Eu o soltei rápido, mas o príncipe me puxou pela nuca e o beijo se tornou ainda mais intenso quando ele largou os fragmentos de espadas e sua outra mão segurou minha cintura, me trazendo ainda mais perto de seu corpo. Seu beijo tinha um leve sabor que me lembrava hortelã. Eu segurava seu rosto. Porém, minhas mãos desceram por seu pescoço, até que uma passou por detrás, chegando em sua nuca, enquanto a outra parou em seu peito, eu puxava sua camisa. Nossos ritmos cardíacos entraram em sintonia, seu cheiro era estonteante. Paramos de nos beijar graças ao meu riso em meio ao beijo, eu ainda estava com os olhos fechados e com o nariz colado ao dele, quando senti um pequeno floco de neve cair em minha bochecha. Agora era oficial, a neve chegou. Kalel me soltou aos poucos. Nossos olhares fixados um no outro, ele suspirou.
— Eu acho que está na hora dos pombinhos irem de volta ao castelo, antes que a neve bloqueie a passagem. — Meu pai disse alto.
— Devo concordar. — Disse Kalel. — Mas antes, que tal uma marca de espada quebrada no meu peito?
— Quer o símbolo dos lesa majestade em seu corpo? — Perguntei boquiaberta.
— Com toda certeza. — Sorriu de canto.
Fizemos a marca em seu peito esquerdo, acima do coração, não era uma marca muito grande. Wanry pegou suas coisas rápido e logo entramos na carruagem. Warny conversava com Dominic que, após nos deixar no palácio, iria seguir viagem até Galax. Os dois interagiam enquanto eu me recostava em Kalel, ele falou baixinho:
— Cada dia mais à vontade. — Riu.
— A culpa é sua. — Ri de volta.
— Eu nunca quis tanto estar sozinho com alguém. — Sussurrou.
— E para que? — Fingi-me de inocente.
— Para isso. — Ele beijou meu cabelo. — Porém, em outro lugar.
— Desse jeito? — Levantei a cabeça para dar um selinho.
— Um pouco mais demorado. - Voltei a beijá-lo.
— Vocês querem que a gente desça da carruagem? — Warny nos chamou a atenção.
— Não será preciso, Warny. — Kalel falou emburrado.
— O bonequinho de porcelana é rapidinho, agora sei por que a Sese gostou. — Warny ria olhando para mim.
— Warny! — Fiquei sem graça.
— Deixe-os dois em paz, War. — Dominic a repreendeu.
Apenas dormi no ombro de Kalel, acordei bem próxima ao castelo. O príncipe já havia acordado. Dominic nos deixou no portão principal e daria a volta para deixar Warny nos fundos. Os guardas pareciam agitados ao nos ver com aqueles trajes, já deveria estar na hora do almoço quando chegamos. Um guarda veio até nós:
— Vossa Alteza. — Reverenciou.
— Não precisa se curvar.
— Vossa Majestade deseja vê-lo.
— Diga ao meu pai que tomarei um banho e em breve estarei com ele.
— O rei deseja vê-lo com urgência. — Kalel suspirou.
— Onde ele está? — Perguntou sério.
— Na sala de jantar, Alteza. — Kalel me encarou sério.
Puxei levemente a mão do príncipe e fomos juntos até onde o rei estava sentado. Todos se voltaram para nós. Estávamos vestidos como rebeldes, os olhos arregalados. A tensão no ar. O silêncio era tão incomodo que cheguei a pensar que poderiam ouvir meus pensamentos. Então Kalel disse:
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Golpe de Estado (Coroa de Vênus - Livro 1)
RomanceTrilogia: Coroa de Vênus - Livro 1 (Golpe de Estado) Em Vênus, um dos mais influentes reinos de Sylaris, o trono do rei Dhrumond está sendo ameaçado. Diversas polêmicas envolvem o nome da família real, desde a morte da rainha Helena e sua filha Cath...