A respiração de Sephora estava irregular, sua garganta queimava tão quente quanto as chamas ao seu redor, por causa de seus gritos.
Chamas, fogo. A engolia, a cercava, a protegia enquanto Vince olhava para ela do outro lado da sala do trono. Onde ele foi jogado pela força da explosão dela.
Sephora tremia, tremia de medo e horror. Medo do seu poder nascido na alma, que agora estava transformando o chão e as paredes ao seu redor, em um minério derretido brilhante. Ela temia que o Lorde das Trevas; que ainda estava diante dela, ainda poderia atacá- la a qualquer momento com aquela escuridão. Aquela atorrizadora e horrenda escuridão, que a deteve, que a acorrentou à parede enquanto ele...
Os joelhos de Sephora dobraram por baixo dela, exatamente quando um turbilhão de sombras apareceu na sala, ela conseguia ver pelo canto dos olhos. Ela esperou que as sombras a atingissem, a segurassem para reprimir as suas chamas.
Mas nada aconteceu, Sephora se forçou a ficar de pé, apesar de sentir que que alguém havia removido os ossos de sua perna. Vince ainda estava lá, boquiaberto. Mas agora trovejando pelo chão de pedra, a terra tremia a cada passo que davam, seu rosto estavam coberto de pura ira e fúria que chocalhava o mundo, era Ambrose.
Ambrose. Seu companheiro. Ele voltou para ela. Ele a ouviu através do vínculo deles, mesmo com todos os esforços que estavam sendo feito para defender as pedras do véu, ele veio atrás dela. Ele ainda estava de terno, mas agora estava coberto de sangue e sujeira, suas mãos estavam ensanguentadas mas ele não parecia se importar.
Ambrose agora estava caminhando direto para Sephora, os olhos a examinavam com fervor em busca de sinais de ferimentos. Não havia nenhum, exceto o terror completo e absoluto no rosto de Sephora. Havia um grande rasgo na frente do vestido dela e o furioso furação de chamas que agora a consumiam.
Mas ele não diminuiu o passo para se aproximar dela. Apesar das chamas que ardiam no chão de pedra como gelo em julho. Sephora começou a sentir um novo tipo de pânico.
Sephora não sabia se Ambrose poderia suportar as chamas. Ela queimou através das restrições de escuridão de Vince, graças as forças que o atacou de surpresa. Mas agora, estavam aqui, com suas emoções ainda aceleradas, sem controle sobre seu poder, cujo foco principal era protegê- la. Ela não sabia se seu poder seria capaz de dizer a diferença que era amiga do inimigo. Ele tinha a mesma probabilidade de matar Ambrose como podia fazer com Vince. Ela não tinha treinamento, em primeiro lugar, ela não sabia como tinha convocado o seu poder, além da necessidade desesperada de se salvar.
Ambrose quase a alcançou, seus olhos verdes estavam mais brilhantes do que nunca sob a luz dourada de suas chamas. Ele estendeu a mão para ela, seu rosto não demonstrava nada além de raiva não diluída.
- "Sephora?" - o nome saiu como uma pergunta e um comando em si. Ele queria protegê-la de Vince, mas o que ele não percebeu era que ela precisava proteger seu companheiro de si mesma.
Então, Sephora estendeu a mão para impedi-lo de se aproximar gritando para ele parar pelo vínculo, assim quando uma chama branca e brilhante disparou em sua direção. Ambrose só teve tempo suficiente para perceber o que havia acontecido, ele levantou a mão xingando. A chama atingiu uma camada sólida de pedra inflexível.
- "Ambrose se afaste dela!" - uma voz familiar gritou através das chamas, ao mesmo tempo que a Sombra irrompeu e cercou o fogo de Sephora.
Era isso, Sephora percebeu. A escuridão que voltou para ela, que a prenderia no chão e acabaria com sua vida. As chamas de Sephora explodiu mais alto, em resposta ao terror que surgiu dentro dela, ao avistar aquela sombra.
Elas queimaram mais brilhante e mais quentes, até que ele não podia ver mais nada. Não havia nada fora de suas chamas, havia apenas luz branca e o rugido do fogo que a cercava completamente.
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O Sacrifício
RomansaA vida de Sephora Beltrane está prestes a mudar para sempre. escolhida contra sua vontade para ser um sacrifício bianual para a misteriosa e poderosa raça Ardanam que vive além do véu dos dois mundos, os seus 19 anos de existência parece que não ser...