A motorista

Tudo começando a se conectar

Dias, meses se passaram com Andy ainda trabalhando como motorista da mais velha, não demorou para que a jovem ganhasse a confiava da mais velha, claro que Miranda jamais verbalizaria algo do tipo, mas sempre e se agrava com a jovem garota dos olhos grandes e sorriso encantador.

Miranda estava terminando de arrumar enquanto pensava qual seria o bilhetinho do dia que encontraria para ela juntamente com um copo de café. Aquilo havia virado um ritual, a jovem sempre deixava um mimo e um bilhete para a mais velha, Miranda nunca o pegava, mas era impossível não ler, e sempre ao final da leitura, mordia o lado interior da bochecha para segurar um sorriso bobo que insistia em surgir.

- Bom dia, Miranda. - Andy desejou ao abrir a porta.

A mais velha, claro, não respondeu, entrou no carro e assim que se acomodou, procurou pelo copo de café e o bilhete, não encontrando, Andy por um momento acho que a mais estivesse desapontada, Miranda tinha feito um bico, suspirado, mas logo voltou a postura normal, dama de ferro.

Não é que Andy havia esquecido, lembrou e sentiu vontade de fazer, mas estava desanimada, Miranda nunca pegava, talvez nem lia, pensava a jovem, então resolveu deixar essa bobagem de lado, já Miranda, se pegou em que Andy poderia ter deixado para colocar o bilhete da frase do dia mais tarde, havia muitos compromissos, muitas lugares para junto com ela, provavelmente Miranda encontraria o papel.

E a cada vez que a mulher precisava do trabalho da motorista, procurava no carro tal papel, Miranda sentiu vontade de questionar, mas, não, jamais ela faria tal disparate. Se achou ridícula por estar magoada por causa de um estúpido ritual que nunca fora verbalizado como tal.

O carro estava parado esperando o sinal ficar verde, o dia estava chegando ao fim e Miranda não havia ganhado seu café, seu doce para adoçar o dia, e o bilhete, a mulher estava magoada, mas é claro que escondera isso muito bem. Pegou a jovem lhe olhando pelo retrovisor e sustentou a olhada, Andrea mordeu o lábio inferior em nervosismo e esse simples ato fez o corpo da mais velha esquentar gradativamente.

Andy voltou a olhar para estrada quando o sinal ficou verde, Miranda foi olhando as ruas, tentando não pensar no porquê aquela garota lhe chamava tanta atenção, porquê sentia coisas estranhas sempre que estava com ela, porquê gostava dela. Miranda gostava dela e tinha acabado de se dar conta disso, Miranda gostava do sorriso frouxo que a jovem lhe oferecia, gostava do sorriso tímido, gostava do sorriso nervosa, Andrea tinha vários sorrisos e Miranda havia prestado atenção em todos eles, isso era assustador para mulher, tendo em vista que todas as pessoas para ela eram desinteressantes e agora ela tinha gravado cada sorriso que aquele jovem dava, até forma que tinha para arrumar os cabelos e logo em seguida colocar a boina.

- Chegamos! - Andy  saiu do carro, abriu a porta do lado que Miranda estava, tirando a mulher de seus devaneios.- Tenha uma boa noite, Miranda, até amanhã. - A jovem proferiu, mesmo sabendo que não havia resposta.

Assim que a mais passou pelo hall da sua casa, deu de cara com seu esposo, ela desceu os olhos indo de encontro ao copo de whisky que estava em sua mão.

- Eu já não aguento mais isso Miranda, mais uma vez o otário sozinho plantado no restaurante esperando a esposa executiva, ocupada demais chegar.

Miranda revirou olhos, estava cansada, mentia para sí mesma, Miranda estava frustrada, e não estava nenhum pouco afim de dar início a uma discussão.

- Okay! - A mulher se limitou a dizer e subiu as escadas. Stephen ainda foi atrás dela em busca de um diálogo.