início do fim

256 10 4
                                    

★Itália, 4 anos antes da hora zero e do último míssel★

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

★Itália, 4 anos antes da hora zero e do último míssel★

Andrés gritava, a dor parecia amenizar um pouco quando fazia isso. Gritava palavras sem nexo ou contexto, gritava o nome de sua amada. Sérgio o segurava com toda a força que tinha, enquanto sentia Andrés tremendo e apertando seus braços. Acabara de salvar seu irmão de uma tentativa de suicídio e agora não tinha nem mais forças pra segurar as lágrimas que ardiam descendo dos seus olhos. A idéia de que esteve prestes a perder a única pessoa que amava nesse mundo, seu irmão, o aterrorizou. Não havia o que dizer mais, nem todos os livros sobre psicologia e comportamento humano que ele tivesse lido um dia o ajudaram nesses tempos com seu irmão. Ver ele nesse estado, a única pessoa no mundo viva da qual Sérgio nutria vínculo afetivo, padecendo dia pós dia com o sofrimento de ter perdido a mulher amada, que pra Sérgio caiu como mais um aprendizado anti-romântico, o fez acreditar ainda mais que ele não deveria cultivar sentimentos por mais ninguém nessa vida. Tatiana havia falecido. Um assalto simples, pouco elaborado mas que tinha tudo para dar certo, como já havia dado tantas outras vezes assaltando com aquela mulher. A vida do crime é assim, em um deslize tudo pode ir pra merda.

O plano era simples e pouco arriscado, do alto de um prédio vizinho, à luz do dia em um horário de pouco movimento, foi lançado gás halotano bem na entrada do ducto de ventilação da loja. Nesse mesmo momento, um hacker de fundo de quintal impediu que os alarmes fossem ativados e as portas da joalheria mais cara da Suíça pudessem ser abertas pelos funcionários e clientes que percebessem os efeitos do gás nos demais ali no local. Não era o tipo de roubo que atraísse Andrés, muito menos Sérgio. Pouco elaborado, prático e simples, com perseguição policial e muita mão na massa dando a cara à tapa. Mas a emoção encantava Tatiana, bem como os diamantes lapidados, raros, em formatos que só alí tinham. Assim, com muito charme, a ruiva convenceu seu amado de fazer só mais esse assalto, de modo a conseguir também mais dinheiro para pôr em prática os próximos grandes golpes de uma forma mais rápida. Então Andrés enfim convenceu seu irmão, que também não tardou, visto que seria pouco exposto no esquema todo.

E então, quando clientes e funcionários já estavam sobre o chão, o ladrão explodiu a porta de vidro que foi trancada pelo sistema do hacker com um explosivo adesivo, o que fez o barulho capaz de atentar os demais comércios e em questão de segundos fazê-los ligar para a polícia. No mais, nada fora do esperado. O casal, bem equipados com máscaras contra gases, então entrou na loja, destruindo as vidraças a colocando na bolsa com rapidez tudo o que viam pela frente. Limparam as vitrines com muita agilidade e cuidado, foram interrompidos com a ordem de Sérgio na rádio para deixarem o local o mais depressa possível. Andrés fechou a bolsa que levava e correu para o lado de fora da joalheria, se sentou na moto e retirou a máscara anti-gás e observou como Tatiana ainda estava dentro da joalheria quebrando a última estante, a gritou enfurecido enquanto trocava de capacete. Com muita rapidez a ruiva colocou a mochila nas costas e subiu na moto sem trocar de capacetes. Andrés pensou em chamar sua atenção, mas as sirenes policiais e o ronco da moto de Tatiana o fizeram acelerar involuntariamente. 4 vigilantes localizados em pontos estratégicos nos altos dos prédios informavam os caminhos feitos pela polícia, todos se ouviam por rádios e microfones, e nos dos ladrões, GPS para que Sérgio os visse desde um esconderijo onde os esperaria depois.

La casa de papel - Guerra douradaOnde histórias criam vida. Descubra agora