My Friends Over You...New Found Glory

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Egi pov

O Kellin foi um querido por me ter dado boleia até casa e consegui perceber porque é que ele e o Vic eram amigos, o Kellin era um doce de pessoa, para além de ser muito bonito.
Enquanto estávamos no carro falámos sobre tudo que nos veio à cabeça, era fácil falar com ele.
Falámos sobre ele ter nascido em Oregon, mas ter-se mudado para Inglaterra por causa de uma oferta de emprego fraudulenta que o fez acabar por aprender a nobre arte da canalização para arranjar dinheiro para voltar para casa dos pais

Tive pena dele, parecia bom rapaz.

Contou-me da Katelynn e dos seus amuos e ataques de louca e discussões sem sentido e de como às vezes ele só queria ir-se embora. Contou-me que estava radiante por vir a ser pai, mas também nervoso e assustado com o que daí viria. Ofereci os meus préstimos como baby-sitter e ele riu-se.
Algum tempo depois chegámos a minha casa, uma linda casa branca com um pequeno alpendre e vasos com flores que se escapuliam pela cerca de madeira.
O Kellin abriu-me a porta e fiquei demasiado tempo a olhar para ele, havia qualquer coisa que não batia certo, eu sentia que o conhecia à muito tempo, embora não me lembrasse de o ver em Diamond's. Eu queria conhecer melhor o Kellin, os olhos verdes dele cativavam-me. Hipnotizavam, acho que é essa a palavra certa.
Quando a carrinha velha do Kellin estacionou à frente da minha casa, vi que Alexander me esperava no alpendre e olhei para o relógio. O meu irmão não tinha sido muito prático, (nunca é), a dizer o que queria, mas não pensei que envolvesse o Alex.
Tinham passado pouco mais de cinco minutos desde que aquele imbecil me tinha ligado.
Mal saí da carrinha, ouvi-o chamar-me para entrar e convidou também Kellin, só para não ser antipático. Tal como o Kellin, o Alexander era um doce de pessoa, mas estava desconfiado e achou estranho eu ter aceitado boleia de um desconhecido.
Como pessoa calma que eu sou, entrei a matar, ele ia ouvir-me, odiava que o meu irmão me tratasse como se eu tivesse três anos!
— Jack! Porque raio puseste o Alex à minha espera na porta?! Agora preciso de guarda costas?! O que raio de importante é que havia para me ligares a esta hora?! Eu estava ocupada, sua besta!
Ouvi os passos apressados do meu irmão a descer a pequena escadaria que dava para os quartos. Vinha despenteado e, àquela hora, num dia normal, ele estaria a tirar o curso de advocacia e não a chatear-me o juízo.
— Maninha, quem é esse? Alex, não lhe contaste?
— Contar o quê? — conseguiam ver o enorme ponto de interrogação que eu tinha em cima da cabeça. Alguém tinha ido parar ao hospital ou assim? Olhei para trás e vi o Kellin na ombreira da porta a ver o circo pegar fogo com um sorriso nos lábios finos.
— Está bem, está bem, eu digo. —O Alex encolheu os ombros, parecia que ninguém me queria contar o que se passava e ambos sabiam o quanto isso me irritava. —Parece que me vou mudar para aqui definitivamente, pequena.

Espera aí! O Alex ia mudar-se mesmo?!

