Prefácio

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 Quando a guerra estourou, as nações ficaram devastadas. A pólvora já havia se esgotado. Os territórios foram evacuados, as pessoas fugiram para um lugar que há tempos fora esquecido: Sylaris, o continente dominado pelo império de Júpiter, fundado nas crenças da mitologia romana.

O imperador decidiu compartilhar seu território com os refugiados, deixando que eles se espalhassem pelos reinos menores. A população jupiteriana se concentrava no meio do continente e aqueles que chegaram, se espalharam conforme os lugares lembravam suas terras natais.

A mitologia se misturou ao catolicismo e as demais outras religiões trazidas pelos imigrantes. Com isso, os reinos cada vez mais adquiriram suas próprias características, distinguindo-se dos demais.

Poder chama poder e a guerra busca por ainda mais. Um acordo de paz tenta combater uma iminente guerra civil. Contudo, tal decisão está nas mãos de Serena.

Ela é uma jovem de 20 anos que está prestes a completar a maioridade. Ela viveu em um orfanato durante toda a sua vida, o orfanato de Diana, Deusa da Lua, Caça e Castidade. Sese chegou lá recém nascida, nunca foi uma menina fácil de se lidar, apesar de seu nome significar calmaria. Ela deixava as irmãs, devotas de Diana, que dela cuidavam, loucas. Junto de seu melhor amigo, Noah, seu primeiro amor. Eles foram separados quando ela ainda tinha 12 anos e ele 14. Quando finalmente foi adotado. Acontece que Noah tinha muita semelhança com o falecido filho de um duque, que era braço direito do Rei Dhrumond.

O Rei Dhrumond era um homem rigoroso e extremamente tradicional, costumava seguir os costumes à risca. Em seu primeiro casamento, mandou matar sua primeira filha, a princesa Catherine, pois o herdeiro do trono real deveria ser um homem, o primogênito. Depois disso, a Rainha Helena, esposa do rei, nunca mais foi vista, dizem até que ela morreu de tristeza. Algumas lendas contam que a rainha tinha um amor tão grande por sua filha que seu coração parou de bater no exato momento em que o corpo da filha se esvaiu de vida. O povo de Vênus conhece a lenda como o maior elo de amor que alguém poderia ter. O rei, por sua vez, se isolou durante uma semana em seus aposentos reais, o luto era imenso. Porém, ele sabia de suas obrigações com o povo e, por conta disso, decidiu se casar com Anastácia.

Dhrumond e Anastácia tinham um filho bastardo, Kalel, tornando-o então legítimo com o casamento. Eles se casaram no dia que o falecimento da Rainha Helena e da princesa Catherine completou um mês, apenas. Na consumação do casamento, Anastácia ficou grávida de Jade.

Anos se passaram e pouco se falou sobre a trágica morte da família real. Os murmurinhos logo foram abafados com o enorme casamento real e, com o fato de um filho ilegítimo ser cotado, pela primeira vez, ao trono. Mas essa não foi a primeira e nem a última vez que um rei acobertava segredos da realeza e alguns cidadãos já estavam revoltados com toda aquela situação. Os impostos eram altos e havia pouco retorno à população.

Por conta da situação, os lesa majestade foram criados, uma organização contra a coroa que queria que o rei fosse deposto. Dhrumond, grande estrategista, disse que faria um acordo com Ash, o líder do movimento. O rei propôs um casamento arranjado com a filha do líder, Serena, e seu filho Kalel. Em um primeiro momento, Ash achou um absurdo, mas logo viu uma oportunidade, então acabou cedendo a mão da filha. Contudo, aos olhos da lei, Serena não poderia se casar pois ainda era uma criança. Por enquanto, moraria no palácio junto a realeza, e, assim que possível, assumiria o trono, este seria seu, seu por direito.

Golpe de Estado (Coroa de Vênus - Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora