Capítulo oito (parte um) • ANIVERSÁRIO

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Nova York, Estados Unidos, madrugada 1° de abril 2020

POV Bianca

Departamento de polícia de Nova York

- Como assim ?

Depois do meu evento, eu e Rafaella tivemos que ir até o departamento de polícia para denunciar e falar sobre o que aconteceu. Eu já não aguentava mais ouvir o delegado falando que era algo normal, estava me estressando.

- Senhorita Andrade, esses acidentes naturais ocorrem, ainda mais em um lugar inflamável com...

- Você tá dizendo que aquilo, um atrito nos fios de choque, sem nenhum motivo eminente, foi um acidente natural ? - perguntei já nervosa olhando para o homem a minha frente.

- Sim, não tem mais nenhuma explicação plausível para aquilo ter acontecido, senhorita Andrade.

- Na verdade, até teria - Rafaella falou a primeira vez naquela madrugada, recebendo um olhar de mim e do delegado - Bianca é uma pessoa de grande influência aqui, antes mesmo de eu me mudar para os Estados Unidos, soube de como ela tinha uma grande imagem - não sabia que Rafaella tinha se mudado recentemente, isso me chamou atenção.

- O que está querendo dizer, senhorita Kalimann ? - delegado questionou com as mãos cruzadas em cima da mesa.

- Estou dizendo que qualquer uma pessoa que tivesse remorso dela, tentaria algo para destruir seus sonhos. Ainda mais como uma oportunidade daquelas - ela disse ainda encarando o homem.

- Sabotagem então ? - vi Rafaella afirmar e voltei a olhar para o delegado - ninguém seria louco de fazer isso, e com certeza teriam digitais no local.

- Até que faz sentido, delegado - disse o mesmo bombeiro que falou comigo após o acidente - não tinham digitais, porém aquela explosão no circuito só seria possível com uma carga alta de volts, no mínimo 1000.

- É impossível em um circuito normal, não teria como acontecer isso, a pessoa que estivesse perto teria morrido, e não haviam corpos no local - cada fala daquele delegado me deixava mais nervosa - sem contar o local de onde o fogo foi gerado, lá estava apenas destruído, sem chamas.

- Porque eu fui lá e apaguei - falei mexendo no meu relógio e desviando o olhar.

- Como ? Poderia ter pego alguma doença com a fumaça ou ter se queimado - o bombeiro falou.

- Quando eu corri pro corredor ainda não estava com tanto fogo assim e nem fumaça... - menti, nem eu sei como cheguei lá bem.

- Um ato bem bonito bia, mas você podia ter se machucado - Rafaella falou me olhando e tocando de leve no meu braço.

- Você poderia ter se machucado, Rafa. Por que voltou lá ? Você quase morreu...

- Você tava demorando, aí fui ver, só isso.

- Também temos que falar disso - o delegado interrompeu chamando minha atenção - porque não é possível que uma mulher, descrita por vocês dois - apontou para Rafaella e o bombeiro - de cabelo branco e olhos claros, consiga jogar gelo pelas mãos.

- Não preciso que você acredite, sei o que eu vi - Rafaella falou séria, ainda tocando meu braço

- Ela estava na minha frente, delegado, eu sei o que eu vi - o bombeiro foi um pouco mais para perto da mesa - tenho certeza que foi ela que apagou o resto do fogo. Não teria como ele simplesmente sumir.

- Não tinha mais ninguém além dos convidados quando começou a pegar fogo. Ela apareceu depois, e também acredito que ela que tenha apagado, assim como salvou minha vida - eu apenas observava Rafaella falar, não saberia como me posicionar naquele momento.

Amor congelante | RABIAOnde histórias criam vida. Descubra agora