Biblioteca

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– Você precisa seguir em frente, cara, sabe que isso só vai continuar te puxando para baixo – Como sempre, James estava certo, não que eu fosse seguir seus conselhos.

Meu melhor e eu diria que até mesmo único amigo estava sentado preguiçosamente na poltrona da sala comunal, James era um perfeito vagabundo nas manhãs de sábado, e de domingo, e de segunda, é claro, mas isso não importava agora, estávamos os dois debatendo no salão comunal da Grifinória sobre os meus nem tão recentes problemas.

– Eu sei, James, mas o que você quer que eu faça? Eu ainda gosto dele. Muito – baguncei os cabelos e fui até a janela, olhando para baixo, para a grama nem tão verde.

– Mas ele não sente o mesmo, eu só estou falando porque sou seu amigo – olhei para James com o que ele costumava chamar de "cara de cachorro abandonado", mas meu caro amigo estava ocupado colocando um livro sobre o rosto e esticando as pernas – Venha comigo e Lily, vamos na biblioteca depois que ela voltar do almoço.

– Não gosto de bibliotecas, Pontas, você sabe disso – Nós dois abrimos um sorriso – E você nem estaria aqui se não tivesse perdido o horário do almoço dormindo.

– Correção: eu não estaria aqui ouvindo os seus problemas amorosos,

–  Almofadinhas... – suspirei revirando os olhos, fui até ele e tirei o livro de seu rosto.

– Então de nada por te tirar do tédio de ouvir Lily reclamando das provas do mês que vem – Olhei o título do livro, provavelmente era um presente da Evans para James – E não me chame de almofadinhas, nunca entendi porque esse é o meu apelido.

– Tem razão, perto da sua bunda enorme de cachorro, as patinhas fofas passam despercebidas – Meu rosto esquentou, peguei uma almofada e bati no Potter com ela.

– E você é o veado mais chifrudo do vale – joguei a almofada nele e voltei para a janela.

– Eu sou um cervo – Cervo. Não sabia quem gostava de se iludir mais, eu ou ele – Vamos, seu cachorrão, vem comigo e Lily para a biblioteca.

– O cachorrão aqui tem mais o que fazer hoje a tarde – menti e é claro que James já sabia disso, quando passei por ele para voltar ao dormitório, meu amigo me puxou pela cintura e eu caí no colo dele – Ai se Lily ver isso, ela faz espetinho de nós dois.

– Caro senhor Almofadinhas, trate de ir com a gente, vai que você acha o grande homem da sua vida na amada, velha e mofada biblioteca de Hogwarts? – bufei e saí do colo dele.

– É você quem está precisando de um homem, a ruivinha não está dando recado do seu fogo, palhaço – James revirou os olhos, eu sabia que meu amigo não gostava de caras, mas as vezes era legal irritá-lo sobre isso – Snape seria perfeito para fechar esse triângulo, quem sabe assim você sossegaria.

– Qual triângulo? Você, Remus e ele? Parece uma boa ideia – Depois de mandar Pontas ir a merda uma ou duas vezes me peguei pensando de novo em Remus Luppin, sacudi a cabeça para me livrar do pensamento.

– Sabe o que daria mais ânimo no meu dia? Podíamos dar um susto no Snape, admita você também quer, ele é um porre, insuportável – Parecia melhor do que sofrer em silêncio em frente à lareira por toda a tarde.

– Você sabe que não posso, não podemos, meu lírio é amiga dele – revirei os olhos e James jogou uma almofada na minha cara – O que posso dizer? O amor muda as pessoas.

– Claro que muda, você se tornou um velhote sem sal – Eu esperava convencer meu amigo a fazer aquilo, não que eu gostasse de bater nos outros, mas Severus era diferente – Você odeia ele tanto quanto eu, tudo nele me irrita.

Amor Idiota - SnackOnde histórias criam vida. Descubra agora