Sheila ajudava Alícia a caminhar até a poltrona de couro do quarto. A ruiva caminhava lento e um pouco dolorida após o parto, ainda não teve tempo para digerir como havia sido o nascimento de seu filho mas com toda certeza se espantaria lembrando pelo resto de suas vidas. Doutor Alí, médico enviado para cuidar de Alícia, organizava e separava materiais e instrumentos que havia utilizado. Alícia e Sheila mais pareciam amigas de toda uma vida, Sheila não pôde evitar se esquecer por um momento de quem era Alícia. Desde que se encontraram Alícia não tinha demonstrando o mínimo de repúdio nem tentara nada, sempre colaborante e respeituosa. Sheila só via agora uma mãe que daria a vida por seu filho. Via a forma como Alícia segurava e sorria para o bebê, daria sua própria existência em prol daquele ser tão frágil. Alícia vestia um vestido azul claro, que sim, fora motivo de piada por ela, mas que a deixava com um ar ainda mais maternal. Germán, agora depois de seu primeiro banho, o qual havia choramingando todo o tempo, levava uma roupa toda de algodão e linho branco. A criança agora mais parecia ter sido retirada de uma pintura de Michelangelo, sendo um dos anjos que circulavam alguma de suas pinturas sacras. O cabelinho ruivo fino e já bem cheio pela cabeça quase perfeitamente redonda, as bochechas coradas e cheias lhe davam um ar dócil que seria capaz de amolecer até o mais duro dos corações. Sheila teve pouquíssimo tempo para comprar coisas que a criança precisasse, comprou pouco do essencial enquanto deixara Alícia no carro com um monte de homens sérvios a encarando descontentamente, e por vezes até tímidos. Queria comprar a roupa da criança vermelha, por ser sua cor preferida, mas pensou que poderia deixar que a mãe escolhesse ao menos a cor da primeira roupa do filho, que com toda certeza não seria um macacãozinho vermelho. Germán caiu em um profundo sono e foi colocado na cama que havia alí, coberto de uma manta amarelo ovo, que na pressa das compras Sheila havia pouco se preocupado com a cor mas que agora percebia o quanto não combinava com ele. Sheila e o médico olhavam deixando escapar um sorriso puro nos lábios enquanto Alícia colocava o filho com calma e cuidado na cama, nada parecendo uma mãe de primeira viagem dada a facilidade e calma que o fazia. A ruiva se sentou na poltrona esgotada e percebeu que os olhos de todos se voltavam para Gérman. Não pôde evitar olhar aquela cena e se colocar pensativa. O que seria dela agora com seu filho? Estava nas mãos, confiando, totalmente entregue, a um homem ao qual ela tentou matar. Um homem que certamente a confiança que ela o estava depositando não era recíproca. Mas não havia escapatória. Alícia devia confiar nesse homem. Deveria deixar que a levassem para qualquer lugar do mundo e depois daria seu jeito de viver e criar seu filho. Não tinha outra alternativa, o controle da sua vida estava fora de suas mãos. Não era mais uma questão de escolha confiar em Sérgio, e sim de necessidade.
Sheila arrumava uma bolsa com as necessidades da criança, Sérgio lhe havia dito que não ficariam mais que um dia naquela casa. O médico conversava algo com Alícia. De repente, dois barulhos altos que deram um susto em todos, inclusive em Gérman que logo se pôs a chorar. Pela forma das pancadas tudo dava a entender que haviam arrombado a porta principal da casa que estavam. Todos no ambiente se entreolharam espantados e alarmados. Sheila e o médico sacaram as armas e as engatilharam. Sheila se aproximou da janela gradeada do quarto se arrastando pela parede enquanto o médico montava a guarda na porta do quarto.
- Merda! - exclamou Sheila se direcionando com rapidez ao rádio em cima da cômoda - Atenção! Estamos cercados! Intervenham! Um caminhão de uvas com agricultores!
Sheila soltou a rádio no mesmo móvel enquanto os sérvios confirmavam a chamada e o entendimento em unisolo. Se aproximou novamente da janela e viu 4 homens saindo pela parte do caminhão onde se armazenam cargas e outros dois os dando ordens pela porta principal.
- Vamos! eles estão no primeiro andar andar! - cochichou Sheila para o médico que assentiu e rapidamente abriu a porta se pondo em posição novamente logo após passar por ela, sendo seguido por Sheila.
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La casa de papel - Guerra dourada
Fiksi PenggemarEstou escrevendo uma continuação para a série, continuando de onde ela parou, o primeiro capítulo desvenda o mistério de Tatiana. É uma suposta parte 5 pra matar a saudade dos fãs da série, seguindo a mesma vibe da série, flashbacks e presente e alt...