O Suspeito Perfeito

Me deixe sozinha. Por favor.

Acordei com o desp... na verdade, nem dormi.
Fico olhando tudo a minha volta me perguntando o que deveria fazer, talvez esquecer seria a melhor coisa a se fazer.
Assassinatos acontecem diariamente, e... talvez aquele homem não fosse uma pessoa muito boa. Mesmo assim, era uma vida, que eu vi ser acabada na minha frente.
Me levanto e troco de roupa rapidamente, não sinto vontade de sair da cama.
Ando o caminho todo olhando para o chão, pensando em tudo, isso está me atolando em pensamentos que não chegam a lugar nenhum.
Vejo Sasuke em sua bicicleta e não o chamo, aquela moça que falou com ele se parecia muito com a que assassinou aquele cara, acho melhor manter um distância do Sasuke.
Quando estou o encarando e pensando se ele pode ser um suspeito, ele me encara de novo.
Abaixo a cabeça novamente disfarçando, mas o desgraçado percebeu.
Ele veio andando na minha direção e rapidamente peguei meu celular e fingi estar falando com minha mãe.

- Oi mãe, sim, e você? Tô na metade do caminho. Ah sim, entendo. Verdade né? Você chega a tempo pro almoço? Você vai trazer aquele refrigerante? Sim...

Sasuke faz meia volta e continua indo sozinha, ufa!

Chego na escola e me sento ao lado de Ino, que me recebe com um beijo e um peteleco na testa.

- Sakura! Como você está? Parece desanimada!
- Estou bem Ino, é só mal humor tá?
- Quer ficar sozinha?
- Sim! Por favor.

Permaneço calada todas as aulas, tentando prestar atenção em alguma palavra que os professores dizem, mas parece impossível.
Até que Sasuke se vira para trás, e me encara.

- Ei, você tá bem?

Abaixo a cabeça tentando fingir que não ouvi, tentando ignorar.
Mas o cretino é insistente!

- Sakura! Tonta, eu tô falando com você!

Sem paciência nenhuma, respondo:

- Eu sei idiota, mas eu não quero conversar. Me deixa em paz.

Sasuke me olha com uma cara engraçada de quem não está entendendo nada, mas... Acho que ele não é uma boa pessoa.

O sinal bate e finalmente está na hora de ir embora.
Estou andando apressadamente para chegar logo em casa, quando paro para poder respirar um pouco e ouço uma sirene.
Bombeiros? Emergência? Polícia?

Acho que é a polícia. E a sirene está cada vez mais alta, quando percebo que o carro está indo exatamente na trilha de terra que aquele homem foi assassinado.
Penso rapidamente no que fazer, se vou embora pra casa ou sigo o carro, vejo como eles estão investigando e finjo que moro por aquelas bandas.
E a segunda opção ganhou.
Minha conciência diz " a curiosidade matou o gato Sakura!" mas minha curiosidade diz "O que é um peido pra quem tá cagado?"
Dei uma corridinha e cheguei perto do carro, e para minha surpresa não era um carro, eram 5.
Achei uma árvore e me escondi atrás dela, se a polícia me ver aqui atrás da árvore serei suspeita, mas... sou uma mestre do disfarce.
Não consigo ouvir muito bem o que os policiais estão dizendo, mas estão empenhados em descobrir quem morreu e quem matou.
Um deles diz - " No meio do mato... É impossível que haja testemunhas!"
Mal sabem eles que a testemunha está bem aqui, mas com medo de dizer a eles o que está acontecendo.
Estou suando frio, mal sinto minhas mãos, meus dentes estão rangendo.
Até que ouço um barulho vindo atrás de mim.
Fecho os olhos tão forte que parecem explodir, aperto um pedaço da minha blusa e espero por um tiro ou algo pior.
Até que alguém me toca, e me diz, sussurrando:

- Sakura? O que está fazendo aqui?

Quase gritei, mas se gritasse aí sim levaria um tiro.

- Sasuke? Quer me matar do coração? Você está me seguindo seu desgraçado?

- Tá doida? Queria saber o que está acontecendo. Você está agindo estranho e agora eu te encontro aqui vigiando uma investigação policial.

- Bom... Isso parece estranho mas... É um assunto meu.

- Assunto seu Sakura? Aquilo parece uma cena de assassina.... VOCÊ MATOU ALGUÉM?

- QUE? TA MALUCO? Não... Não é isso... É só... Ah!!! Sasuke você me deixa confusa!

Sasuke me encara desconfiando de mim, e vendo no que eu poderia estar relacionada aquilo.

Até que ele pega em minha mão e diz:

- Vem, vamos embora, você vai me explicar essa história!

Fico sem reação e vou com ele, até porque, não estava entendendo nada do que os policiais estavam falando mesmo.

Quando estávamos saindo da trilha pergunto:

- E aonde exatamente nós vamos?

- Pra minha casa!

- Tá maluco? Eu não vou pra lá de jeito nenhum!

- Sua carne é fraca?

- O que? Me larga! Você é doente. Eu vou pra minha casa, e dessa vez, NÃO ME SIGA!

Vou andando pra minha casa olhando para trás a cada dois minutos para me verificar de que não estou sendo seguida.

Chego em casa recebida por um miado caloroso de Marshaw, aposto que está com fome essa safada.

Dou comida a ela e me deito no sofá, não estou com fome. Na verdade, não sinto fome.

Eu deveria contar ao Sasuke o que aconteceu? Mas e se ele souber o que aconteceu e está se fazendo de idiota para que eu confie nele e ele diga tudo para a moça de cabelo preto?

Acho que não tenho ninguém em quem confiar na verdade.