu pequeno, vamos tomar um bom banho!

Ragnar falou enquanto carregava seu filhote para o banheiro, o despindo com todo o cuidado que poderia.

Colocando o filhote com todo o cuidado do mundo na banheira e o ajudando a se banhar.

Vidar agora apenas soluçava, e não queria se soltar do pai de jeito nenhum.

O pequeno se tornava mais carente que o comum quando era castigado. E Ragnar já havia notado isso.

Ajudou o filho com o banho e assim que terminou o secou e lhe vestiu com um pijama confortável e extremamente fofo.

Em seguida lhe pegou no colo com cuidado levando o pequeno para a sala aonde Freya brincava de montar um quebra-cabeças com Vagn que parecia extremamente concentrado no jogo.

— Pontinho, por que não vai brincar com seu irmão e com a tia Freya?

Ragnar perguntou docemente, mas o filhote se agarrou nele se escondendo e ameaçando a chorar novamente.

O mais velho voltou a ninar seu pequeno, apesar de saber que era uma pequena birra, mas não lhe culpou seu traseiro devia estar doendo. Ele tinha todo o direito de ser manhoso naquele momento.

— Shhhh, pronto, pronto Vidar sem choro...

Ele falava tentando acalmar seu pequeno.

Porém não adiantou muito pois Vidar seguia chorando.

Era compreensível, Ragnar sabia que havia sido extremamente duro na punição. Porém Vidar havia merecido cada palmada que recebeu. Só esperava que a partir dali o menino passasse a se comportar melhor... Não queria ter que repetir aquela cena tão cedo.

Abraçou o pequeno e seguiu para a cozinha, pegando uma jarra de leite na geladeira.

— Você quer leite? Eu irei esquentar um pouco para o seu irmão... Isso pode acalmá-lo um pouco pequeno.

O filhote parou um pouco com o choro e olhou para ele entretido agora.

Ragnar entendeu isso como um sim, esquentou um pouco de leite e colocou em uma caneca.

Vidar bebia como se estivesse tomando ouro puro, de tão desesperado que parecia por aquela caneca de leite.

—Calma filhote, não vai fugir...

Ragnar soltou um risinho e teve que servir leite três vezes até seu filhote estar finalmente satisfeito.

— Vamos levar um pouco para seu irmão, o que acha?

Vidar não deu uma resposta, apenas se afofou contra o pai, Ragnar encheu uma grande caneca com leite e levou para seu menino mais velho.

Vagn ao sentir o cheiro de leite, virou um lobo preto e correu até o pai, quase o derrubando pelo leite

— Ei, ei, calma meus filhos.

Ele falou colocando a caneca no chão e  vendo seu filhote atacar bebendo tudo de uma vez.

Ragnar havia percebido que o menino preferia sua forma animalesca quando se tratava de alimentação. Ele achava fofo.

Sorriu e ofereceu uma caneca de porcelana e cheia de leite a melhor amiga.

— Oh obrigada querido. – Sorri Freya aceitando de bom grado e bebendo alguns goles – Sobre o que houve hoje...

Ragnar colocou toda a sua atenção na loira, sabia que ela estava se referindo aos humanos.

— Você conseguiu falar com o grande ancião?

— Consegui sim, ele disse que fará uma reunião hoje com os demais... E amanhã fará um comunicado para a população. Até lá devemos ficar em casa.

Explica a jovem enquanto bebe o leite devagar.

Quando Ragnar e Freya se dão por si, seus filhotes já estavam apagados.

— Vou levá-los para a cama, gostaria de ficar essa noite?

— Obrigado, mas tenho meu próprio criador de confusão para ver.

Ela sorriu se transformando e voando pela janela, enquanto Ragnar levava seus filhotinhos para a cama.

— Boa noite meus pequenos...

Ele falou se deitando junto com os dois e pensando no que seria feito amanhã.

O uivo do loboOnde histórias criam vida. Descubra agora