O plano

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- É você o culpado por fazer meu Sonikku agir assim! - a voz feminina berrou, levantando seu pesado instrumento e balançando-o com força, mirando na direção de Shadow.

- Amy - falei sério, rangendo os dentes, pondo-me de pé à frente da cama. 

- O que está fazendo?! Não defenda ele! - exigiu ela.

- Ou o que? - cruzei os braços contendo uma estranha efervescência de raiva pairar pela extensão de meu corpo, queimava, a sede por acabar com aquilo de uma vez por todas soava eficiente.

- Ou eu...eu vou, posso... - ela largou o martelo, como se houvesse sentido uma fraqueza profunda, recuou alguns passos, enquanto tremia, de orelhas baixas - O que você está se tornando não faz ninguém aqui se sentir bem! - por fim disse antes de sumir de vez do meu campo de visão.

...

Estava muito triste, porém a raiva acabou por me dominar mais. Quando ouvi Sonic gritar cedo pela manhã, fui direto tentar confrontar Shadow e não imaginava que ele seria tão fiel àquele estranho maldito. 

- Amy! Eu disse para você não ir lá! Ficou maluca?! - barrou-me Blaze logo na estrada do quarto que dividíamos. Ela é uma boa amiga, bem barra pesada e está sempre do meu lado da razão, mas acaba sendo super protetora demais as vezes.

- Eu sei, eu só...estou com tantos ciúmes! Não acho isso certo - ela sorriu e segurou meus ombros:

- Serei sincera com você, Rose, eu também não. Não fui com o jeito daquele ouriço preto desde o início.

- Eu também não - ouviu-se a voz obscura de Mephiles surgindo pelo corredor. Junto dele, Silver caminhava sonolento e perguntou:

- O que está havendo para estarmos acordando tão cedo? - piscou seguidas vezes.

- É sobre Shadow que estamos falando - pronunciou-se Mephiles, arrumando alguns espinhos bagunçados do ouriço branco.

- Ah, o Shadow me dá medo - lançou Silver.

- Em mim ele dá raiva - disse Amy.

- Em mim nojo - falou Blaze.

- Em mim, apenas curiosidade - comentou Mephiles, pensativo.

- Eh? - indagamos em unânime.

- Digo isso porque é um ser parecido conosco, mas muito resguardado para si. Acho que tudo que ele sabe, Sonic também deve saber e isso me deixa intrigado.

- Concordo - apareceu Tails - Devemos montar um bom plano para descobrir de verdade o que acontece entre esses dois. Perceberam que Sonic não é mais o mesmo desde que conheceu Shadow? Aí tem mistério, e não parece nada científico.

- Eu tenho uma hipótese do que pode ser - iniciou Mephiles, e todos os olhares pousaram nele - Existe alguém entre nós que não podemos ver, e está manipulando Sonic em algumas formas de agir.

- Como algo...sobrenatural? - Tails quis confirmar, e Mephiles assentiu, concluindo seu pensamento. O raposo pôs a mão na consciência e pensou um pouco - Tenho uma ideia que pode nos ajudar a ter certeza disso! Venham para a sala de controle. 

- Eu deveria acordar os demais? - perguntei empolgada com esse problema. Tails confirmou:

- É bom que os outros também saibam o que está de fato acontecendo.

Corri balançando meu vestido vermelho rodado sem preocupações. Em poucos minutos, adentrei a sala de controle acompanhada de Cream, Rouge e Knuckles.

- Aqui estamos! Qual é o plano?

- Primeiro precisamos de uma distração que consiga trazer Shadow até aqui, alguém que seria difícil Sonic desconfiar alguma coisa, de jeito puro e inocente - após Tails dizer isso, todos encaramos Cream.

- Ah? Eu?

- Sim, amiga, você é perfeita para esse serviço - afirmou Rouge.

- Mas o que eu preciso fazer? - ela perguntou levemente nervosa.

- Apenas invente uma desculpa que faça Shadow te seguir e ficar alguns minutos longe de Sonic - explicou Tails - Depois, Mephiles, você será o nosso passaporte de respostas, vai tornar-se um clone de Shadow, e enquanto mantemos o verdadeiro nesta sala, você deverá descobrir tudo que possível sobre a relação dos dois e se a sua hipótese estiver correta, vamos ter que tomar medidas extras o quanto antes.

- Sim, farei isso - confirmou Mephiles.

- Ei, ei, espera! Tem certeza que você quer fazer isso? - interrompeu Silver, preocupado - Se Sonic descobre que não é o verdadeiro Shadow, tenho medo do que possa acontecer.

- Todos temos, Silver. Mas pense positivo, podemos ser mais fortes do que uma maldição - disse Mephiles, selando-o - Eu vou fazer o possível para conseguir concluir essa missão - Silver sorriu corado, mais calmo com as palavras do escuro.

Sonic e Shadow estavam no quintal, sentados juntos na grama calmamente, dialogando sobre algo não entendível. Enquanto observávamos todos escondidos, Cream aproximou-se dos dois com uma cesta em mãos, havia colhido algumas flores anteriormente para deixar mais explícito o que queria seguir fazendo.

- Olá senhores Sonic e Shadow! - saudou ela, sorrindo.

- Oi, Cream. Vejo que está colhendo flores. Vai fazer outro buquê? - perguntou Sonic, ele parecia bem naquele momento.

- Uhum! Ah, que tal você me ajudar, senhor Shadow? - convidou esperançosa.

- É, por que exatamente eu? Não entendo de flores.

- Por isso mesmo! Sonic já me ajudou com isso muitas vezes! Agora pode ser sua primeira vez! Vem, é divertido! Voltamos em poucos minutos! - ela segurou pelo bracelete dourado do mais velho, puxando-o para longe.

- Vejo vocês daqui a pouco então - riu Sonic, sem desconfiar de nada, aquilo foi um alívio.

...

- Temos muitas espécies de flores por aqui, sei que vai gostar - dizia a pequena coelha saltitante ao meu lado. Penso que talvez nem todos os amigos de Sonic sejam ruins, afinal.

- Ora, ora, você conseguiu Cream, parabéns! Eu assumo daqui - uma voz familiar e rouca sussurrou por trás de mim. Algo preto foi se fechando, sem eu conseguir desgrudar e parar preso numa sala repleta de aparelhos e painéis eletrônicos.

- Mas o que?! - uma sela de barras firmes em formato de cubo rodeava-me. Então vi algo bem chocante do outro lado - Você...você é igual a mim! Quem é você?! Me tire daqui imediatamente! - o ouriço reflexo soltou uma risada.

- Seu plano deu mesmo certo, Tails - confirmou ele.

- Ótimo! Agora volte para onde Sonic está e aja o mais normalmente que puder. Temos muito mais do que tratar aqui - sorriu o amarelado, satisfeito.

 Temos muito mais do que tratar aqui - sorriu o amarelado, satisfeito

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