Prólogo

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- Você tem certeza de que não quer que eu vá junto?

- Vai ser pior se você estiver lá. Eu resolvo, prometo não demorar.

- Tudo bem, mas as nove se eu não receber uma mensagem, ligação ou se você não aparecer, eu vou até lá.

- Tudo bem.

Essa foi a conversa que tivemos antes de ela me dar um beijo desmoronado e sair pela porta. Eu via o medo e a dúvida naqueles olhos verdes que eu aprendi a conhecer e isso estava me matando de ansiedade e medo, sim medo. Ela estava sozinha com aquele desequilibrado e eu não poderia fazer nada quanto a isso. Merda, esperar era a pior merda que existe na vida, já era o meu oitavo cigarro num período de uma hora e vinte minutos, eu prometi para ela que eu iria parar, prometi que ela não teria mais que espirrar com o cheiro da fumaça inundando suas narinas, mas ela precisava me entender dessa vez, eu estava nervoso para um caralho e a nicotina entrando nos meus pulmões conseguia me acalmar, mesmo que pouco, muito pouco, mas era o que estava me segurando naquela cadeira marrom velha na sala de estar dos meus pais.

Oito e trinta e cinco e eu não recebi nenhuma mensagem até então, nenhum estou bem, ou não se preocupe, eu estava começando a entrar em parafuso, já ia para o decimo primeiro cigarro quando meu celular apitou uma ligação.

Suzy? Suzy? - A ligação foi encerrada e isso me deixou apavorado, o que aconteceu para que ela tivesse encerrado uma ligação? O relógio já marcava oito e cinquenta, eu não ficaria mais sentado na cadeira velha, eu iria até ela, foda-se se ela queria evitar uma briga ainda maior, eu encararia isso de frente por ela, e Deus que ajudasse aquele filho de uma puta se ele tivesse ao menos encostado um dedo em algum fio de cabelo dela.

A casa onde ela estava não era longe de onde meus pais moravam, cerca de 10 minutos eu estaria lá, avisei minha mãe que resolveria algumas coisas e sai de casa rezando para que nada tivesse acontecido, eu estava com um pressentimento ruim, aquela ligação tinha me deixado histérico, eu precisava me acalmar para conseguir ao menos enfiar a chave na ignição do carro, conte até dez, era a voz dela na minha cabeça, ela sempre me mandava contar até 10 antes de explodir com as pessoas e isso estava dando certo até aquele momento.

Estacionei o carro um pouco afastado do meu destino, o que eu menos queria era fazer alarde da minha chegada. Comecei a caminhar em direção à casa amarela de dois andares a uns 20 metros de mim, as luzes estavam acesas e a casa parecia silenciosa, o que estava acontecendo? Eu estava esperando gritos e uma confusão enorme se formando.

Assim que cheguei no gramado da propriedade percebi que a porta estava entreaberta, de onde eu estava não conseguia perceber nada lá dentro, o que estava acontecendo nessa merda?

Andei com passos decididos e empurrei a porta, ela fez um rangido estranho de madeira velha, e assim que ela deixou o meu caminho livre para observar dentro da casa o panico dominou cada parte do meu corpo, eu me senti flutuando como se eu fosse apenas um telespectador vendo toda a cena se desenrolando. Ali ao pé da escada em um canto estava uma faca ensanguentada com alguns fios de cabelo, nos três primeiros degraus, que eram os que eu consegui visualizar de onde estava, haviam respingos de sangue vermelho vivo sobre o carpete marrom.

Minhas pernas pareciam gelatinas e eu me peguei rezando para que aquele cabelo fosse do desgraçado que estava lá dentro e não da minha pequena beija flor. Não sei qual foi o momento em que eu consegui me mover para dentro da casa, mas eu sentia o panico tomar conta de mim, a minha cabeça parecia estar sendo pressionada por alguma coisa muito pesada e a única coisa que eu ouvia era o meu coração retumbando na caixa torácica .

E foi nesse momento em que eu vi um homem sentado no sofá cor de marfim, ele tinha um copo de uísque pela metade em suas mãos, sua camisa social estava com mangas dobradas até os cotovelos, mas o que fez com que a bile subisse na minha garganta foi o sangue que manchava toda a sua camisa de botões e suas mãos, que consequentemente manchavam o copo também.