Larguei a minha mala no chão e corri a abraçá-lo com o máximo de força que consegui. Como é que isso tinha acontecido? Ele conseguiu vender o apartamento?! Aquilo estava podre e a cair aos bocados!
— Ei, Egi, não te estás a esquecer de nada?
O meu irmão apontou para um Kellin perdido na conversa a observar calmamente a paisagem, um pouco desapontado.
— Desculpa, Kellin— peguei na manga da camisola e arrastei-o.—Este é o Kellin. Ele deu-me boleia.
O Jack olhou irritado para mim, vinham aí sarilhos.
— Quantas, mas quantas vezes eu te disse para não aceitares boleia de estranhos?! Ainda bem que o Alex vai viver cá em casa... E eu e tu vamos ter que conversar, minha menina!
— Só para verificar, ele vai dormir aonde? — perguntei, para conseguir que o meu maldito irmão mudasse de assunto, não estava com paciência para sermões paternalistas.
— No meu quarto e tu ficas com o teu, óbvio— revirou os olhos. —A menos que vocês queiram partilhar o quarto...
Ele fez um olhar malicioso e eu encolhi os ombros. Jack era o mais velho e que normalmente ditava as regras, mas também era o mais parvo.
Felizmente estava ali o Alexander, talvez lhe pusesse algum juízo. Nem acredito que acabei de dizer isto.
O Kellin aproximou-se um pouco de mim, mas o Jack estava a olhar para ele desconfiado.
— Tratam-te como um bebé —e depois sussurrou-me.— Mas não sei quem é mais criança. Talvez ele.
Começámos a rir e o Jack com cara de poucos amigos e de braços cruzados.
O Alex revirou os olhos, o Jack era ridículo quando se tratava da minha pessoa.
— Nem sequer nos apresentá-mos, Kellin. Este aqui— apontou para o meu irmãozinho— chama-se Jack,  Jack Barakat e eu chamo-me Alexander Gaskart, mas podes tratar-me por Alex, não gosto de Alexander. Sou o melhor amigo desta criatura.
— E porque é que vais viver com eles?  Se eu posso saber...
A história do Alex não é bonita. Ele perdeu o irmão com quem vivia à uns tempos, ele suicidou-se. Não é uma história bonita, mas é a verdade e, desde aí, ele é praticamente de casa e agora vai ser definitivamente porque já conseguiu assinar os papéis para vender o antigo apartamento. A casa estava num estado lastimável com problemas nos canos e faltava a água e luz muitas vezes. E até a mobília que vinha com ela era bastante fraca, quanto ao sofá de três lugares que tinha,  pouco faltava para se destruir.
  Ainda bem que a vendeu a um otário qualquer. Até tenho pena do comprador, ou de quem lá está a viver agora.
— Eu não quero falar sobre isso.
— Calma, William.
O Jack começou a rir. Ambos sabíamos o quanto o Alex odiava o nome William.
— Ele vai mudar-se porque acabou de vender o apartamento onde vivia. Dava-lhe más memórias. Por isso é que esta simples criatura— abracei o braço do Alex — vai cá ficar. Por falar nisso,— olhei para o meu irmão fixamente— depois de amanhã vou ao cinema. Não sei a que horas é que volto.
O meu irmão às vezes acha que é meu pai, sempre com a mania de me proteger e fica chateado quando eu lhe digo que vou sair com alguém. Sei que é só preocupação, mas é chato à mesma.
— Com quem?
— Um amigo.
— E eu conheço esse amigo?
— É o moço que trabalha na padaria.
— O anão?! A sério que vais sair com o anão?!
O Alex começou a rir, ele adorava aquelas discussões de irmãos.
Sinceramente, estava até habituado porque quando nós três vivíamos em Inglaterra também era assim.
Lentamente, o Kellin também se ia habituar e, de vez em quando, eu via o Kellin e o Alex a comentarem alguma coisa, ou mesmo a conversar.
— Sim, Jack, eu vou sair com o Vic, ele convidou-me para ir ao cinema. Queres vir?
O Kellin olhou para os atacadores e para mim. Senti que ele me queria dizer alguma coisa, mas não conseguia, pelo menos não à frente daqueles dois.
— E tu, Alex? — perguntei ao ver o meu irmão a sacudir a cabeça em negação.
  O Alex encolheu os ombros e deu-me um sorriso fraco.
— Só se for eu a escolher o filme. E tu a pagares as pipocas. E a assistires ao próximo ensaio da nossa banda.
— Qual banda? — perguntou Kellin com os olhos a brilhar. O que o Jack e o Alex tinham não era mais do que uma banda de garagem que se reunia aos fins de semana com o Zach e com o Ryan (eles viviam longe, por isso é que era mesmo só aos fins de semana e nem todos) e que ia atuar em casamentos e batizados. O Alex era o vocalista e o Jack era guitarrista e os outros, nem sei, não os conhecia bem porque nunca tinha ido aos ensaios deles. Nunca ouvi uma música que fosse cantada por eles com a exceção da Dear Maria que escreveram para o aniversário da minha mãe. Foi um momento muito giro.
— Temos, chama-se All Time Low. Quer dizer, não é uma coisa por aí adiante, mas não é mau.
— O máximo que tiveram foi um casamento o mês passado! E foi porque era a prima do Ryan!
— Egi, deixa de ser pessimista quando temos visitas! E eu e o Jack andamos a escrever uma música nova.
—Ai sim? E como é que se chama? — eu cruzei os braços à frente do peito e o Alex imitou um fecho éclair à frente da boca. Ele não iria falar nada sobre isso. Nem o Jack. Típico. Depois espantavam-se por eu não querer ir aos ensaios.
O Kellin olhou para as horas e deu-me um abraço curto.
— Até depois, Egi, agora tenho mesmo de ir, tenho de ir tirar fotografias para um casamento. É daqui a bocado e como já estás entregue...— deu uma olhada rápida aos meus colegas de casa.
Retribui o abraço e, depois de se despedir dos rapazes, eu acompanhei-o até à porta.
— Egi, agora temos de falar sobre quem era esse Kellin.

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