Amor Idiota - Snack

Ciúmes

Depois de Hogsmeade eu estava em desespero, mas não podia verbalizar isso, com quem eu iria conversar? James estava sempre com Lily, Pettigrew não era confiável e Remus... Bem, eu estava apaixonado por Remus, como iria explicar o fato de ter tido uma atração momentânea pelo ranhoso?

Eu estava jogado na cama pensando em um milhão de coisas quando me dei conta de que já estava no horário de cumprir detenção, me levantei desanimado. Definitivamente eu não podia sentir nada pela cobrinha oleosa, isso era inaceitável e não iria acontecer se eu pudesse impedir. Era só parte da aposta, eu seria amigo dele por uma semana ou duas, tempo suficiente para recobrar minha posição como o bad boy queridinho de Hogwarts.

Bufei andando até a estufa e mexi nos cabelos, havia voltado a esfriar e a garoar, mesmo assim eu havia insistido que não precisava de um casaco, sendo assim estava me arrependendo cada vez mais a cada passo que dava. A professora nos deixou e nós começamos a fazer as coisas em silêncio, eu ainda estava distraído com meus pensamentos quando Snape esbarrou em mim, talvez de proposito, eu não tinha certeza, mas aproveitei a deixa para começar uma conversa.

– Completamente curado da gripe? – perguntei, o moreno concordou com a cabeça – Os sonserinos em Hogsmeade... Eles não te incomodaram depois, incomodaram?

– Isso não é da sua conta, Black – Severus desviou o olhar e continuou com um tom mais brando – Mas não, eles não falaram mais nada.

– Bom – abaixei o olhar e intercalei algumas olhadas rápidas entre o sonserino e as plantas antes de morder o lábio. Eu só podia falar com Snape... De todas as pessoas, só ele conversava comigo. De certa forma eu não podia deixar passar a oportunidade de tirar para fora o que estava me incomodando – Já gostou de algo que não deveria gostar?

– Por que essa pergunta? – Me mexi inquieto, meu coração acelerando um pouco, murmurei um "Hmm" e fingi estar ocupado com as mandrágoras – Você está me pedindo um conselho?

– É, pode-se dizer que sim – Me forcei a não revelar tudo que estava sentindo pelas minhas expressões ou palavras – Não é questão de gostar, é mais como se você nunca tivesse parado para pensar nisso e de repente parecesse fazer sentido por um momento.

– Já – senti um arrepio na base de minha coluna.

– Já o que?

– Já me senti assim. É sobre uma pessoa não é? – concordei com a cabeça enquanto mordia a língua tentando não falar demais. Ele não tinha como saber, tinha? Poderia ser sobre qualquer um, eu poderia estar falando isso sobre qualquer pessoa.

– Você disse que já se sentiu assim, o que fez quanto a isso? Espere... Por quem? – Severus me olhou feio enquanto tirava alguns vasos de uma prateleira.

– Eu não faço perguntas e você também não – mexi pelos cabelos, quem havia conseguido capturar a atenção dele? Que pessoa? Como?

– O que você acha? O que eu deveria, hum, fazer? – perguntei perdido, isso era sobre ele, eu estava literalmente perguntando sobre ele para ele. Mas também poderia se aplicar quanto a Remus. Isso, definitivamente não poderia ser só sobre Snape, eu nem gostava dele. Nós havíamos começado a nos falar a pouco tempo, era impossível me sentir atraído tão rápido.

– Talvez tentar descobrir se é isso mesmo que você sente por ela, talvez tenha algum motivo para nunca ter prestado atenção nisso antes – Ela. Suspirei, pelo menos dessa vez eu estava salvo.

– Tínhamos uma pequena rixa, mas agora não temos mais – dei de ombros casualmente.

– Ela sabe disso? – travei por alguns segundos.