capítulo 17

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AVISO: ESSE CAPÍTULO PODE CONTER GATILHO

Parou de caminhar a poucos metros de distância.

— O que está fazendo aqui? — Perguntei ainda inconformada com a situação.

— Eu vim ver minha namorada. — Kalel respondeu ao encarar sua mão. — Ou melhor dizendo, minha noiva.

— Pode levar.

Ash praticamente me empurrou para cima do príncipe. Mesmo assim, eu não estava exatamente à sua frente. Encontrava-me na mesma distância entre os dois. Estava revoltada, eles não podiam me jogar de um lado para o outro como se eu fosse uma boneca que apenas aceitava seus comandos.

— Não podem me obrigar a ir à lugar algum! — Gritei raivosa.

— Acha que eu vim aqui lhe arrastar pelos cabelos? — Ironizou. — Eu vim lhe ver, foi o que eu disse. E Serena.

O príncipe começou a desabotoar sua camisa branca. Dando passos curtos em minha direção.

— Eu disse que não tinha um lado em meio a essa guerra, mas que se fosse para escolher, escolheria o seu. E.

Sua marca de espada quebrada estava a mostra, estávamos a um passo de distância.

— Prometi que a coroa era nossa, então vou lhe deixar decidir, podemos voltar ao palácio juntos e entrar pela porta da frente ou podemos arrombá-la.

Arregalei os olhos com sua declaração.

— Cumpro com todas as minhas promessas, sei que faz o mesmo com as suas.

E assim, com um sorriso em meu rosto, desfiz o espaço entre nós. Beijei Kalel. Ele passou as mãos por meu cabelo e cintura. Só nos soltamos ao ouvirmos meu pai coçar a garganta.

— É bastante ousado em beijar minha filha bem na minha frente, gostaria de saber se teria a mesma audácia matando seu pai. — A voz séria de meu pai encobria os ciúmes ao presenciar o beijo.

— Sou contra matar aqueles que compartilham do mesmo sangue que eu.

— Seria deveras interessante ter o herdeiro do trono em minha linha de frente. Porém, se não está disposto a derramar o próprio sangue, então de nada me serve. — Ash se aproximou de nós. — Quero os dois fora daqui amanhã de manhã. Agora, tenho uma missão a fazer.

Ash deu um comando com as mãos. Um levantar com o braço direito, um fechar de punhos seguido de um circular e, por fim, apontou a saída. Traduzindo: Rebeldes, do grupo que já havia falado, vamos embora. E assim o fizeram, um grupo de rebeldes saiu em sua companhia. Kyrus nos observava, ele se aproximou de nós. Kalel foi o primeiro a falar:

— Kyrus, sinto muito por Warny. Peço perdão por não conseguir ter feito mais por ela.

O príncipe tinha um olhar triste. Kyrus sorriu fraco e estendeu a mão. Kalel a pegou.

— Tudo bem, War agora me protege do outro lado.

— Estou certo disso.

Eles trocaram um sorriso. Kyrus tinha um compromisso. Kalel e eu caminhamos até meu quarto. O príncipe iniciou uma conversa:

— Poderia ter me contado que queria falar com Kyrus.

— Para que você me impedisse? — Ironizei.

— Sabe que eu não te impediria de nada, você faria de qualquer jeito. Eu só ajudaria.

— Eu precisava de um tempo longe daquele lugar e de tudo que me fazia recordar dele.

Golpe de Estado (Coroa de Vênus - Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora