Família

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— Estou aqui, vai ficar tudo bem.– sinto a mão dele secar o suor que escorria da minha testa — Preciso de uma dose de Parsuta, 2 miligramas no mínimo.– ele pede a alguém e logo sinto uma picada em meu braço, a dor nem se compara a minha cabeça latejando. Minha respiração começa a regularizar e eu fico molenga, o suor para de sair e de pouco em pouco a dor vai sumindo, mas demora. — Quanto tempo está sem ir ao médico?

— Eu não...– suspiro pra falar e pegar fôlego — Não estou contando.— Fico alguns minutos deitada até voltar ao normal, estava tudo um caos conseguia ouvir o barulho dos agentes correndo pra lá e pra cá.— Preciso ir ajudar.– me levanto rápido, dava pra pelo menos dar alguns tiros.

— Você precisa descansar.– Phill diz tentando me fazer deitar e eu seguro suas mãos

— Só vou descansar quando isso acabar.– coloco minhas botas que alguém havia tirado, saio da sala que estava e vejo um agente passando correndo. — Preciso de uma arma, vamos.– chamo Phill e nós vamos até a sala das armas. Eu sabia que daqui algumas horas a injeção me faria dormir, e mesmo assim peguei a primeira metralhadora que vi e fui até a parte que explodiu, cheguei bem a tempo de ver Steve pendurado e um cara atirando nele, atirei no cara e vi ele agonizar no chão, Steve conferiu quem era e agradeceu com o olhar, ele puxa uma alavanca e Stark vem ao nosso encontro. Perco meus sentidos e só consigo sentir o baque no chão, depois disso não lembro mais de nada.

Acordo e percebo que estou numa cama macia, Steve estava ao lado da cama sentado em uma poltrona me olhando dormir, ele tinha o olhar preocupado, ele me encara ao perceber que acordei.

— Ela conseguiu fugir?– pergunto e passo a mão nos cabelos tentando arrumar, Steve se levanta e senta na cama a minha frente.

— E conseguiu levar o Cetro.– ele completa e abaixa a cabeça — O agente Phill Coulson acabou sendo morto por ela...– ele diz devagar e minha respiração fica descompassada, minha família, minha única família. Sinto meus olhos arderem, eu não chorava a muito tempo.

Me levanto rapidamente sem dizer nada e visto minhas botas, saio correndo do quarto sem me importar com os gritos de Steve atrás de mim, vou até a cela onde Madelyn estava e vejo a marcação de sangue na parede e coloco a mão na boca, eu odiava minhas perdas, era a pior parte desse ramo, porque a vontade de vingança sempre se instalava. Sem perceber eu deixei Steve Rogers me ver chorar, ajoelhei ali e toquei a parede onde tinha o sangue, Steve veio até mim e se ajoelhou me abraçando sem jeito, nós nunca nos abraçamos, nunca tivemos íntimidade o suficiente na nossa amizade avanços desse tipo, mas aquele parecia o momento certo, seus braços me consolaram. Ele esperou até que eu me acalmasse e parasse de soluçar pra falar algo.

— Não imaginei que fossem tão próximos.– Steve diz e eu limpo alguns resquícios de lágrimas, ainda olhando pra parede suja.

— Ele era meu tio.– confesso e Steve fica quieto, vejo surpresa em seu olhar — Pedi pra que não ficasse em minha fixa, porque eu era prepotente e não queria ser associada a um dos diretores, queria ser conhecida pelas minhas lutas, pelas minhas próprias vitórias.– choro de novo e me levanto do chão, Steve faz o mesmo e continua com seus olhinhos curiosos sobre mim.— E mesmo assim ele se dedicou a me treinar, tudo o que eu sei aprendi por ele. Ele se empenhou em tudo que envolvia a mim desde que meus pais morreram.

— Eu sinto muito Brooklyn, de verdade.– Ele diz e tenha se aproximar de novo mas eu me afasto, direciono meu olhar pra cima pras lágrimas pararem.

— Eu sinto muito por ter que me ver assim.– digo rindo forçadamente

— Todo mundo tem suas fraquezas.– ele diz baixo

— Eu espero não ter uma nunca mais.– confesso e dou as costas pra ele e saio da sala da cela.

FOREVER | STEVE ROGERSOnde histórias criam vida. Descubra agora