Capítulo 21

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LEIAM NOTAS FINAIS

— Diga ao meu pai que o encontrarem em breve.

— Perdão, Vossa Alteza, mas Vossa Majestade disse que deveriam ir imediatamente.

Kalel e eu nos encaramos e então fomos aos aposentos de Dhrumond. Kalel bateu na porta e escutamos um "entre." E assim o fizemos. O rei estava sozinho, sem sua coroa, seus cabelos loiros estavam alinhados para trás. Não era uma visão comum dele, eu não sabia o que ele queria, mas não tinha um bom pressentimento. Dhrumond estava sentado na ponta de sua enorme cama. Apontou para as duas cadeiras bem a sua frente e entendemos que deveríamos nos sentar nelas. Um silêncio constrangedor nos rodeava, até que o rei começou a falar:

— Tenho uma coisa séria para falar com os dois.

Kalel e eu nos entreolhamos, mas logo voltamos a atenção ao rei.

— O que tem a nos dizer, pai?

— Sou um homem de apenas 44 anos, que está cansado de ter um reino sobre as costas. Estou cansado e não quero que o reinado de vocês seja com base em um reino em ruínas. — Disse sério.

— O que quer dizer com isso? — Perguntei encabulada.

— Que eu quero passar o trono o quanto antes.

Ficamos em silêncio total até que o rei retomasse suas falas:

— Gostaria de saber se querem se casar.

O príncipe e eu voltamos a nos entreolhar.

— Quero saber se querem se casar, não por política. Pois o peso que é carregar a coroa não deve ser carregada sozinha, por isso só a passarei quando estiverem casados. Entretanto, por alguma razão, senti Serena um pouco distante, essa não é a rebelde que aceitou se casar com meu filho.

Kalel me encarava de um jeito terno, como se esperasse uma resposta. Ele havia me perguntado isso há poucos minutos.

— Pretende passar a coroa no dia do nosso casamento? — Questionei para que eu pudesse ter tempo de pensar.

— Não, pretendo que a coroação seja no dia do aniversário de Kalel, espero que se casem antes disso. E, aproveite suas noites de núpcias sem se preocuparem com a responsabilidade que é cuidar de um reino.

Virei-me para Kalel.

— Você quem será rei, você decide.

— E está disposta a se casar comigo? — O príncipe olhou no fundo dos meus olhos.

Os deles brilhavam, tinham um ar de esperança. E admito que em meio àquela briga eu já queria cancelar tudo, então, fiz o que tinha que ser feito. Decidi que deveria responder com toda a sinceridade que tinha guardada em mim:

— Depois de tudo o que falamos você ainda me pergunta se quero me casar contigo?

Ele desviou o olhar.

— Kalel Sebastian Rousseau. — Chamei-o puxando seu queixo. — Nosso relacionamento não se resume a uma única briga, minha resposta para o seu pedido é a mesma de antes: sim, claro, óbvio, com certeza e todos os outros meios de afirmação possíveis.

Ele sorriu de maneira genuína, não pude deixar de acompanhá-lo.

— Mas ainda temos que resolver aquela questão.

— Nós vamos, não se preocupe. — O príncipe garantiu.

— Então aceitam a minha proposta? — Perguntou o rei.

— Aceitamos. — Dissemos juntos.

***

Kalel e eu voltamos à biblioteca, sozinhos dessa vez. Pegamos um livro e ficamos o folheando até a hora do jantar. Queríamos esfriar a cabeça antes de voltarmos àquele assunto. O jantar foi mais leve, Kalel e eu estávamos entre risos, conversando com Jade e Noah. Dhrumond e Lorenzo também entraram na conversa, não sabia que eles gostavam de literatura. Dhara e Conrad me lançaram alguns olhares, fingi não ver, queria evitar confusão. O jantar se encerrou após a sobremesa favorita dos convidados, marzipã. Não demorou muito tempo para que Kalel e eu fossemos aos meus aposentos, sentamo-nos em minha cama, um ao lado do outro. Entrelaçamos as mãos e trocamos carícias com os polegares.

Golpe de Estado (Coroa de Vênus - Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora