Me ajude

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- Olhem a bagunça infernal que vocês fizeram! - entrou Rouge com uma sacola de compras pendurada em cada braço - Cuidado com os utensílios frágeis, querido - avisou ela e veio Knuckles lotado de mercadorias e roupas, sem poder ver nada pela frente. Os demais também tinham coisas nas mãos, fazendo eu constatar que passaram a tarde no shopping. Até que a morcega parou seu som dos sapatos e finalmente percebeu Shadow - Você, seu ouriço preto problemático! Sonic! Como pôde trazer um estranho para nossa residência?! - antes que Shadow reagisse, respondi em tom curto e grosso, meio sem pensar:

- Ele não é um estranho, é meu namorado - aquelas palavras foram tão impactantes ao ponto de até eu paralisar por um curto período de tempo.

- Então aquilo mais cedo não era uma luta... - analisou Tails, incrédulo - Mas, se você está bem com isso, tudo bem. Não é pessoal? - nem todos acenaram positivo, por exemplo Mephiles que lançou:

- Eu não confio nele, sinto que tem algo errado e tudo está indo muito rápido.

- Mas as coisas comigo sempre foram rápidas - ri apreensivo e bem nervoso com a situação, até uma mão de pulsos dourados segurar a minha, fazendo eu derreter internamente ao perceber o semblante de felicidade estampado no rosto de Shadow.

- Você é tão fofo - elogiou ele de repente, inclinando sua cabeça até alcançar minha boca. Meu coração palpitou de maneira absurda e aceitei o convite, iniciando um aconchegante beijo.

- Eu já vi o bastante por aqui - marchou Blaze, saindo da entrada. Os outros também seguiram seus caminhos sem dizer mais nada, todos sérios, e isso me intrigou ainda mais.

O que estarão pensando?

A única que permaneceu sem uma reação sequer fora Amy, ainda na entrada, com uma expressão decepcionante, como se estivesse prestes a chorar.

- É mesmo verdade? - ela quis confirmar e eu assenti.

Estava certo. Esta mesma saiu correndo dali desabando em lágrimas, traçando uma linha de soluços pelo local, pondo ambas mãos frente do rosto avermelhado e inchado.

- O que houve com ela? É sua...

- Não, nunca tivemos nada, ela sempre me perseguiu e diz que gosta de mim, mas não é recíproco, está tudo bem cair na realidade - respondi sério - Vamos juntar as plumas e comer algo juntos! - me animei, e em uns três segundos, tudo estava totalmente limpo.

Sinto raiva por alguma razão, sei que ninguém aqui quer ou irá demonstrar que gosta de Shadow. Meu olhar pairava em cada um sentado em seu devido lugar enquanto a janta era distribuída, sem contar que o único que podia-se ouvir eram os talheres nos pratos.

- Então...Shadow, nos conte mais sobre você - pediu Mephiles quebrando o gelo, e num piscar vi Tails dar um sinal discreto de positivo. Suspeito, de fato, todos planejavam algo, só Shadow parecia não ter percebido.

- Kaham - coçou a garganta - Meu nome completo é Shadow the hedgehog, eu não sou exatamente deste planeta, fui criado em uma espaçonave.

- Como é essa espaçonave? Mora sozinho? - Tails perguntou e eu me enfadei:

- Isso é muito incômodo e pessoal.

- Nós temos o direito de saber com quem você se relaciona, somos seus amigos - disse Knuckles.

- Não? Isso não dá a vocês total direito de deixar Shadow desconfortável.

- Sonic, eu não estou desconfortável, está tudo bem - ele pousou sua mão em meu ombro e me calei - Porém, prefiro não falar muito sobre meu passado, é bem chato.

- Licença, vou para o meu quarto - levantou Amy, cabisbaixa.

- Mas senhorita Amy, nem tocou no jantar - Cream comentou preocupada.

- Só não estou com fome, podem seguir sem mim. Boa noite - retirou-se da cozinha. Suspirei.

- Eu vou com ela - levantou Blaze também, com faíscas na ponta das garras.

O relógio seguiu até o horário de dormir, dividiria minha cama com Shadow, e aquilo fez-me sentir ansioso. Após escovar os dentes, me joguei entre as cobertas azuis e apertei os olhos, sentindo o colchão afundar um pouco ao meu lado. Nervoso, abri lentamente, tendo a visão do ouriço negro encarando-me de volta.

- O q-que foi? Por que está sorrindo? - perguntei a ele, que não respondeu, apenas acomodando-se para mais perto e acariciando minha orelha direita - Hum - fiz um som satisfeito com seu cafuné, e fechei os olhos novamente.

A mão de luva branca abandonou minha orelha segundos depois, escorregando para alguns espinhos próximos na cabeça, era relaxante. Ele seguiu os movimentos de carinho até meu ombro, passando ao redor do braço, tocando em meu peito, até parar em minha cintura, estava relaxado, sentido-me super bem e os pensamentos negativos de antes sumiram totalmente.

- Você gosta disso? - finalmente pude ouvir sua voz mais grave e rouca, bem próxima, causando um arrepio repentino. 

- Sim...ahn - um aperto sorrateiro em uma nádega fez eu acordar imediatamente do transe.

- Que tal a gente continuar o que não terminamos mais cedo? - sorriu de canto, lambendo seus lábios e puxando-me até colar em seu corpo. Seus suaves pelos brancos do peito roçavam e causavam-me outros leves arrepios.

- Sha-Shadow, os outros quartos ficam aqui logo ao lado - dizia muito corado.

- Só um pouco, quero te tocar mais - algo volumoso passou sorrateiro entre minhas pernas, arregalei o olhar e o abracei com força, ofegando. 

Seu olhar tão próximo, aquele vermelho ofuscante me chamando para mais. E funcionou, fui hipnotizado, capturado por um ser negro que possuía meu interior, almas conectadas, estava feito.

Tinha alguém me perseguindo, e por mais que corresse, esse ser alcançava meus passos, seu objetivo era acabar com minha vida. Um beco sem saída, ele ficava mais e mais perto, chorar nosso sangue derramado era o que restava para se implorar piedade.

Sem chances.

Sem chances.

Sem chances.

- Sonic! Sonic!! - suava frio, pensava que havia morrido, até escutar Shadow chamando-me entre ecos. Foi um pesadelo - Você estava gritando, não sabia o que fazer!

- Shadow - caí em lágrimas e aconcheguei-me entre seus braços, onde podia ter certeza que estava de fato seguro - Foi ho-horrível, eu não tinha para onde fugir... - solucei.

- Shh, você sabe que estou aqui, não tem nada para temer. Desculpe, não deveria ter te pressionado a fazer comigo.

- Você não fez nada de errado, eu queria aquilo, mais do que tudo.

Então abrem a porta em um empurrão bruto, chegando a rachar a parede por trás. Pela pouca luminosidade, não sabia-se quem podia ser, mas tinha em mãos algo muito grande e perigoso.

 Pela pouca luminosidade, não sabia-se quem podia ser, mas tinha em mãos algo muito grande e perigoso

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