- Olha quem apareceu para a nossa festinha particular - Ele disse e abriu um sorriso nojento enquanto sorvia o líquido que estava no seu copo.- A sua vadiazinha está no quarto, e eu acho que ela vai precisar da sua ajuda agora, como é o mesmo apelido? A, é verdade, Mon Amour.- Ele falou com uma língua enrolada visivelmente bêbado e foi nessa hora que eu voltei à realidade.

Andei decidido até o bêbado desgraçado e o peguei pela gola da camisa, ele tentou se desvencilhar, mas a situação não estava favorável, ele estava bêbado e eu sempre fui mais alto e forte, desferi um, dois, três ... dez socos no seu rosto, ele caiu no chão ainda sorrindo e sussurrando algo que eu não consegui ouvir muito bem, pois, estava ocupado chutando sua barriga e sua cara, assim que percebi que ele estava amolecido no chão e estava desacordado ela veio a minha mente.

-Beija flor.- Eu disse, e comecei a subir as escadas de dois em dois degraus, chegando ao topo da escada eu estanquei no lugar e senti meu coração morrendo e dando lugar ao desespero, ali estava ela, minha pequena Suzy, deitada no vão porta a uns 5 metros de mim, ela tinha a mão na barriga onde seu macacão estava dilacerado, o sangue estava por toda parte, percebi também que uma parte do seu cabelo estava mais curta e o pescoço também tinha outro ferimento , andei a passos vagarosos até ela e quando ela abriu os olhos, ali eu vi alívio e dor, tanta dor que eu não pude aguentar, então fechei meus olhos por alguns segundos, até ter coragem de encarar minha pequenina outra vez.

- Beija flor? Consegue me ouvir? Eu disse que era melhor ter vindo com você, olhe o que ele te fez meu amor - Eu me abaixei ao seu lado e passei a mão nos seus cabelos olhando primeiro o ferimento do pescoço, não estava nada bonito mas o que realmente me preocupava era a barriga que parecia 10 vezes pior e era onde sangrava realmente. - Eu vou chamar ajuda Beija Flor, vai ficar tudo bem, não durma, fique comigo amor, fique comigo - Liguei para a emergência e eles me disseram que chegariam em 5 minutos, era tempo demais, mas não consegui fazer muita coisa.

Assim que deixei um beijo em sua testa senti uma pancada na cabeça e cai em cima de Suzy, seus olhos estavam arregalados de terror e eu entendi, Mason estava acordado e tinha subido para terminar o serviço mal acabado.

Consegui me desviar da segunda garrafada que ele pretendia me dar, voei em cima dele e tirei a garrafa de suas mãos, ele se debatia embaixo de mim, mas eu não estava sentindo nada, eu só queria acabar com aquele infeliz que fizera aquilo com o amor da minha vida, então eu bati, eu bati tando nele, que quando terminei ele não passava de uma pessoa desfigurada e desacordada, agora eu tinha certeza de que ele não se levantaria mais.

O resgate estava demorando demais, eu via o sangue indo embora, eu percebi que a vida dela também estava se esvaindo diante dos meus olhos, então num ímpeto de coragem eu a peguei nos meus braços e decidi que eu mesmo a levaria para um hospital, era meu dever salvar-la aquilo estava acontecendo por culpa exclusivamente minha. Comecei a descer as escadas, degrau por degrau para não correr o risco de machuca-la mais ainda e foi no terceiro degrau que Suzy vomitou uma poça de sangue nos meus pés.

-Não me deixe, não me deixe, não me deixe - Eu sussurrava bem mais para mim do que para ela, mas era nesse mantra que eu estava me apegando afinal.

-Aguenta firme meu beija flor, e não me deixe.

Ei pessoal, estou começando agora, não vou marcar dias de postagens por que ainda não existe nenhum leitor por aqui

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Ei pessoal, estou começando agora, não vou marcar dias de postagens por que ainda não existe nenhum leitor por aqui. Vou postar 1 capitulo por semana, e se aparecer pessoas querendo ler a história eu começo a colocar dois ou três capítulos por semana.

Eu espero que algumas pessoas gostem, por que eu amo escrever e ficaria feliz se soubesse que existem pessoas que gostam do que eu escrevo.

Beijos !!

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