CAPÍTULO 6- CALOR

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    —Vossa majestade— o lacaio fez uma breve mensura— Eles estão aqui. 

    Rei Dillas fechou o livro e o pôs sobre o braço da poltrona antes de se levantar.

    —Quem os representa? 

    O homem não soube responder, e isso deixou Dillas irritado.

    —Zacarian Mepto, meu senhor— disse um dos homens.

    —Como sabe?

    —Foi eu quem os recepcionou, meu senhor. E o duque Mepto foi quem tomou a palavra pelos outros.

    O rei bateu satisfeito no ombro do lacaio corpulento. 

    —Muito bem, abram as portas para Mepto. 

    Depois de alguns minutos as portas foram abertas, revelando dois homens distintos. Um usava roupas largas, de um couro escuro. Carregava uma bolsa sobre os ombros tortos e tinha uma expressão carrancuda grudada no rosto, devido ao segundo homem ao seu lado. Um garoto comprido; usava uma coroa em sua cabeça, e tagarelava alguma coisa que fazia o homem formado apertar os punhos.

    —Ah, olá irmão — disse príncipe Leo, sorridente — Estava acabando de comentar com o nosso convidado o como nosso monarca é sensato. Também perguntava se ele não sentia calor vestido assim, porque caramba, é muito pano!

    —Obrigado por seus comentários Leo, pode ir agora. 

    —Mas…

    —Agora!

    Leo resmungou algo ininteligível e saiu trotando. 

    Dillas respirou fundo e cumprimentou o lorde, que fez uma reverência exagerada em resposta. Dillas lutou para segurar o riso que ameaçava estragar tudo.

    —Peço minhas sinceras desculpas pelo meu irmão.— disse se recuperando —Ele está naquela idade difícil.— Dillas apontou o assento para o lorde.

    —Eu entendo. Crianças! Todos os jovens com menos de vinte anos deviam ser proibidos de falar por ordem maior!— o lorde deu uma gargalhou e esperou os risos, mas tudo o que conseguiu foi olhares de desprezo. 

    —É mesmo? Me incluiria nesse fim, senhor Mepto?— perguntou o rei com ar de riso. 

    O rosto de Zacarian congelou. Dillas não aguentou e deixou escapar um sorriso amarelo.

    —Vossa majestade tem...?

    —Dezenove. 

    O duque lançou-se aos pés do monarca, implorando seu perdão. Dillas olhou para seus lacaios confuso, os mesmos responderam com uma aproximação de proteção.

    —Certo, certo. Já chega duque Mepto.

    Mepto, ainda vermelho de vergonha, tornou se a sentar no banco.

    —Bom, o senhor já deve saber o que o traz aqui. 

    Zacarian voltou a rir, tentando amenizar o desastre que foi sua primeira impressão. 

    —Mais é claro meu rei, e estou ansioso para ajudá-lo nisso!

    —Ótimo, trouxe a amostra que lhe pedi?

    O homem gargalhou. 

    Ele enfiou a mão na bolsa larga que trazia e puxou algo roxo e comprido. O rei se levantou de súbito, e seus homens viraram seus rostos, enojados.

Do Outro Lado Desse ReinoOnde histórias criam vida. Descubra agora