O Suspeito Perfeito

Suspeitos

Sasuke conversa calmante com a mulher de cabelos negros, e de repente, ela lhe dá uma pequena quantia em dinheiro. Sasuke agradece e ela vai embora, andando elegantemente com seu grande salto preto.
Talvez não seja ela, quantas mulheres de cabelo preto e que são elegantes existem por aí?
E por que Sasuke estaria falando com uma mulher daquelas? Sasuke trabalha pra ela? Mas com o que? Ele é tão fraquinho... Será que? Sasuke é um garoto de programa para mulheres mais velhas?
Então vejo que Sasuke está vindo, desapercebido, á minha direção. Corro o mais rápido que posso e me escondo dentro de uma loja de roupas... Vou seguir ele!
Ele atravessa a avenida, e vai para a praça, e então ele entra em uma... uma sorveteria?
Ele pega os poucos trocados que tem em seu bolso e compra uma casquinha, nossa essa mulher paga muito mal, ou o serviço do Sasuke que é muito ruim....
Ele sai de lá, até que feliz com sua casquinha e pega o caminho pra sua casa.
Sai da loja com os pensamentos a mil. Mas que merda está acontecendo?
Fui pra casa e me deitei no sofá, eu deveria pesquisar e investigar melhor isso? Eu posso me envolver em confusão? Eles matam e creio que podem fazer até pior que isso.
Acabei dormindo ali mesmo, e quando Marshaw deitou em meu colo eu acordei, ela parecia com fome, ou só queria me encher o saco pra não me deixar dormir. Gatos.
Estou com uma dor de cabeça terrível, acho que nem tomando remédio isso pararia.
Fui para o quarto, tentei ler alguma coisa, assistir, ouvir música, até jogar, e nada adiantou. Estou confusa em relação a tudo isso.
Ouço barulhos na porta e automaticamente pensei na mulher e os homens sujos dela, fui para a porta do meu quarto e olhei de cima da escada, estava tremendo de medo que eles tivessem me visto. Quando parei para olhar com calma quem estava entrando pela porta vi que era somente a minha mãe.
Não sei se deveria falar com ela sobre isso. Isso está me matando por dentro. Talvez ela nem acredite em mim, ou virá todo um processo acima disso, e nós podemos nos envolver em encrenca contra aqueles ... aqueles ... Homens da máfia? Eu nem sei o que eles são.
E se forem policiais disfarçados? Podem ser agentes infiltrados. Pode ser muita coisa, e isso me mata.
Desço até a cozinha, e digo a ela:
- Como foi seu dia mãe?
- Cansativo, muito cansativo, e o seu?
- Normal, apenas trabalhos normais escolares e cuidando da Marshaw.
- Fico feliz que tenha gostado da gata, você parecia tão solitária.

Realmente mãe, estou me sentindo mais solitária que ninguém hoje, especificamente nesse momento agora.

- Sim mãe, a Marshaw me faz muito bem.

Comemos um macarrão instantâneo, e fomos pra cama.

Deitada encarando o teto, eu penso em tudo que está acontecendo, e o que eu deveria fazer.
Um amigo de verdade nessas horas faz muita falta, eu queria conseguir o conselho de alguém sem dizer tudo que está acontecendo.
Vou inventar uma desculpa, alguma coisa que justifique esse conselho e pedir á Ino, ela deve saber o que fazer.
E agora pensando melhor, a mulher que matou o homem naquele dia, usava um colar bonito com um símbolo estranho, e a mulher que falava com Sasuke não usava nada, e não tinha machucados em sua mão, como a outra tinha. Então está tudo bem, não pode ser ela. Ou é a minha cabeça que está me confundindo? Saco.
Vou tentar dormir, mas parece impossível.
Saio de meu quarto e vou para a sala, assistir alguma coisa. E daí que amanhã tem aula? Ninguém se importa. Eu preciso me distrair.
Bem queria eu que meus únicos problemas fossem trabalhos escolares e decepções amorosas.
Vou passando os canais, nada de interessante. Olho para o relógio acima da estante e vejo o quão tarde é.
Nada melhor pra distrair que aquelas séries adolescentes idiotas que passam na Disney.
Não me lembro o número do canal, então vou passando os canais até parar, acidentalmente em um canal sobre assassinatos. Merda, sério mesmo? O universo me odeia?
Começo a assistir, mesmo que sem querer, e me mordendo de medo, sobre o assassino de uma garota, que nunca teve solução.
Me coloquei no lugar daquela garota, e imaginei como seria a vida da minha mãe como seria caso eu envolvesse com a história do assassinato que vi, e acabasse entrando em confusão.
Eu poderia ter o mesmo destino daquela moça, sem solução. Sem culpados. Sem prisão. Sem paz.
Ela foi morta dentro de casa, morava sozinha, em uma casa grande no Alabama.
O namorado dela foi encontrado morto alguns dias depois, com dois tiros no peito, então não foi suicidio, o que quer dizer que não foi ele que matou a própria namorada. E isso só torna o caso mais estranho.
Quando estou toda suada de tanto medo, uma mão toca meu ombro.
Já estou preparada para levar um tiro e fecho os olhos com força quando a pessoa que está tocando meu ombro diz:

- Sakura? O que está fazendo aqui essa hora? Vá dormir!

- Mãe? Que susto.

- Está assustada por que? Está vendo coisas indecentes?

- O QUE? Não, não, estou vendo documentários sobre crimes não solucionados.

- Sei, estou vendo. Vá dormir, você vai pra escola amanhã. Estava pretendendo dormir que horas?

Quando estou subindo as escadas, sinto um peso em minhas costas por estar escondendo isso tudo de minha mãe. Ela se preocupa comigo e eu não deveria estar fazendo isso. Mas estou fazendo pelo nosso bem, talvez, só pelo bem dela.
Deito em minha cama, com Marshaw ao meu lado, quentinha e fofa.
Acaricio ela até conseguir dormir. E ainda por cima tive pesadelos horríveis.
Me mudar para cá foi a pior decisão da minha vida. Eu odeio esse lugar.